🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

Balança, mas (ainda) não cai

Qual o destino da Evergrande? Veja quatro possíveis cenários para a crise da gigante chinesa

As ações da Evergrande subiram mais de 17% na bolsa de valores de Hong Kong após um acordo com credores. A situação, porém, está longe de ser resolvida. Saiba o que esperar

Ricardo Gozzi
23 de setembro de 2021
14:24 - atualizado às 13:42
Imagem de ponteiros

Estejam preparados para o pior. Esse teria sido o tom do alerta de autoridades chinesas a funcionários dos governos locais e regionais para o caso da Evergrande, conglomerado que é dono da segunda maior incorporadora imobiliária do país asiático.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos termos relatados por fontes à agência de notícias Dow Jones, membros do governo central teriam sugerido a “preparação para uma possível tempestade” com um colapso da Evergrande.

O verbo vem na condicional porque o relato vem baseado em fontes e as autoridades chinesas, ainda que procuradas, não se manifestaram sobre o tema.

Ao mesmo tempo, enquanto a notícia de um acordo com credores locais de títulos com vencimento na quinta-feira animou os investidores, os investidores estrangeiros aparentemente vão ficar a ver navios.

Enquanto muitos temem uma quebra desordenada da empresa, outros acreditam em uma saída organizada. Também há quem fale na possibilidade de reestruturação da multibilionária dívida da Evergrande, num resgate seguido de estatização da companhia e até mesmo numa crise que coloque um fim ao crescimento da economia da China.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante de tantos cenários possíveis, o Seu Dinheiro resolveu se aprofundar em cada um deles para deixar você a par do que está sendo discutido como solução para a crise da dívida que nos últimos dias dominou o noticiário sobre os mercados financeiros internacionais.

Leia Também

Cenário 1: Resgate da Evergrande

Comecemos então pelo cenário mais improvável. O resgate da Evergrande pelo governo da China é praticamente descartado por especialistas. Quem gostaria muito que acontecesse algum tipo de apoio estatal são os grandes fundos e bancos estrangeiros que são credores da incorporadora, o que inclui Ashmore Group, BlackRock, HSBC e UBS.

Para os analistas de crédito da S&P, entretanto, um resgate à Evergrande só aconteceria em um cenário muito extremo. “Nós acreditamos que o governo chinês se veria obrigado a intervir se houvesse amplo contágio e diversas grandes empreiteiras começassem a falir e passassem a representar um risco sistêmico para a economia”, afirmam eles.

Cenário 2: Uma reestruturação de sucesso

Outro cenário possível, mas também pouco provável, é que a Evergrande obtenha sucesso na reestruturação total de sua dívida. Nessa realidade alternativa, dentro de alguns meses ou anos a gigante teria a situação saneada e poderia voltar a se envolver nos grandiosos projetos que a transformaram na segunda maior incorporadora da China.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com dados da Refinitiv, a Evergrande tem uma dívida de US$ 305 bilhões (R$ 1,6 trilhão na cotação de hoje), sendo US$ 20 bilhões em moeda estrangeira.

É verdade que o governo e os bancos chineses estão empenhados nas negociações e os credores locais têm-se mostrado mais dispostos a negociar. Entretanto, especialistas consultados pela Reuters advertem que os detentores de bônus estrangeiros têm menos propensão a aceitar acordos, como ocorreu em crises de dívida recentes como a da Argentina.

Ainda que os credores externos detenham apenas 6,5% do bolo da dívida, o volume de US$ 20 bilhões é suficiente para que escritórios especializados no tema arrastem o imbróglio por anos.

Cenário 3: Colapso desordenado

Um eventual colapso desordenado da Evergrande é, de longe, o cenário mais temido. O potencial de desestabilização social, geopolítica e econômica na grande potência emergente deste início de século 21 não é desejado por ninguém, seja pelos credores, pelos fornecedores, pelos clientes, pelo governo chinês, pelos investidores do mercado financeiro e até por quem acha que não tem nada a ver com o pato.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A probabilidade de que isso ocorra, entretanto, é baixa. É preciso lembrar que um dos motivos da crise de liquidez da Evergrande e de outras grandes incorporadoras na China deriva do fato de o próprio governo ter entrado em ação para enquadrar o setor imobiliário à estratégia de “prosperidade comum”. Neste sentido, do ponto de vista de Pequim, o alto custo de moradia para a população é um problema maior do que a crise setorial em si.

