CCR vai pagar R$ 1,2 bilhão ao governo de São Paulo, e isso é bom para a empresa; saiba os motivos
Concessionárias AutoBan, SPVias e ViaOeste terão que pagar valores para encerrar discussão judicial sobre aditivos firmados em 2006, além de rever taxas de retorno em contratos

Pagar um valor bilionário, revisar contratos, e assumir compromisso de fazer mais investimentos. Esta combinação, que poderia ser considerada um problema para a grande maioria das empresas, é vista pelos analistas como libertadora para a CCR.
A empresa anunciou um acordo com o governo de São Paulo para encerrar uma discussão judicial que envolve três de suas concessionárias de rodovias mais importantes.
AutoBan, que administra o sistema Anhanguera-Bandeirantes, ViaOeste, das rodovias Castello Branco e Raposo Tavares, e SPVias, que também administra 516 quilômetros em várias rodovias paulistas, terão que pagar um total de R$ 1,2 bilhão para o Estado.
Serão R$ 585 milhões da ViaOeste, R$ 352 milhões a serem pagos pela AutoBan e outros R$ 263 milhões pela SPVias. Todos os pagamentos devem ser feitos no prazo de 15 dias.
O governo de São Paulo vinha questionando aditivos firmados em 2006 pela Agência Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), com o objetivo de promover reequilíbrio financeiro dos contratos de concessão.
Posteriormente, o Estado pediu a anulação destes aditivos, alegando que eles beneficiavam as concessionárias de forma equivocada. A discussão chegou a ser levado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Leia Também
Além dos pagamentos acertados no acordo, as empresas terão que diminuir a Taxa Interna de Retorno (TIR) dos contratos, além de fazer novos investimentos nas rodovias que administram.
Mas então, por que a empresa e principalmente seus acionistas podem se beneficiar depois do acordo?
Os analistas explicam
O BTG Pactual e o Credit Suisse têm uma avaliação muito parecida quando se trata do Valor Presente Líquido a ser gerado pelo acordo.
Os bancos projetam que a CCR deve ganhar entre R$ 8,2 bilhões e R$ 8,3 bilhões em valor de mercado, ou cerca de R$ 4 por ação da companhia. Este valor corresponde a aproximadamente 30% do preço atual dos papéis.
Isso porque o fechamento do acordo tira da empresa um fator de risco futuro, já que era difícil prever o resultado de um eventual prolongamento das ações judiciais por parte do governo paulista.
A diferença entre os dois bancos estava nas expectativas. O Credit Suisse já havia precificado este ganho de valor resultante do acordo, enquanto o BTG não. A diferença está no preço-alvo estabelecido pelos dois bancos.
No suíço, o preço-alvo já estava em R$ 21,50, enquanto no BTG é de R$ 18. Em ambos, a recomendação já era de Compra, e não foram feitas atualizações na perspectiva para o valor da ação.
Sendo assim, o preço-alvo do Credit Suisse projeta uma valorização de quase 70% para a ação da CCR. Os analistas acreditam que a companhia terá que fazer investimentos adicionais da ordem de R$ 4,2 bilhões, com o contrato da AutoBan sendo renovado para até 2035.
“Levando-se em conta o cenário atual, esperamos que a CCR exerça um papel de protagonista nos leilões de infraestrutura que o governo federal vai lançar, se beneficiando de uma competição menor”, dizem os analistas do BTG.
Além disso, o banco acredita que o mercado ainda não se deu conta da grande mudança cultural que está em curso dentro da empresa, principalmente após as trocas recentes no alto escalão da CCR.
