Esquenta dos mercados: Bolsas buscam recuperação no exterior em dia de decisão do Fed e balanços; Ibovespa tenta manter boa fase de olho no IPCA-15
O Ibovespa conseguiu recuperar o patamar dos 110 mil pontos e a entrada do país na Organização pode acelerar a reforma tributária

O primeiro feriado do ano com pregão foi motivo de festa para os investidores locais. Mesmo com São Paulo, a casa da B3, em ritmo de descanso, o Ibovespa esqueceu da tensão antes da decisão monetária do Federal Reserve e aproveitou para remar o seu barquinho em direção aos 110 mil pontos.
Mesmo pressionado por mais um dia negativo em Nova York, o índice seguiu pelo caminho oposto ao da segunda-feira (24) e encerrou o pregão no melhor nível desde outubro de 2021, com alta de 2,10%, aos 110.203 pontos.
O dólar à vista também continuou sua trajetória de alta na abertura, mas logo virou para queda, e fechou o dia em recuo de 1,24%, a R$ 5,435, puxando para baixo as ações de exportadoras brasileiras.
E o Banco Central americano não parece assustar os investidores pela manhã, com a maioria das bolsas em alta, na contramão de uma sessão de perdas da última terça-feira (25).
Para compor o cenário externo, os balanços do dia incluem AT&T e Boeing antes da abertura do pregão lá fora e Tesla, Intel e Whirlpool, após o fechamento.
No cenário local, os investidores devem reagir à possível entrada do Brasil na OCDE. Entre outras coisas, as exigências de uma simplificação do sistema tributário devem pressionar o andamento da reforma no Congresso.
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A cereja do bolo vai para a divulgação da prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 e divulgada pelo IBGE na manhã de hoje.
Confira o que movimenta o pregão desta quarta-feira:
Brasil e OCDE
O governo brasileiro se comprometeu com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a zerar a alíquota do IOF até 2029.
Tanto o governo federal quanto a OCDE acreditam que a redução será suavizada ao longo do período, mesmo que a renúncia fiscal acumulada até 2029 seja de R$ 7 bilhões, segundo cálculos da Receita Federal.
A OCDE aprovou a abertura do processo de adesão à entidade para seis países: Brasil, Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. Com isso, os candidatos poderão começar oficialmente o processo de adesão, que costuma demorar de três a quatro anos.
Os trâmites, no caso brasileiro, serão mais céleres porque o país é o mais avançado entre os candidatos — aderiu a 103 dos 215 instrumentos da organização até o momento.
IOF na faca
O início da redução do imposto deve começar ainda este ano, com a diminuição da taxa de 6% para 0% nas captações de empréstimos de médio prazo até 180 dias.
Em seguida, as transações cambiais relativas a cartões de crédito ou débito, cheques de viagem e cartões pré-pagos internacionais iniciam a redução do imposto em 2023 com escalonamento até 2027.
Na continuidade dos cortes, a aquisição em moeda estrangeira no Brasil para contas no exterior, a alíquota permanece a mesma até 2027 e será zerada em 2028.
Por fim, as demais operações de câmbio permanecerão com o IOF em 0,38% até 2028 e serão zeradas no ano seguinte.
IPCA-15
No panorama doméstico, o investidor permanece de olho nos números do IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial.
De acordo com as projeções dos especialistas ouvidos pelo Broadcast, a mediana das expectativas é de um avanço de 0,45% na comparação com dezembro do ano passado e, na base anual, alta de 10,06%.
Relatório da dívida e pano de financiamento
Por último, para fechar a agenda do dia, ainda hoje o Tesouro Nacional divulgará o Relatório Mensal da Dívida Pública (RMD) de dezembro e o Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2022.
Federal Reserve
O último dia da reunião do Fomc, o Copom americano, termina na tarde de hoje. A expectativa é de que o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, mantenha a taxa de juros entre 0% e 0,25%.
Mas o foco não é a reunião de hoje, mas a de março, quando está prevista a primeira alta dos juros americanos. Além disso, o Fed deve comunicar o processo de normalização monetária, com a retirada dos estímulos da economia, movimento conhecido como tapering.
A torneira de dinheiro que o BC americano abriu para conter os impactos da pandemia na economia dos EUA também deve ser fechada em março para conter a alta nos preços.
Em seguida, a tradicional coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell, dará o tom das próximas reuniões.
Mais agenda
Por fim, os balanços do dia nos Estados Unidos devem compor o panorama internacional. Hoje, AT&T e Boeing divulgam seus resultados do último trimestre antes da abertura do pregão lá fora e Tesla, Intel e Whirlpool o fazem após o fechamento.
Bolsas pelo mundo
A tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia pressionou o fechamento na Ásia. Os principais índices da região fecharam sem direção definida antes da decisão de política monetária do Fed.
Na Europa, o dia é de recuperação, com os principais índices em alta, também de olho na tarde desta quarta-feira com a decisão do BC americano.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para uma abertura em campo positivo, após as perdas da última terça-feira.
Agenda do dia
- IBGE: IPCA-15 de janeiro (9h)
- Banco Central: Nota do setor externo, conta corrente e investimentos diretos no país (IDP) em dezembro (9h30)
- Tesouro Nacional: Relatório Mensal da Dívida Pública (RMD) de dezembro e Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2022 (14h30)
- Tesouro Nacional: Secretário do Tesouro, Paulo Valle, e subsecretário da Dívida Pública, Otávio Ladeira, participam de coletiva sobre RMD e PAF (15h)
- Estados Unidos: Fed divulga a decisão de política monetária (16h)
- Estados Unidos: Coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell (16h30)
- China: Lucro da Indústria em dezembro (22h30)
Balanços
Antes da abertura:
- Estados Unidos: AT&T
- Estados Unidos: Boeing
Após o fechamento
- Estados Unidos: Tesla
- Estados Unidos: Intel
- Estados Unidos: Whirlpool
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