Segredos da bolsa: Liquidez coloca à prova uma máxima do mercado
Copom e enxurrada de balanços corporativos são os destaques da semana

Maio começa com diversos índices acionários pelo mundo situados em seus recordes históricos ou muito próximos deles. Numa situação normal, ativos em máximas históricas tendem a, em algum momento, passarem por realização de lucros e reacomodação de preços. Se for em maio então, a realização tende a ser líquida e certa, justificando uma das maiores máximas entre os investidores em Wall Street: “Sell in May and go away”. Numa tradução on-the-foot-of-the-letter, venda em maio e caia fora.
A pandemia, entretanto, impõe a todos uma situação atípica. E nos mercados financeiros isto não é diferente. Enquanto a economia global ainda patina em busca de recuperação em meio a recordes de casos e mortes por covid-19 em diversos países, os principais índices de ações orbitam suas máximas históricas em grande parte graças à liquidez abundante despejada pelos bancos centrais de todo o mundo logo aos primeiros impactos da disseminação do vírus, há pouco mais de um ano.
Mesmo o Ibovespa, que encontra-se consideravelmente atrás de seus pares em termos de apreciação, alcançou novos picos no período pandêmico e não se encontra lá muito longe assim de seu topo histórico.
Um viva à liquidez
O fato é que, em meio à crise, os mercados financeiros literalmente nadam em dinheiro. E é justamente isto o que colocará à prova a máxima financista do “sell in May and go away”, em especial nos índices norte-americanos. E como o Ibovespa raramente se descola de Wall Street, o principal índice de ações da B3 tenderá a passar o mês a reboque da bolsa norte-americana.
Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve tanto a taxa básica de juro próxima de zero quanto o volume de seu programa de compra de ativos e voltou a sinalizar que só mudará alguma coisa quando a economia dos Estados Unidos estiver plenamente recuperada.
Com isso, as tradicionais vendas de maio têm tudo para se converterem em uma rotação de portfólio em meio à intensa agenda de balanços corporativos no exterior, o que pode inclusive beneficiar mercados emergentes como o brasileiro.
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Reunião do Copom é o destaque da semana
Por aqui, também em meio à temporada de balanços das empresas locais, o mercado já contratou uma alta de 75 pontos-base na taxa Selic, para 3,50% ao ano, na decisão de juro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) prevista para a quarta-feira. Com isso, as atenções devem se concentrar no comunicado que será divulgado junto com a decisão de juro.
Apesar da situação de aperto monetário, o Ibovespa avançou 1,94% em abril, ficando a cerca de 5% de sua máxima histórica, atingida em janeiro. Já o dólar fechou o mês passado em queda de 3,55%, na faixa de R$ 5,42, no primeiro recuo mensal da divisa norte-americana em 2021.
Além da decisão de juro do Copom, da tradicional pesquisa Focus e dos dados semanais sobre a balança comercial e o fluxo cambial, a agenda de indicadores oficiais medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), todos referentes a março, estará bastante carregada nesta semana: na terça-feira o IBGE divulgará o índice de preços ao produtor; na quarta-feira será dia de conhecer a produção industrial brasileira; na sexta-feira serão informados os dados de vendas no varejo.
Para hoje, ainda que a antecipação da cautela com questões políticas como a CPI da pandemia e a expectativa com o Copom, a sinalização de alta dos índices futuros de Wall Street, o leve avanço das bolsas de valores europeias e as sinalizações do Legislativo em relação ao avanço da pauta econômica do governo têm o potencial de animar a abertura do Ibovespa.
Lembrando ainda que deverão depor perante a CPI da pandemia ao longo desta semana os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta (3ª feira), Nelson Teich (3ª) e Eduardo Pazuello (4ª), além do atual ocupante da pasta, Marcelo Queiroga (5ª).
No exterior, além de uma saraivada de índices de gerentes de compra oriundos dos Estados Unidos, da Europa e da China, o destaque entre os indicadores fica por conta do payroll, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho norte-americano. Nos EUA, a também carregada agenda de balanços corporativos terá como destaques a Berkshire Hathaway (segunda-feira), a Pfizer (terça-feira) e a Moderna (quinta-feira).
Balanços para dar e vender
Por aqui, dezenas de componentes do Ibovespa e de empresas listadas na B3 divulgarão ao longo da semana seus resultados trimestrais. Confira os balanços mais esperados para esta semana no Brasil.
Segunda-feira (3)
- BB Seguridade, Itaú Unibanco, Localiza e PetroRio (depois do fechamento)
- Lojas Renner e Fleury (sem horário confirmado)
Terça-feira (4)
- Bradesco (depois do fechamento)
- Minerva (sem horário confirmado)
Quarta-feira (5)
- Gerdau (antes da abertura)
- Braskem, Copel, Pão de Açúcar, TIM, Totvs e Ultrapar (depois do fechamento)
- Taesa e Engie (sem horário confirmado)
Quinta-feira (6)
- Ambev, B3, Banco do Brasil, JHSF, Lojas Americanas e NeoEnergia (depois do fechamento)
- Azul e B2W (sem horário confirmado)
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