Mas a China vai quebrar?

Na avaliação de Elias Jabbour, professor da UERJ e um dos principais especialistas brasileiros em China, a resposta é um enfático não.

“Primeiro, o sistema financeiro é estatal. Nenhum país quebra em moeda que ele mesmo emite”, afirma ele em vídeo sobre o tema. “Segundo, a conta de capitais da China é fechada. A moeda não é conversível. Então o risco de espraiamento da crise para o resto do mundo é muito pequena.”

Jabbour afirma ainda que a resposta do governo para a crise será política, e não econômica. “A solução vai passar por um enquadramento da Evergrande e do setor imobiliário à estratégia chinesa de prosperidade comum”, explica o professor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O governo tem em vista, segundo ele, fazer frente aos altos preços dos aluguéis, algo que tem causado grande insatisfação entre os chineses nos últimos anos.

Cenário 4: Quebra organizada

O cenário mais provável, na avaliação de especialistas, é uma quebra ordenada da Evergrande, com uma cisão da empresa ou a assimilação da massa falida por concorrentes ou até mesmo por uma cooperativa de trabalhadores, uma vez que o setor de construção chinês é privado.

“Os esforços provavelmente se concentrarão no resgate aos credores da Evergrande”, escreve Dinny McMahon, analista da consultoria Enodo Economics.

Neste cenário, a expectativa é de que o governo privilegie os pagamentos a empresas terceirizadas e fornecedores. Os compradores que já pagaram por imóveis não entregues também devem ser atendidos, seja pelo repasse das obras a outras construtoras ou pelo reembolso de valores já pagos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Com relação ao impacto para o sistema financeiro, o mais provável é que seja mínimo, com os detentores de bônus arcando com um forte desconto, mas com os bancos saindo do processo praticamente ilesos", conclui McMahon.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
CONSTRUINDO O FUTURO

BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes

26 de dezembro de 2025 - 19:44

Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região

FUNDO IMOBILIÁRIO

FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra

26 de dezembro de 2025 - 19:21

Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência

BATEU O MARTELO

OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta

26 de dezembro de 2025 - 17:33

Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história

PREGÃO TURBULENTO

Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares

26 de dezembro de 2025 - 16:46

Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação

EXCLUSIVO

Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares

26 de dezembro de 2025 - 16:01

Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group

NOVELA CORPORATIVA

IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3

26 de dezembro de 2025 - 14:00

A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto

GRANDE COMPRA

Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história

26 de dezembro de 2025 - 13:21

Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup

FIM DA DISPUTA

Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3

26 de dezembro de 2025 - 12:30

O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas

DISPUTA DE ACIONISTAS

Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo

26 de dezembro de 2025 - 11:45

Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações

MAIS CHINELOS NO CARRINHO

Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas

26 de dezembro de 2025 - 9:36

Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação

NEGÓCIOS

Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa

25 de dezembro de 2025 - 18:11

CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill

MAIS AÇÕES

Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão

25 de dezembro de 2025 - 15:15

Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões

MARCA FIT

Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões

25 de dezembro de 2025 - 8:00

Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades

CHUVA DE PROVENTOS

Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar

24 de dezembro de 2025 - 12:00

O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos

GRANDES MUDANÇAS

Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar

24 de dezembro de 2025 - 11:15

A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA

COMPRAR OU VENDER?

O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações 

24 de dezembro de 2025 - 10:38

Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026

ATENÇÃO, ACIONISTAS!

B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições

23 de dezembro de 2025 - 19:38

Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões

COMPRAR OU VENDER?

2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações

23 de dezembro de 2025 - 19:33

O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%

RECALCULANDO A ROTA

Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão

23 de dezembro de 2025 - 18:55

Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação

UM NOVO GÁS

Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos

23 de dezembro de 2025 - 16:29

Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar