Esquenta dos mercados: semana agitada tem decisão do Fed, ata do Copom, balanços e mais tensões políticas
O que mexe com a bolsa e os mercados nesta semana: PEC dos precatórios, ata do Copom, decisão do Fed e balanços; confira no Seu Dinheiro

A semana é marcada pelo feriado de Finados, nesta terça-feira (2) — e semana com feriado sempre é mais tranquila, certo? Bem... não necessariamente. Os próximos dias serão marcados por uma agenda econômica carregada: por aqui, a ata da última reunião do Copom servirá para calibrar as apostas do mercado quanto aos próximos passos do BC; nos Estados Unidos, o Fed se reúne e deve começar a retirada gradual de estímulos da economia.
E isso sem falar na temporada de balanços, que conta com gigantes como Itaú Unibanco (ITUB4), GPA (PCAR3), CSN (CSNA3), Embraer (EMBR3) e Cielo (CIEL3), entre outras empresas — e sem entrar no mérito da constante tensão política que ronda Brasília, com o teto de gastos ainda no centro das atenções do mercado.
Sendo assim, por mais que a semana seja mais curta, isso não quer dizer que ela será uma moleza: o mês de novembro começa com tudo no Brasil, com inúmeros fatores que podem fazer preço nos ativos. Comecemos pela agenda econômica doméstica.
Dias agitados no Brasil
Por aqui, o Banco Central divulga na quarta-feira (3), às 7h, a ata da última reunião do Copom — o documento costuma ser publicado às terças, mas será adiado em um dia por causa do feriado. E o mercado aguarda ansiosamente pelo texto, uma vez que a última decisão de política monetária trouxe mudanças significativas na postura do BC.
A começar pela elevação no ritmo de alta da Selic: a autoridade vinha subindo os juros em 1 ponto percentual por reunião, mas pisou no acelerador e aumentou a taxa em 1,5 ponto — e já sinalizou que fará o mesmo no encontro de dezembro, o que levaria a Selic a 9,25% ao ano.
Por mais que o BC tenha apertado o ciclo de alta nos juros, parte do mercado ainda se mostrou frustrada: alguns economistas e analistas financeiros consideraram o tom adotado pelo Copom como moderado, dada a inflação ainda elevada no país e a deterioração das perspectivas fiscais.
Leia Também
Sendo assim, a ata do Copom será útil para que o mercado entenda exatamente qual é a visão do Banco Central nesse momento e o que ele vislumbra para o curto e médio prazo. Há espaço para mais altas na Selic ao longo de 2022? Se sim, até que ponto vai o aperto monetário? Como ficam as expectativas para a inflação no ano que vem e em 2023?
A ata do Copom é o principal dado da agenda econômica local nesta semana. Mas, ainda por aqui, destaque também para o boletim Focus desta segunda-feira (8h25), que deve trazer uma correção significativa das expectativas para inflação e PIB em 2022, e para a produção industrial em setembro — veja abaixo os eventos domésticos nos próximos dias:
- Segunda (1): Boletim Focus (8h25);
- Terça (2): Mercados fechados (feriado de Finados);
- Quarta (3): Ata do Copom (7h);
- Quinta (4): Produção industrial em setembro (9h).
Em paralelo, o noticiário político deve continuar fazendo preço nos mercados brasileiros. Há a expectativa de que a PEC dos Precatórios seja votada na quarta-feira (3) — caso aprovada, abre-se espaço no Orçamento para o pagamento do Auxílio Brasil, uma manobra que é vista pelo mercado como um rompimento do teto de gastos.
As incertezas relacionadas à Petrobras (PETR3 e PETR4) também continuam no radar: declarações do presidente Jair Bolsonaro durante a cúpula do G20, afirmando que a estatal 'é um problema', colocam lenha na fogueira e mantém os investidores em alerta quanto a uma possível intervenção do governo na política de preços da petroleira.
Por fim, um movimento de greve de caminhoneiros foi anunciado nesta segunda-feira, embora a adesão ainda seja incerta; é mais uma questão a entrar no radar do mercado.
Exterior carregado — e positivo
Apesar desses inúmeros focos de preocupação doméstica, os ativos locais têm espaço para se recuperar nesta segunda-feira (1), especialmente o Ibovespa, que amargou baixa de mais de 6% em outubro. E isso porque os mercados acionários internacionais têm uma sessão positiva neste início de semana, sem maiores sobressaltos.
Na Ásia, a bolsa Japão fechou em forte alta de 2,61%; os mercados da Coréia do Sul (+0,28%) e de Taiwan (+0,48%) também subiram, embora com intensidade menor. Na China, os principais índices tiveram um pregão misto, sem se afastar muito da estabilidade.
Na Europa, as principais praças sobem em bloco e exibem ganhos firmes: Alemanha, França e reino Unido avançam entre 0,5% e 1% nesta manhã, dando sustentação ao Euro Stoxx — o índice pan-europeu de ações tem alta de 0,7%.
Por fim, os futuros do Dow Jones (+0,44%), S&P 500 (+0,40%) e Nasdaq (+0,40%) aparecem no azul, assim como os contratos de petróleo. Sem grandes eventos previstos para hoje no exterior, os mercados aproveitam para subir — a exceção ficou com a China, cujos indicadores de atividade ficaram abaixo das expectativas.
Mas se hoje o dia é tranquilo, o restante da semana tende a ser bem agitado. Na quarta-feira (3), o Fed se reúne e há a expectativa de que o BC americano finalmente comece a retirar os estímulos da economia do país — a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente da autarquia, às 16h30, será acompanhada de perto. Na sexta (5), é a vez do payroll nos EUA.
Veja abaixo a agenda internacional prevista para a semana:
- Quarta (3):
- Zona do euro: taxa de desemprego em setembro (7h);
- EUA: dados da ADP sobre o mercado de trabalho em outubro (9h15); decisão de juros do Fed (15h) e coletiva de imprensa (16h30).
- Sexta (5):
- Zona do euro: vendas no varejo em setembro (7h);
- EUA: Payroll de outubro (9h30).
Balanços e mais balanços
No front da temporada de balanços, os resultados voltam a ser divulgados na quarta-feira (3) — o feriado deu uma pausa na agenda. Mas, nos três dias restantes da semana, o calendário mostra um número elevado de empresas reportando seus números:
Nome | Código da ação | Data da divulgação | Horário de divulgação | Teleconferência |
Banco Pan | BPAN4 | 03/11 | Antes da abertura | 03/11, 10h |
AES Brasil | AESB3 | 03/11 | Após o fechamento | 05/11, 14h |
Cielo | CIEL3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 14h |
Copasa | CSMG3 | 03/11 | Após o fechamento | 05/11, 11h |
CSN | CSNA3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 11h30 |
CSN Mineração | CMIN3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 10h |
GPA | PCAR3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 11h |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 9h |
Marcopolo | POMO4 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 11h |
Pague Menos | PGMN3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 10h |
Petro Rio | PRIO3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 15h |
Rede D'Or São Luiz | RDOR3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 11h |
Ultrapar | UGPA3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 11h |
Unidas | LCAM3 | 03/11 | Após o fechamento | 04/11, 13h |
Banco ABC Brasil | ABCB4 | 04/11 | Antes da abertura | 05/11, 9h30 |
Banco Bradesco | BBDC4 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 10h30 |
BK Brasil | BKBR3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 11h |
BR Properties | BRPR3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 11h |
Eneva | ENEV3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 11h |
Engie Brasil | EGIE3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 11h |
JHSF | JHSF3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 15h |
Minerva | BEEF3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 10h |
Omega Geração | OMGE3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11 |
Tegma Gestão Logística | TGMA3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 14h |
Tenda | TEND3 | 04/11 | Após o fechamento | 05/11, 10h |
Embraer | EMBR3 | 05/11 | Antes da abertura | 05/11, 11h |
M Dias Branco | MDIA3 | 05/11 | Após o fechamento | 08/11 |
No exterior, a farmacêutica Pfizer (PFIZ34) divulga seus números na terça (2), antes da abertura; na quinta (4), é a vez de Uber (U1BE34), antes da abertura, e MercadoLibre (sem horário definido). Confira aqui o calendário completo de divulgação de balanços no terceiro trimestre.
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC