🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

IPO 'esquecido'

A Moura Dubeux tem a maior queda entre as novatas da bolsa. É hora de comprar?

Focada no mercado de média/alta renda do Nordeste, a Moura Dubeux amarga queda de mais de 50% desde o IPO, apesar do bom momento operacional

Victor Aguiar
Victor Aguiar
20 de abril de 2021
14:09 - atualizado às 18:58
Eztec Direcional Cyrela CYRE3 Gafisa Kinea PDG PDGR3 Moura Dubeux MDNE3 ações MRV MRVE3 Construtoras Incorporadoras EZTC3 Lula Nexpe Tenda
Imagem: Shutterstock

Desde o começo do ano passado, 41 empresas estrearam na bolsa brasileira. Naturalmente, muito se fala sobre as ações que dispararam desde o IPO, como Locaweb, Méliuz e Sequoia, mas o outro extremo desse ranking é igualmente relevante. E, liderando a ponta negativa, aparece a construtora e incorporadora Moura Dubeux, focada no segmento de média/alta renda no Nordeste.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lançadas ao mercado em fevereiro de 2020 ao preço unitário de R$ 19,00, as ações ON da companhia (MDNE3) fecharam o último pregão a R$ 8,98, amargando uma queda de 52,7% desde a abertura de capital. Uma baixa relevante e que nos leva a uma dúvida: esse desconto é justificado ou os papéis representam uma boa oportunidade de investimento?

A própria Moura Dubeux fez um movimento que dá a entender que a empresa está desconfortável com o atual nível de preços de suas ações. Mais cedo, a construtora e incorporadora sediada em Recife (PE) anunciou um programa de recompra de até 10% das ações em circulação.

Ou seja: a empresa pretende adquirir, via negociação em bolsa num período de 12 meses, até 5,7 milhões de papéis — uma quantia relevante e que tende a puxar as cotações para cima, considerando que o montante disponível para negociação será menor.

A notícia não deu muito ânimo para as ações da Moura Dubeux, que chegaram a cair 1,56% na mínima do dia. Mas os papéis enfim fecharam com ganho de 1,22%, a R$ 9,09.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Moura Dubeux e o IPO 'esquecido'

E o que explica esse desempenho tão ruim das ações da Moura Dubeux?

Leia Também

Antes de analisarmos as métricas operacionais e financeiras da companhia, é importante entendermos a relação do mercado com os papéis. A construtora estreou na bolsa em fevereiro de 2020, portanto antes do início da pandemia — e, com o terremoto visto em março, as ações ficaram "esquecidas", sem atrair grande interesse de investidores ou de casas de análise.

Até hoje, apenas cinco grandes instituições financeiras possuem cobertura para a Moura Dubeux: Itaú BBA, Credit Suisse, Eleven, Banco do Brasil e Bradesco BBI. Todas têm recomendação de compra.

Há ainda a questão geográfica: trata-se de uma construtora e incorporadora cujas atividades estão concentradas na região Nordeste, o que faz com que muitos investidores não tenham familiaridade com a empresa. Para se ter uma ideia, o volume médio diário negociado (ADTV, na sigla em inglês) é de cerca de US$ 1,5 milhão — uma cifra bastante baixa, dentro dos padrões brasileiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Novamente, o timing jogou contra a Moura Dubeux: a tese de investimento nos IPOs de "gigantes regionais", como Quero-Quero e Grupo Mateus, ganhou força apenas no segundo semestre de 2020, quando havia maior clareza em relação à dinâmica da pandemia.

Vale também destacar o grande número de companhias do setor que fizeram IPO: Mitre Realty, Melnick, Plano&Plano, Lavvi e Cury abriram capital ano passado, aumentando a concorrência num segmento que já tinha inúmeras possibilidades de investimento. A Moura Dubeux, mais uma vez, ficou de escanteio.

Por fim, há o ambiente macroeconômico desfavorável, com uma previsão de alta nas taxas de juros no longo prazo — o que é particularmente ruim para construtoras e incorporadoras, considerando o tempo estendido dos financiamentos imobiliários.

Moura Dubeux: desempenho das ações desde o IPO

Bom momento operacional

Dito tudo isso, vamos à análise da companhia em si — e os números apresentados pela Moura Dubeux mostram uma imagem distante da sugerida pelo mau desempenho das ações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Começando pela prévia operacional do primeiro trimestre de 2021, divulgada no último dia 12. A empresa lançou dois empreendimentos entre janeiro e março deste ano, com um valor geral de vendas (VGV) líquido de R$ 90 milhões — não houve lançamentos no mesmo período de 2020.

No lado da comercialização, os dados foram ainda mais animadores: as vendas e adesões líquidas chegaram a R$ 244 milhões, alta de 272%; os distratos avançaram num ritmo muito menor: crescimento de 27%, para R$ 14,8 milhões. Com isso, a relação entre vendas líquidas e distratos mostra tendência de baixa relevante, fechando o trimestre em 5,7% — uma queda de 9,4 pontos percentuais em um ano.

