“Super Quarta” chega e cautela reina nos mercados
À espera das definições da política monetária dos Bancos Centrais, índices devem ser influenciados pelo cenário interno
Chegamos na tão esperada “Super Quarta”, com a conclusão de duas reuniões importantes para a bolsa brasileira. As reuniões dos Bancos Centrais brasileiro e americano devem influenciar fortemente o Ibovespa que, em compasso de espera, fechou em queda ontem depois de um dia de alta volatilidade.
Ambas as decisões, tanto do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto do Fomc (o Copom dos EUA) devem sair no final da tarde desta quarta-feira (17). Veja o que esperar da decisão do Banco Central brasileiro clicando aqui.
Enquanto isso, as bolsas pelo mundo devem operar com cautela redobrada até a conclusão da “Super Quarta”. Confira mais destaques e saiba o que esperar para hoje:
Divulgação da Selic
O Copom deve encerrar sua reunião por volta das 18h30 desta quarta-feira (17), divulgando a decisão sobre a Selic. A maioria dos analistas do mercado espera que o Comitê eleve a taxa básica de juros em 0,50 pontos porcentuais. Entretanto, existem estimativas de que a elevação possa ser ainda mais forte, de 0,75 p.p., mas com menos apostas nesse sentido.
A disparada da inflação no Brasil é motivo de preocupação entre os investidores, e a taxa básica de juros é um dos mecanismos do BC para controlar o dragão.
Em solo americano
Mais cedo que o Copom, o Federal Reserve, o Banco Central americano, também deve divulgar a decisão sobre a política monetária por volta das 15h. Os olhos ficam voltados para as 15h30, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, dará entrevista coletiva após anunciar a decisão.
A inflação também está assombrando os norte-americanos, o que faz com que as projeções da taxa de juros aumentem de zero até 0,25 pontos porcentuais. A aprovação do pacote de estímulos do presidente Biden também é motivo de preocupação, já que pode pressionar ainda mais a inflação americana.
Pandemia no Brasil
O país teve mais um dia trágico no combate à covid-19. O novo recorde de mortes mostra que a pandemia está longe do fim.
No meio disso, a troca de ministro da Saúde deve repercutir no mercado, com uma mudança de postura do governo federal no combate à crise sanitária. O novo chefe da pasta já afirmou que tem preocupação com a economia e convocou a população para ajudar no combate ao vírus.
Mas analistas também estão receosos com a chegada de Marcelo Queiroga ao ministério. Segundo o próprio médico, “ministro da Saúde executa a política do governo” e disse que dará continuidade ao trabalho do ex-ministro Eduardo Pazuello.
O trabalho de Pazuello, entretanto, foi visto como falho, demorado e ineficiente no combate à pandemia. Além disso, outros ministros da saúde já caíram por discordarem do presidente Jair Bolsonaro. Luiz Henrique Mandetta ficou 1 ano à frente da pasta, enquanto Nelson Teich não chegou a completar um mês no cargo, sendo sucessivas vezes “fritado” pelo presidente por não defender o tratamento precoce, que não existe para covid-19.
Desestatização
O governo federal decidiu incluir Eletrobras, os Correios e a EBC no Programa Nacional de Desestatização (PND), que deve contratar maiores estudos para capitalização até abril.
O programa deve ser induzido por meio de Medida Provisória (MP). O governo deseja ter a avaliação de cada caso até até junho, os estudos elaborados até julho e a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) até novembro.
Em meio a rumores da troca de presidente da Eletrobras, com uma disputa pela cadeira entre forças do governo, a venda da estatal deve ser avaliada até abril. Para os Correios, o governo decidiu por uma venda de ações da estatal, sendo que a iniciativa privada ficaria com a maior parte dos papéis.
Já a EBC pode ter um destino mias trágico. De acordo com a avaliação, o governo decidiu extinguir a etapa necessária de encontrar alternativas e pode extinguir a companhia sem necessidade de autorização do Congresso.
Bolsas pelo mundo
Enquanto isso, as bolsas asiáticas refletem a cautela do mundo à espera da decisão do Fed e fecharam em leve queda. Confira o fechamento:
- Nikkei (Japão), queda de 0,02%
- Hang Seng Index (Hong Kong), alta de 0,02%
- Kospi (Coreia do Sul), queda de 0,64%
- Shanghai SE (China), queda de 0,03%
No Velho Continente, a espera da decisão do Fed está arrastando as bolsas da Europa para baixo, sem uma direção definida. Confira os principais índices, por volta das 7h30:
- Dax (Alemanha), alta de 0,05%
- FTSE 100 (Reino Unido), queda de 0,37%
- CAC 40 (França), queda de 0,05%
- FTSE MIB (Itália), alta de 0,07%
Também contaminados pela falta de apetite de risco, os futuros de Nova York operam em queda próxima da estabilidade. Confira os índices futuros, por volta das 7h40:
- Dow Jones futuro, alta de 0,13%
- S&P 500 futuro, alta de 0,02%
- Nasdaq futuro, queda de 0,19%
Agenda do dia
Para o dia de hoje, temos:
- FGV: IPC-S das capitais para março (8h)
- FGV: Moinitor do PIB de janeiro (10h15)
- EUA: Decisão da política monetária do Fed (15h30)
- EUA: Entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre decisão da política monetária (15h30)
- Banco Central: Divulgação da decisão da Selic (18h30)
Empresas
Após o fechamento do pregão, as seguintes empresas devem divulgar seus balanços:
- Copel
- EzTec
- Yduqs
Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora
Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade
Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda
Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro
O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?
De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal
Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso
Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses
Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda
Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Leia Também
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas