Americanas quer unificar as ações AMER3, LAME3 e LAME4 — e virar um nome de peso na bolsa
A Americanas (AMER3) quer simplificar a estrutura e incorporar a Lojas Americanas (LAME3 e LAME4), melhorando a governança e a liquidez
Quando o assunto é varejo e e-commerce, Magazine Luiza e Via costumam ser os nomes de referência para os investidores — a Americanas sempre fica meio de escanteio. E não à toa: a estrutura acionária da empresa é, no mínimo, confusa. Há a Lojas Americanas, holding do grupo e que tem ações LAME3 e LAME4 na bolsa, mas também há a Americanas S.A., fruto da união operacional com a B2W, com seus próprios papéis AMER3 na B3.
Mas, no que depender da própria companhia, essa bagunça está com os dias contados. A Americanas divulgou hoje um plano para unificar suas bases e simplificar sua organização — e, de quebra, aumentar a liquidez de seus ativos na bolsa. Um passo que pode ajudar suas ações, que têm sofrido bastante em 2021.
Para se ter uma ideia, os papéis da Americanas S.A. (AMER3) amargam perdas de quase 60% no ano, enquanto Lojas Americanas PN (LAME4) recua 55%; entre os analistas, as visões para os ativos costumam ser neutras: não há quase ninguém pessimista, mas também não há grandes manifestações de confiança em relação à companhia.

Pela proposta, apenas a Americanas S.A. continuará existindo; assim, somente as ações AMER3 permanecerão na bolsa. Para tal, a empresa pretende emitir 350 milhões de novos papéis em favor dos detentores de LAME3 e LAME4, sem distinção pelo tipo de ativo.
A arquitetura da operação passa pelos controladores da empresa, os megainvestidores Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles. Eles permaneceriam com 29,2% da nova Americanas, mantendo-se no posto de acionistas de referência — os 70,1% restantes ficariam em circulação no mercado.
AMER3, LAME3 e LAME4: fim da sopa de letrinhas
E por que unificar as bases em torno da Americanas S.A. e das ações AMER3 pode ter implicações positivas para a tese de investimentos na empresa?
Leia Também
Em primeiro lugar, a Americanas S.A. faz parte do Novo Mercado da B3, o segmento de negociação com os mais elevados padrões de governança corporativa — a Lojas Americanas, por ter papéis ON e PN e, consequentemente, não oferecer os mesmos direitos a todos os acionistas, tem uma governança pior.
Em segundo, há o chamado desconto de holding: por terem mais camadas administrativas, custos extras e impostos adicionais, as ações desse tipo de empresa sempre passam por alguma correção negativa em suas cotações. Além disso, holdings costumam ter investimentos em diversos negócios — alguns melhores que outros —, o que também afeta sua precificação.
É o caso de Itaúsa (ITSA4), a holding de investimentos do Itaú Unibanco — e que também tem participação na Alpargatas e na Dexco, entre outras. Bradespar (BRAP4), veículo do Bradesco que possui uma fatia relevante na Vale (VALE3), é outro exemplo clássico.
Por fim, há uma questão matemática envolvendo a liquidez. Atualmente, a base de Americanas S.A. tem 903 milhões de ações, dos quais 47% estão em circulação no mercado — algo perto de 425 milhões de papéis.
Caso a operação corra conforme o planejado, a base subiria para 1,25 bilhão de ações AMER3, com 70,1% em circulação — ou 880 milhões de papéis. Ou seja, o free float da empresa quase dobraria, o que facilitaria as negociações em bolsa e, potencialmente, atrairia mais acionistas.
Americanas: Lemann, Telles e Sicupira continuam no barco
Presentes desde a década de 80 na empresa, os megainvestidores permanecerão com uma fatia de 29,2% na Americanas S.A., abrindo mão do controle sem exigir um prêmio para tal.
O rearranjo, no entanto, inclui uma cláusula de defesa — a chamada poison pill. Caso algum novo acionista atinja uma fatia de 15% na Americanas, ele obrigatoriamente deverá fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) a todos os outros investidores da companhia. Na prática, é um mecanismo para evitar que alguém rivalize com Lemann, Telles e Sicupira no posto de principais acionistas.
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
