Cade aprova fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) com restrições mais duras; ações sobem mesmo assim
O Tribunal do Cade decidiu favoravelmente à operação, por 3 votos a 2; Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) terão que vender ativos
O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou há pouco, por três votos a dois, a fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3). O sinal verde, no entanto, foi condicionado à adoção de algumas restrições por parte das companhias — os chamados 'remédios' que diminuam a concentração de mercado no setor.
A aprovação já era esperada pelo mercado, uma vez que a Superintendência-Geral do Cade já tinha dado o seu aval para a operação, desde que parte dos ativos da companhia fundida fosse vendido. Com a confirmação pelo Tribunal, as ações das duas companhias operam em alta nesta quarta-feira (15): por volta de 16h45, os papéis da Localiza (RENT3) subiam 2,89%, a R$ 59,15, enquanto os ativos da Unidas (RENT3) avançavam 4,24%, a R$ 26,57.
Combinadas, Localiza e Unidas teriam um lucro anual de R$ 1,18 bilhão, com base nos resultados de 2019 — os remédios estabelecidos pelo Cade, no entanto, tendem a diminuir o tamanho da nova empresa, especialmente com a venda de ativos no segmento de aluguel (Rent-a-car, ou RAC, em inglês).
Acionistas da Unidas receberão 0,44682380 ação ordinária de emissão da Localiza, segundo a relação de troca estabelecida em setembro de 2020, quanto a transação foi anunciada ao mercado. Ao final da operação, os atuais acionistas da Localiza ficariam com 76,9% da companhia combinada, e os da Unidas, com 23,1%.
Localiza + Unidas: o que diz o Cade
A discussão no Tribunal do Cade se arrastou por quase três horas. Por mais que o posicionamento dos conselheiros tenha sido bastante divergente — dois deles, afinal, votaram pela reprovação da fusão —, todos concordaram que era preciso adotar mecanismos para evitar a concentração excessiva de poder econômico por parte da nova empresa.
Esses mecanismos são sigilosos, mas a relatora do caso no Cade, Lenisa Prado, revelou as diretrizes gerais do que precisará ser feito. A maior parte dos remédios envolve o segmento de RAC — o aluguel de veículos para consumidores pessoa física —, uma vez que Localiza e Unidas já são as duas grandes empresas do setor.
Leia Também
Segundo ela, Localiza e Unidas se comprometeram com um "desinvestimento em RAC significativamente superior ao negociado com a Superintendência-Geral" — a relatora classificou como "espantosa" a fatia a ser vendida pelas empresas para levar a fusão adiante.
Vale lembrar que, em 2017, a Unidas já tinha se fundido com a Locamérica: enquanto a primeira era particularmente forte no RAC, a segunda tinha foco na gestão de frotas; a combinação, assim, criou a segunda maior empresa do setor no Brasil, atrás somente da própria Localiza.
De acordo com o Broadcast, as partes teriam se comprometido a vender a marca Unidas, de modo a evitar uma superconcentração no segmento de locação à pessoa física. Além disso, as empresas também pretendem vender mais de 70 mil veículos para alguma empresa rival.
RENT3 + LCAM3: o que o mercado achou
Um analista que acompanhou de perto o julgamento no Cade destaca que, a priori, as restrições impostas para que a operação seja liberada são mais intensas que as ventiladas há alguns meses, na etapa de análise pela Superintendência-Geral do órgão — na ocasião, falava-se numa venda de 20 mil a 40 mil veículos do RAC.
"De fato, foram remédios um pouco mais duros do que o mercado imaginava, mas [a fusão] tem sinergias óbvias", disse ele, em condição de anonimato. Nesse sentido, outra novidade é a liberação para a entrada de concorrentes estrangeiros no mercado doméstico, como a Alamo, o que também elevaria a competição por aqui.
Para um gestor de ações de uma asset paulista, a venda de parte da frota do RAC não chega a preocupar, uma vez que esses ativos podem ser repostos rapidamente pela companhia combinada. "O resultado é positivo, mas precisamos entender melhor qual o tamanho dos remédios para quantificar o impacto", disse ele.
Desde que o plano de combinação entre as empresas foi anunciado, em setembro de 2020, as ações da Localiza (RENT3) e da Unidas (LCAM3) acumulam desempenhos bastante positivos, com ganhos que superam os dois dígitos. No acumulado do ano, no entanto, os papéis aparecem no vermelho, afetados pela instabilidade que toma conta da bolsa neste segundo semestre.

Em linhas gerais, a combinação entre Localiza e Unidas cria um gigante no setor de locação de veículos e gestão de frotas, com amplo alcance geográfico e poder elevado de negociação com as montadoras para a aquisição de novos carros. Além disso, a escala maior também permite que a gigante pratique preços mais agressivos, tanto no aluguel quanto na venda de seminovos.
Dito isso, o eventual comprador de parte de frota de RAC da Localiza-Unidas tenderá a emergir como um competidor de escala razoável no segmento de aluguel de veículos à pessoa física. Empresas como Movida (MOVI3) e Ouro Verde seriam as naturais postulantes à frota, muito embora alguns agentes de mercado acreditem que a Movida deva enfrentar barreiras para tal, uma vez que a sua expansão nessa magnitude criaria uma espécie de duopólio.
Localiza e Unidas comemoram
Em nota enviada ao Seu Dinheiro, a Localiza afirma que a operação "resultará na criação de uma plataforma de mobilidade, que irá oferecer soluções inovadoras que garantam maior acesso à locação de carros à população e a empresas, além de proporcionar melhor experiência, comodidade e conveniência aos clientes".
A companhia ressalta que a conclusão ainda está condicionada à aprovação, pelo Cade, do comprador dos ativos a serem vendidos, e que as duas partes continuarão operando de forma independente até o fechamento da transação.
A Unidas, por sua vez, diz que a nova gigante nasce em um cenário de alta demanda por aluguel de veículos, e que "a nova empresa estará pronta para desenvolver agenda ESG robusta e acelerar sua frente de tecnologia para gerar valor aos seus públicos de relacionamento, sociedade e meio ambiente".
*Procuradas, Movida e Ouro Verde preferiram não comentar a decisão do Cade.
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