Evolução das vendas e distratos da Moura Dubeux a cada trimestre. Fonte: Moura Dubeux

No lado financeiro, a Moura Dubeux fechou 2020 com receita líquida de R$ 513,3 milhões, alta de 25,9% na comparação com 2019 — um avanço importante, considerando as dificuldades enfrentadas pelo setor durante a pandemia.

O resultado operacional, no entanto, foi fortemente impactado pelo aumento nas despesas, ficando negativo em R$ 72,3 milhões no ano passado. Ao fim do balanço, a empresa teve prejuízo de R$ 100,1 milhões, praticamente estável em relação a 2019, quando a perda foi de R$ 96,3 milhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No lado do endividamento, a empresa está praticamente zerada: a dívida líquida era de apenas R$ 7,2 milhões ao fim de 2020 — vale lembrar, no entanto, que boa parte dos recursos obtidos com o IPO foi destinada ao pagamento de compromissos financeiros, o que não foi bem visto pelo mercado.

Analistas confiantes

Como dito acima, as cinco casas de investimento com cobertura para as ações da Moura Dubeux possuem recomendação de compra. Veja abaixo os preços-alvos e o potencial implícito de ganho, considerando o fechamento de ontem:

  • Itaú BBA: R$ 15,00 (alta de 67%)
  • Credit Suisse: R$ 15,00 (alta de 67%)
  • Eleven: R$ 14,00 (alta de 56%)
  • Banco do Brasil: R$ 14,50 (alta de 61,5%)
  • Bradesco BBI: R$ 16,00 (alta de 78,2%)

E o que explica esse otimismo todo? Mais do que as condições financeiras ou as tendências operacionais, aparece um fator puramente técnico: a Moura Dubeux está sendo negociada com métricas de valuation bem inferiores às dos pares do setor.

Veja, por exemplo, o indicador preço/valor patrimonial (P/BV). A Moura Dubeux, hoje, é negociada a cerca de 0,75 vez — "um desconto de 50% em relação aos pares no setor de média renda, mesmo com um momento operacional parecido e positivo", comenta o Credit Suisse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Traduzindo: quando comparadas com companhias semelhantes, as ações da Moura Dubeux estão descontadas, sem nada que justifique esse preço mais baixo. Portanto, uma boa oportunidade de lucro, embora também acompanhada de certa dose de risco.

Afinal, a Moura Dubeux é uma empresa de porte muito menor do que Cyrela ou Even, por exemplo, o que também reduz o espaço no balanço para eventuais erros de estratégia. Além disso, a empresa de Recife está no início de um novo período de expansão, enquanto seus pares já estão num ponto mais confortável desse ciclo.

Por fim, há o próprio efeito liquidez: por mais que a recompra de 10% possa dar impulso às cotações, ela também tende a reduzir o volume negociado na bolsa e dificultar uma transação rápida, se necessário — um risco que deve ser embutido no preço dos ativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NUCEL VEIO COM TUDO

Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda

15 de dezembro de 2025 - 13:45

Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor

PREPAREM O BOLSO

Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas

15 de dezembro de 2025 - 13:23

Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos

EFEITO DO APAGÃO

Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões

15 de dezembro de 2025 - 12:40

Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão

HORA DE COMPRAR

Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025

15 de dezembro de 2025 - 11:59

Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?

QUEM PAGA A CONTA?

Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar

15 de dezembro de 2025 - 11:17

O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça

NOVA LIDERANÇA

Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando

15 de dezembro de 2025 - 10:44

Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica

DA CONCESSÃO AOS APAGÕES

São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa

14 de dezembro de 2025 - 18:19

Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída

SP SEM LUZ

Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia

14 de dezembro de 2025 - 11:13

O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo

SOB PRESSÃO

Cemig (CMIG4) promete investir cifra bilionária nos próximos anos, mas não anima analistas

13 de dezembro de 2025 - 16:33

Os analistas do Safra cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,20 para R$ 12,50, indicando um potencial de alta de 13% no próximo ano

PROCESSO DE REETRUTURAÇÃO

Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures

13 de dezembro de 2025 - 15:40

Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa

EM RESTRUTURAÇÃO

Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’

13 de dezembro de 2025 - 13:26

Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos

LUZ NO FIM DO TÚNEL

Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional

13 de dezembro de 2025 - 10:28

As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos

SEXTOU

Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada

12 de dezembro de 2025 - 19:57

Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte

MERCADO DE AÇÕES VAI ESQUENTAR?

BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira

12 de dezembro de 2025 - 19:15

A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?

NAS PASSARELAS DO MERCADO

Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?

12 de dezembro de 2025 - 18:01

Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo

OS NEGÓCIOS DE SILVIO

O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso

12 de dezembro de 2025 - 16:51

Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano  

CHOQUE NO BOLSO

Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia

12 de dezembro de 2025 - 16:15

Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo

EFEITO MONSTER

De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário

12 de dezembro de 2025 - 14:33

A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho  

TENTA SE REERGUER

Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão

12 de dezembro de 2025 - 14:01

Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial

ALGUNS BILHÕES MENOS RICO

Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA

12 de dezembro de 2025 - 10:56

A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar