CSN Cimentos faz compra bilionária no Nordeste e reforça as estruturas antes do IPO
Com a aquisição do grupo Elizabeth, a CSN Cimentos eleva sua capacidade de produção em 28% antes do IPO e aumenta sua exposição ao Nordeste
Atualmente, há 38 companhias na fila da CVM para tentar um IPO. Os perfis são os mais variados: da Hortifruti Natural da Terra ao TradersClub; da Multilaser à SmartFit. Uma das aberturas de capital mais aguardadas dessa lista é a da CSN Cimentos — e a companhia anunciou há pouco uma aquisição que aumenta de forma relevante sua participação de mercado.
Numa transação de R$ 1,08 bilhão, a subsidiária da CSN fechou a compra da Elizabeth Cimentos e da Elizabeth Mineração — o grupo atua no Nordeste e é especialmente forte na Paraíba e em Pernambuco. A cifra engloba pagamento em caixa, aporte de capital e dívidas.
Com a compra, a capacidade produtiva da CSN Cimentos vai aumentar em 28%, chegando a 6 milhões de toneladas por ano. E, mais que isso: a companhia mandou um recado para o resto do setor.
"Este movimento se insere na estratégia de expansão da CSN Cimentos em meio à recuperação do consumo de cimento no Brasil, demonstrando a capacidade da empresa de assumir papel de destaque na consolidação do setor", diz a empresa, em comunicado à CVM.
Ou seja: com planos para um IPO nu futuro próximo, a CSN Cimentos diz que quer ser o maior player do segmento — uma sinalização nítida para os investidores que estejam com o pé atrás em relação à abertura de capital.
CSN Cimentos e a estratégia do IPO
O prospecto do IPO da CSN Cimentos ainda está numa fase preliminar; sendo assim, não há detalhes quanto ao cronograma, faixa de preço e potencial valor de mercado da companhia. Mas é possível entender alguns pontos estratégicos.
Leia Também
Em primeiro lugar: estamos falando de uma oferta primária de ações. Assim, 100% dos recursos irão para o caixa da companhia — a CSN não ficará com nada.
É uma estrutura diferente do IPO da CSN Mineração, que foi primária e secundária: dos R$ 5,2 bilhões levantados, apenas R$ 1,37 bilhão ficou com a empresa; o restante foi para a controladora e os sócios que venderam ações.
Ou seja: a CSN não fará o IPO da divisão de cimentos para fortalecer seu próprio caixa; a ideia é separar a subsidiária, de modo a destravar valor para ambas e facilitar o acesso ao crédito individual para as partes, além de aumentar o poder de fogo da CSN Cimentos.
"A companhia possui 5 projetos de expansão, que totalizam uma capacidade adicional de 11,2 milhões de toneladas de cimento e representam um investimento de aproximadamente R$ 6,2 bilhões", diz a empresa, no prospecto preliminar do IPO — tais planos dizem respeito apenas à expansão orgânica, sem considerar aquisições como a do grupo Elizabeth.
E, falando na compra anunciada hoje: há um potencial relevante de ganhos de sinergia, uma vez que, no momento, a CSN Cimentos tem suas operações concentradas na região Sudeste. Assim, o grupo Elizabeth é complementar em termos geográficos e também ajuda a empresa a estabelecer bases logísticas na região.
A cimenteira da CSN tem direito de exploração de jazidas de calcário em Sergipe, Pará e Ceará — assim, a integração da Elizabeth Cimentos será útil também para o momento em que tais ativos entrarem em operação.
CSN Cimentos em números
Em termos financeiros e operacionais, a CSN Cimentos conseguiu manter um bom desempenho mesmo em meio à pandemia, dando continuidade ao processo de crescimento visto nos anos anteriores à Covid-19.
De 2013 a 2020, a companhia registrou um crescimento anual médio de 10% no volume de cimento vendido; no Sudeste, a participação de mercado chegou a 14% no ano passado — em 2019, era de 8%.
Dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mostram que a região Sudeste é a que tem a maior demanda pelo produto: em 2020, foram consumidos 24,8 milhões de toneladas nos quatro estados da área, o que equivale a 44% de todo o consumo do país.
O Nordeste aparece no segundo lugar, com demanda de 11,7 milhões de toneladas, ou 20,9% do total — um dado que mostra a importância estratégica da região e que justifica os esforços da CSN Cimentos para aumentar sua participação nesse mercado.
A companhia pretende utilizar os recursos líquidos que estima receber com a oferta integralmente para fazer frente à parte dos recursos necessários à execução de seus projetos de expansão
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECSN Cimentos, no prospecto preliminar do IPO

O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
