Ações do Banco do Brasil e Eletrobras entram na onda de corte de recomendações com “risco Bolsonaro”
Temor dos analistas é que a decisão do presidente de mudar o comando da Petrobras seja apenas o início de uma maior intervenção do governo nas estatais
O risco de que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de mudar o comando da Petrobras seja apenas o início de uma maior intervenção do governo nas estatais levou a uma onda de revisões na recomendação para as ações de empresas estatais listadas na B3.
Diante do "risco Bolsonaro", o Credit Suisse decidiu rebaixar a indicação e o preço-alvo para os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) e da Eletrobras (ELET3/ELET6) e a Empiricus retirou o BB da lista de ações recomendadas depois de quase seis anos.
Como esperado, ambas as empresas desabam no pregão desta segunda-feira. Por volta das 12h, as ações do Banco do Brasil recuavam 11%, a segunda maior queda entre os papéis do Ibovespa — atrás apenas de Petrobras. Eletrobras PNB também aparece entre os destaques negativos, com uma baixa de 4,5%.
Eletrobras
O Credit também rebaixou as ações PNB da Eletrobras (ELET6) de outperform para neutro e as ON (ELET3) de neutro para underperform (equivalente a venda).
A estatal seria uma das potenciais afetadas caso Bolsonaro leve adiante o plano de mexer nas tarifas de energia elétrica, assim como ocorreu em 2012, quando a então presidente Dilma Rousseff editou uma medida provisória para tentar reduzir os preços colocando a conta nas empresas do setor.
Nas contas dos analistas do Credit, as tarifas podem subir por volta de 15% em 2021, com a alta da inflação medida pelos IGPs e a alta do dólar e o déficit de energia das usinas hidrelétricas. “Consequentemente, o governo pode estar estudando alternativas para amortecer o aumento.”
Leia Também
Lembrando que a Eletrobras já sofreu um baque no começo do ano com a decisão de Wilson Ferreira Junior de deixar a presidência da estatal.
Banco do Brasil
Os analistas do Credit Suisse também cortaram o preço-alvo de BBAS3 de R$ 46 para R$ 38 e rebaixaram a recomendação de "outperform" (equivalente a compra) para neutro, diante do aumento da percepção de risco de interferência política.
O Banco do Brasil já esteve na mira do presidente no mês passado, quando a instituição anunciou um programa de fechamento de agências e de demissão voluntária. A iniciativa irritou Bolsonaro, que ameaçou demitir o presidente do banco, André Brandão.
“Reiteramos nossa preferência pelos bancos privados, que oferecem um potencial de valorização muito mais atraente, sem mencionar o momento mais favorável”, escreveram os analistas, em relatório a clientes.
Sai BBAS3 entra BPAC11
Quem também decidiu tirar a recomendação para o BB foi a Empiricus, que mantinha a ação nas carteiras há quase seis anos. Em relatório, os analistas Max Bohm e Guilherme Ebaid dizem que em nenhum momento nesse período se sentiram ameaçados pela ingerência política, mas que a “nuvem negra” voltou a surpreender negativamente nos últimos meses.
“Apesar de continuarmos achando que BBAS3 é uma ação barata, o risco aumentou consideravelmente, mudando o racional do investimento. Entendemos que diante do aumento do risco para estatais, o banco continue depreciado por um horizonte mais longo.”
Para o lugar de Banco do Brasil, a Empiricus passou a recomendar os papéis do BTG Pactual (BPAC11) como uma forma direta de se expor à recuperação da economia e ao “financial deepening” (processo de sofisticação da carteira de investimentos das pessoas físicas), além da expansão do mercado de capitais brasileiro.
Leia também:
- Por que os analistas estão recomendando a venda das ações da Petrobras?
- Mudança na Petrobras abala “casamento” do mercado financeiro com Bolsonaro
- Guedes monta operação ‘apara arestas’ para manter Brandão à frente do Banco do Brasil
- Wilson Ferreira Junior vai deixar a presidência da Eletrobras
A XP Investimentos também avaliou como negativa a intervenção de Bolsonaro na Petrobras para as outras estatais listadas em bolsa. No caso do Banco do Brasil, a corretora já havia indicado a preferência pelas ações do Bradesco depois da ameaça de demissão de Brandão da presidência do BB.
“Esperamos que investidores negativamente e que as ações do banco performem pior do que o IFNC (índice do setor financeiro) no pregão de hoje.”
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
