Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam na busca por barganhas; Ibovespa aguarda IPCA-15 e debates sobre combustíveis hoje
O índice local ainda reage ao teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, aprovado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na noite de ontem
Assim como os adeptos do jejum, as bolsas internacionais acordaram com apetite de risco nas alturas hoje. A semana foi marcada por uma verdadeira aversão aos ativos mais arriscados, como ações e criptomoedas, em virtude de sinais de que o mundo caminha para recessão.
Na Ásia e Pacífico, os índices seguiram a recuperação dos índices de Nova York de ontem e fecharam em alta no pregão desta sexta-feira (24). Quem sustentou o otimismo por lá foi Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que se comprometeu a combater a inflação sem colocar os Estados Unidos em rota de recessão.
Na abertura da Europa de hoje, a busca por barganhas também sustenta a alta das bolsas, mas de maneira mais limitada. A alta volatilidade e o risco da economia global avançar com o freio de mão puxado limitam os ganhos do dia.
Por sua vez, os futuros de Nova York começam a sexta-feira com o garfo e a faca na mão e sobem com mais intensidade do que as bolsas do Velho Continente, ampliando a recuperação do dia anterior.
Quem segue com uma forte indigestão do cenário doméstico é o Ibovespa. A bolsa local ignorou os ganhos de Wall Street de ontem e fechou o dia em queda de 1,45%, aos 98.080 pontos. Já o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,02%, a R$ 5,2298.
O destaque do dia vai para o petróleo, que engatou recuperação com a volta do apetite global dos investidores. Por volta das 7h, o barril do Brent — usado como referência internacional — era negociado em alta de 1,15%, cotado a US$ 111,32.
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Confira o que movimenta as bolsas o dólar e o Ibovespa no último pregão da semana:
Ibovespa acompanha inflação, Petrobras (PETR4) e ICMS
No campo dos indicadores, a inflação medida pelo IPCA-15 — considerado uma prévia do índice oficial — é o grande destaque do dia no cenário nacional.
De acordo com a mediana das estimativas colhidas pelo Broadcast, o IPCA-15 deve acelerar 0,67% neste mês e acumular alta de 12,02% em 12 meses. Vale ressaltar que o IPCA acumula alta de 4,78% em 2022 e avança 11,73% em relação a maio do ano passado.
O IPCA-15 deve ajudar os analistas a ajustarem suas projeções para o fim do ciclo de aperto monetário brasileiro. Na ata da sua mais recente reunião, o Banco Central deixou em aberto uma possível elevação dos juros na ordem de 25 pontos-base até 50 pontos-base.
Bolsonaro aprova ICMS — com um porém
A inflação deve adicionar ainda mais pimenta no apetite dos investidores nesta sexta-feira, que precisam lidar com um cenário local menos favorável a cada dia.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou o teto de 17% para o ICMS sobre os combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo, aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional. Porém, o chefe do executivo deixou de fora os trechos que incluíam a compensação aos estados pelas perdas de arrecadação.
A medida vem na esteira de um “pacote de bondades” do presidente da República, em meio a crise dos combustíveis global.
Onde entra a Petrobras nessa história
A estatal brasileira virou o bode expiatório dos problemas do governo com os combustíveis. Tanto Jair Bolsonaro quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acusam a Petrobras (PETR3;PETR4) de praticar altas abusivas no preço da gasolina, etanol e óleo diesel.
Entretanto, vale destacar que os problemas com a alta do petróleo são sentidos em todas as partes do globo, inclusive nos Estados Unidos. Por lá, o presidente americano, Joe Biden, chegou a fazer pressão sobre as petroleiras para despejarem suas reservas no mercado e abaixar os preços.
Inflação, ICMS, Petrobras e bolsa
Com a redução dos impostos, o governo espera que o preço dos combustíveis caia nos próximos meses. Além de um efeito de curto prazo na popularidade do presidente — que busca a reeleição em outubro —, o impacto na inflação também deve ser positivo.
Vale ressaltar que a alta do diesel influencia diretamente no frete dos caminhoneiros e no transporte de produtos, o que impacta a inflação.
Mas alguns analistas estão céticos em relação a esse impacto. A alta do petróleo se deve a conjunturas internacionais e os reajustes futuros podem anular os efeitos da isenção do ICMS e do PIS/Cofins — impostos federais zerados pelo presidente na aprovação do teto.
Assim ,todas as atenções se voltam para as ações da Petrobras nesta sexta-feira. Por ter uma grande participação no índice do Ibovespa, qualquer movimentação negativa dos papéis terá peso equivalente nos negócios.
Medo da recessão não sai do radar das bolsas
Os investidores tentam calibrar as expectativas com a recessão e o andamento da economia global. Representantes do Federal Reserve entendem que uma nova alta de 75 pontos-base nos juros pode ser necessária na reunião do mês que vem.
Já o presidente do BC americano, Jerome Powell, tentou colocar panos quentes na situação. O chefe da autoridade monetária ainda projeta um crescimento econômico “bem dorte” na segunda metade do ano.
Para analistas ouvidos pelo Market Watch, a “pior fase” do ano já passou e os caminhos para condução da política econômica estão mais claros do que no início de 2022.
O que dizem os especialistas
Para o Citi, o choque projetado pela alta de juros começa a enfraquecer o ritmo da atividade econômica — a ponto de, nas palavras dos analistas, garantir um efeito deflacionário.
Palavras como “furacão econômico" e “choque sem precedentes” usados pelo JP Morgan e Goldman Sachs, respectivamente, começam a aparecer no noticiário. Mike Wilson, analista do Morgan Stanley, disse que a chance de recessão ainda é menor do que 50% — mas ainda é alta.
Em linhas gerais, o tema recessão ainda deve ganhar contornos mais bem definidos ao longo das próximas semanas — mas seguirá presente no pregão de hoje.
Agenda do dia
- IBGE: IPCA-15 de junho (9h)
- Suíça: Vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, e presidente do RBA, Philip Lowe, discursam em evento do UBS sobre inflação e BCs (8h30)
- Estados Unidos: Vendas de moradias novas em junho (11h)
- Bélgica: Cúpula de líderes da União Europeia (dia todo)
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