Esquenta dos mercados: Bolsas lá fora caem com aversão ao risco; Ibovespa acompanha proposta dos combustíveis, Petrobras (PETR4) e petróleo hoje
O governo federal propõe uma redução de impostos, mas não explica de onde virão os recursos para cobrir as perdas em arrecadação

A agenda desta terça-feira (07) conta com poucos indicadores de destaque, tanto no cenário doméstico quanto no internacional. Porém, diferentemente das bolsas no exterior, o Ibovespa precisa lidar com um assunto que vem pressionando as bolsas nos últimos dias: o preço dos combustíveis.
A gasolina disparou ao longo do período de isolamento social, motivado pela alta do petróleo (que chegou a atingir os US$ 128 o barril) e problemas na cadeia de distribuição — o que tem gerado o mesmo efeito em outros países como os EUA. No caso brasileiro, combustível alto significa inflação alta, devido ao transporte feito majoritariamente por caminhões.
A partir daí, diversas propostas por parte do governo federal e Congresso vieram para tentar segurar o avanço dos preços dos combustíveis. Mas na noite da última segunda-feira (06) o presidente da República, Jair Bolsonaro, e sua equipe de ministros apresentaram um plano para reduzir os impostos sobre o diesel, etanol e gás de cozinha.
Assim sendo, o governo federal negocia a aprovação dos estados para impor um teto de 17% para o ICMS sobre esses itens. Em troca, as perdas com a arrecadação seriam repostas pela União até 31 de dezembro.
Apesar de parecer uma proposta positiva, a medida carece de cálculos mais elaborados — e precisa explicar de onde virão os recursos para essa compensação.
Esse turbilhão de informações deve movimentar os negócios hoje e será o principal pano de fundo do Ibovespa. Na sessão anterior, o índice da B3 registrou alta volatilidade e fechou o primeiro dia da semana em baixa de 0,82%, aos 110.185 pontos.
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O dólar à vista, por sua vez, avançou 0,36% hoje, a R$ 4,7957.
Confira o que deve movimentar as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta terça-feira:
Combustíveis, petróleo e Petrobras (PETR4): o foco da bolsa
De acordo com líderes partidários ouvidos pelo Estadão/Broadcast, a ideia seria injetar dinheiro nos cofres estaduais toda vez que a queda na arrecadação for superior a 5%.
Entretanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou por alto sobre os números e o impacto da medida, que precisa ser aprovada por meio de uma proposta de emenda à constituição (PEC).
Guedes entende que seriam necessários entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões para compensar as perdas. Mas, nos cálculos da equipe econômica, a União perderia cerca de R$ 15 bilhões em arrecadação, sendo necessários aproximadamente R$ 25 bilhões em gastos extra teto — um total de R$ 40 bilhões.
Calma lá!
Os analistas aguardam maiores informações sobre a nova proposta para conter o preço dos combustíveis. Por enquanto, o investidor não deve se apavorar nem comemorar a medida, de acordo com os especialistas.
Porém, o mercado não gosta de incertezas, ainda mais quando elas vêm acompanhadas de um possível descumprimento do teto de gastos públicos. Os investidores devem acompanhar quaisquer novas informações sobre a proposta ao longo do dia.
E a Petrobras nisso tudo
Não é de hoje que a Petrobras (PETR3 e PETR4) é alvo de críticas tanto do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quanto do chefe do executivo.
Além de ameaças à política de preços da estatal, ambos desejam reduzir o preço dos combustíveis de maneira artificial. A medida, entretanto, é desestimulada por membros da equipe econômica.
Na proposta sobre o ICMS, não se fala sobre mudanças para as empresas produtoras de petróleo. No entanto, os debates sobre o preço dos combustíveis sempre respingam na estatal, que deve permanecer em foco nos negócios hoje.
Alguns números antes da abertura da bolsa
Na sessão de ontem, os papéis da Petrobras recuaram levemente, com PETR3 caindo 0,06%, fechando o pregão em R$ 33,74, e PETR4 em queda de 0,10%, cotados a R$ 30,25.
O barril do petróleo Brent, utilizado como referência internacional, recua 0,25% pela manhã, negociado a US$ 119,16.
Bolsas no exterior: o que movimenta os negócios por lá
As atenções dos investidores internacionais ficam para a participação da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em um testemunho no Senado americano.
A balança comercial norte-americana também está em foco hoje. O indicador deve apresentar déficit de US$ 89,4 bilhões, na mediana das projeções, contra uma queda de US$ 109,8 bilhões na leitura de maio.
As bolsas hoje
Os índices da Ásia e do Pacífico fecharam sem uma direção definida, acompanhando os dados da covid-19 na China e o avanço dos juros na Austrália.
No Velho Continente, as bolsas europeias caem na sua maioria, após os dados de encomendas à indústria da Alemanha caírem mais do que as projeções. O The Wall Street Journal esperava um avanço de 0,5% em março, mas o índice recuou 2,7% no período.
Por fim, os futuros de Nova York também registram quedas pela manhã, com os investidores em compasso de espera antes da divulgação da inflação oficial na próxima sexta-feira (10).
Agenda do dia
- Anfavea: Produção de veículos em maio (10h)
- Estados Unidos: Balança comercial de abril (9h30)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro, Janet Yellen, testemunha no Senado sobre orçamento fiscal de 2023 (11h)
Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
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