CCR (CCRO3) ou EcoRodovias (ECOR3)? O Credit Suisse aponta qual a via mais rápida para o lucro na bolsa
O banco suíço tem recomendação de compra para ambas as empresas e vê potencial de alta de mais de 40% para as ações. Mas o portfólio de uma delas é visto como mais sólido no momento
Credit Suisse coloca o pé no freio com a EcoRodovias: banco rebaixa recomendação para ECOR3 e corta preço-alvo; ação cai na bolsa
Alta dos juros e custos de captação mais elevados foram os principais motivos alegados pela instituição financeira para a revisão
CCR (CCRO3) e Camil (CAML3) anunciam R$ 179 milhões em dividendos e ainda é possível garantir os proventos; veja como
Confira os valores, a data de corte para garantir os proventos e também quando o dinheiro cairá na conta dos acionistas
Nova Dutra, velho conhecido: CCR (CCRO3) vence o leilão e mantém a rodovia por mais 30 anos; ações dispararam na B3
A CCR (CCRO3) ofereceu o maior desconto na tarifa de pedágio pela Dutra e, com isso, manteve a concessão da rodovia por mais 30 anos
A CCR (CCRO3) e o leilão da Dutra: o que está em jogo para a companhia?
A CCR (CCRO3) administra a Dutra desde 1996. Mas, com o novo leilão marcado para essa sexta (26), a empresa pode perder a concessão
CCR (CCRO3) compra participação de 6,33% da Riopar na VLT Carioca, que opera veículo leve sobre trilhos na Zona Portuária do Rio
Hoje, controlada da CCR possui 80,82% do capital social da VLT Carioca, e passará a deter 87,15% após a aquisição
TCU aprova plano de concessão da Dutra e dá aval à isenção de pedágio para motos
Atualmente a rodovia é administrada pela CCR, mas contrato, que já foi prorrogado, se encerra no começo do próximo ano, e haverá um novo leilão
Tráfego em rodovias cresce operadas pela CCR cresce 13,1%
Companhia também divulgou dados sobre mobilidade urbana e movimento em aeroportos
CCR aprova em conselho aumento de capital de controladas
No caso da CPA, o aumento será de R$ 1 milhão. Na CPC, o valor será de R$ 1,317 milhão. E para a CIIS, outros R$ 35,250 milhões
ViaMobilidade, da CCR, assina contrato de concessão para Linhas 8 e 9 da CPTM
Os valores da concessão não foram divulgados, e operação compreende manutenção, conservação, melhorias e expansão das linhas de trem
CCR assina acordo de acionistas com RuasInvest no Consórcio Via Mobilidade
Acordo prevê os porcentuais de participação de 80% da CCR e de 20% da RuasInvest no Consórcio ViaMobilidade Linhas 8 e 9
A batalha das concessões está só começando — e Ecorodovias e CCR preparam suas armas
Com uma série de leilões de infraestrutura previstos para os próximos meses, Ecorodovias e CCR se fortalecem para buscar novos contratos
CCR, Cyrela Realty, EcoRodovias, IRB, BR Malls, Magalu e Petrobras: os balanços que mexem com o mercado nesta sexta
Resultados das empresas no primeiro trimestre ajudam a movimentar o pregão nesta sexta; veja os principais números
CCR em disparada: por que a saída da Andrade Gutierrez do bloco de controle ajuda as ações?
As ações ON da CCR lideram os ganhos no Ibovespa após a Andrade Gutierrez receber proposta para a venda de sua fatia na companhia
A Ecorodovias ficará com a Imigrantes até 2033 — e a CCR só comemora
Empresas como Ecorodovias e CCR têm um trunfo na manga: ao firmarem contratos de longo prazo para a exploração de concessões de infraestrutura, elas têm grande previsibilidade de fluxo de caixa — um chamariz para os investidores que não gostam de fortes emoções. Portanto, estamos falando de um setor sem maiores emoções, certo? Bem… não […]
CCR e Marfrig anunciam pagamento de dividendos; confira os valores
Ambas pagam os proventos em 30 de abril; valores superam R$ 140 milhões de cada companhia
CCR vai receber R$ 79,5 milhões por obras realizadas em Confins, MG
Aditivo em contrato de concessão de aeroporto prevê mecanismo para reembolso futuro por obras, no montante de R$ 272,3 milhões
Ações de EcoRodovias disparam no Ibovespa após balanço e puxam CCR
Papéis estão entre os maiores ganhos percentuais do principal índice acionário da B3 nesta quinta-feira
CCR: Alerj recomenda retomar concessão de rodovia, mas governo é contra
Assembleia quer retomada da rodovia para reduzir tarifas, consideradas altas devido a irregularidades no contrato de concessão