Esquenta dos mercados: Ibovespa reage ao início da campanha eleitoral enquanto bolsas do exterior sofrem ajuste após rali
Confira a agenda dos candidatos à presidência da República hoje e como isso dá volatilidade ao Ibovespa

O mercado de ações amanhece hoje com atenção dos investidores dividida entre o fim da temporada de balanços corporativos e o início da campanha eleitoral. Na véspera, em uma sessão de recuperação, o Ibovespa fechou em alta de 0,2% e resgatou a marca dos 113 mil pontos.
Diante da completa ausência de indicadores econômicos previstos para hoje, os investidores também ficarão de olho nas bolsas estrangeiras. Mas os sinais vindos de fora não são lá os mais claros do mundo.
Começando pela sessão que se encerrou na Ásia e Pacífico, as bolsas por lá estenderam os ganhos da sessão de ontem (15) em Nova York, fechando majoritariamente em alta.
Do mesmo modo, as bolsas de valores europeias abriram em leve alta, mas têm dificuldade para encontrar um catalisador que as impulsione. O medo da recessão global atrapalha o sentimento dos investidores, que optam por uma posição mais defensiva em meio a busca por barganhas.
Já em Wall Street, os índices futuros sinalizam abertura em leve queda depois de as bolsas nova-iorquinas terem visitado os níveis mais altos em quase três meses.
Os investidores estadunidenses acompanham sem muito interesse os novos dados do setor imobiliário dos EUA — que chegou a levantar preocupações em meados deste ano.
Leia Também
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta terça-feira (16):
Bolsa local e a temporada de balanços
No que diz respeito ao fim da temporada de balanços, a sessão de hoje garante ainda uma marola de repercussão dos resultados de empresas que divulgaram ontem os números referentes ao segundo trimestre de 2022.
Itaúsa, IRB e CSN estão entre os componentes do Ibovespa que divulgaram seus balanços no último dia da temporada. Nubank e Inter, presentes na B3 na forma de BDRs, também devem influenciar os movimentos por aqui.
Aqueçam os motores: começa a corrida eleitoral!
Apesar dos resultados das empresas, os investidores estão de olho mesmo é no início oficial da campanha eleitoral. Para o colunista do Seu Dinheiro, Matheus Spiess, isso é um claro sinal de volatilidade para a bolsa brasileira.
Líder e vice-líder nas pesquisas lançarão suas campanhas em lugares emblemáticos nesta terça-feira (16).
O primeiro ato de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria ocorrer em uma fábrica de motores na zona sul de São Paulo. Entretanto, o evento foi cancelado por recomendação da Polícia Federal por motivo de segurança.
Com isso, Lula lançará sua campanha com uma visita prevista para às 14h à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, cidade onde iniciou sua trajetória como líder sindical.
Do outro lado da moeda
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) lança sua campanha em Juiz de Fora, cidade onde sofreu um atentado a faca semanas antes das eleições de 2018.
Para não dizer que não falamos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), ambos lançarão suas campanhas em São Paulo: ele em Guaianazes, na zona leste da capital paulista; ela em um encontro com representantes do setor cultural em Pinheiros, no extremo oposto da cidade.
Contra o relógio eleitoral
Restando pouco mais de um mês e meio para o primeiro turno das eleições, Lula e Bolsonaro encontram-se bem à frente dos demais candidatos.
As principais pesquisas de intenção de voto mostram o ex-presidente com chance de vencer ainda em primeiro turno. No entanto, um tira-teima entre Lula e Bolsonaro ainda é apontado pelas sondagens como o cenário mais provável.
Exterior: bolsas dão de ombros para mercado imobiliário
Enquanto o incendiário cenário local começa a soltar as faíscas eleitorais, o investidor lá fora ignora um fator relativamente importante nos Estados Unidos.
Estamos falando dos números do sentimento do consumidor do mercado imobiliário, divulgados pela National Association of Homebuilders (NAHB, “associação nacional das construtoras”, na tradução do inglês).
Sentimento “ruim”
A associação identificou que o índice de sentimento do consumidor atingiu um patamar negativo pela primeira vez desde maio de 2020 — início da pandemia de covid-19 no mundo.
Segundo informações publicadas no Yahoo Finance, qualquer leitura abaixo dos 50 pontos indica que as construtoras enxergam que as condições do mercado estão piores do que o esperado. Na última análise, o índice atingiu os 49 pontos.
Recapitulando
O mercado de imóveis norte-americano foi um dos motivos que desencadeou a crise de 2008, conhecida como “crise do subprime". Em junho deste ano, os juros das hipotecas de longo prazo voltaram a disparar, o que ligou um sinal amarelo para os analistas.
Ainda que o cenário seja diferente do encontrado a quase duas décadas atrás, as preocupações com a recessão global e a perda do poder de compra da população ainda permanecem no radar. Novos calotes poderiam desencadear os mesmos problemas que levaram à quebra do Lehman Brothers naquele final de 2008.
Bolsa hoje: agenda do dia
- Estados Unidos: Construções de moradias iniciadas em julho e permissão para novas obras (9h30)
- FGV: Monitor do PIB (10h15)
- Estados Unidos: Produção industrial de julho (10h15)
- Tribunal Superior Eleitoral: Alexandre de Moraes toma posse como presidente do TSE; evento deve contar com a presença de Jair Bolsonaro, Lula, Dilma e Temer (19h)
Balanços de hoje
Antes da abertura:
- Walmart (EUA)
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano