Copom: BC cumpre o plano de voo, eleva Selic a 6,25% ao ano e contrata outra alta de 1 ponto em outubro
É a quinta alta consecutiva da Selic, que já subiu 4,25 pontos desde março. Confira a decisão de juros do BC na reunião do Copom de setembro

O Banco Central (BC) confirmou há pouco a elevação de 1 ponto percentual na Selic, de 5,25% a 6,25% ao ano, ratificando as expectativas do mercado. A decisão do Copom foi unânime — é a quinta alta consecutiva na taxa básica de juros do país, que estava em 2% ao ano em março.
Com as crescentes pressões inflacionárias, as incertezas em relação ao cumprimento do teto de gastos e os riscos de racionamento de energia, o Copom tem se concentrado na ancoragem das expectativas para 2022. Segundo o último relatório Focus, divulgado na segunda (20), o mercado trabalha com a Selic chegando a 8,25% ao término desse ano.
Parte dos investidores, inclusive, chegou a trabalhar com um aumento ainda mais intenso da taxa básica de juros nesta quarta-feira, de 1,25 ponto. No entanto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu declarações afirmando que "não irá mudar o plano de voo" a cada dado divulgado, o que afastou as apostas de alta superior a 1 ponto.

Copom: traçando a rota para a Selic
No comunicado divulgado nesta quarta-feira (22), o Copom é categórico: diz que, para a próxima reunião, antevê "outro ajuste da mesma magnitude". Ou seja: tudo indica que a Selic chegará a 7,25% ao ano em outubro.
O BC, no entanto, vai além e dá mais alguns passos do plano de voo comentado por Campos Neto. De acordo com o cenário básico considerado pela autoridade monetária — que usa as projeções do boletim Focus e dólar a R$ 5,25 —, a Selic deve fechar o ano a 8,25%, chegando a 8,50% em 2022. No ano seguinte, a taxa deve cair a 6,75%.
Como há apenas duas reuniões do Copom até o fim de 2021, temos um cenário de duas elevações de 1 ponto percentual em cada um dos encontros, com a Selic indo a 7,25% em setembro e, finalmente, a 8,25% em dezembro.
Leia Também
As nuvens de turbulência no horizonte do BC
Em termos de riscos que estão sendo levados em conta pelo BC, há questões externas e domésticas. E, em ambos os casos, há fatores que trazem pressão ao quadro inflacionário e outros que podem provocar alívio na dinâmica dos preços.
No que diz respeito ao exterior, o BC ressalta que há duas novas nuvens carregadas no horizonte:
- A redução nas expectativas de crescimento das economias asiáticas, afetadas pela variante Delta da Covid-19;
- A alta de juros nas economias emergentes, dadas as surpresas inflacionárias vistas nesses países.
Esses dois fatores, combinados, criam um ambiente negativo para a economia brasileira e para os emergentes como um todo. No entanto, o BC acredita que os estímulos monetários concedidos durante a pandemia, aliados à reabertura das principais economias do mundo, ainda criam um ambiente favorável.
No âmbito doméstico, nem mesmo a surpresa negativa com o PIB do segundo semestre desanima o BC: segundo a autoridade monetária, a dinâmica tem sido benéfica — o que, somado aos dados de atividade, sustentam a percepção de recuperação econômica robusta no segundo semestre.
Quanto à inflação, o diagnóstico é conciso: ela segue elevada. A alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu, enquanto o setor de serviços já mostra preços maiores, empurrados pela reabertura econômica.
Persistem as pressões sobre componentes voláteis como alimentos, combustíveis e, especialmente, energia elétrica, que refletem fatores como câmbio, preços de commodities e condições climáticas desfavoráveis
Comunicado do Copom referente à decisão de juros de 22 de setembro
Dito isso, o cenário básico do Copom trabalha com uma inflação chegando a 8,5% em 2021 — acima do teto da meta, de 5,25%. Para 2022, o modelo base do BC é de inflação em 4,1%, portanto abaixo do teto estipulado para o ano, de 5%.
Copom: as conclusões para a Selic
Sendo assim, o Copom faz algumas ponderações. Caso o preço das commodities como um todo entre em trajetória de baixa, é de se esperar uma pressão inflacionária menor que o esperado. Mas, por outro lado, as questões políticas, especialmente as que dizem espeito ao cumprimento do teto de gastos, continuam no radar e representam um risco à inflação.
"Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária", diz o BC. "Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista".
Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta
Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Agenda econômica: IBC-Br e CMN no Brasil, ata do BCE na Europa; veja o que movimenta a semana
Semana não traz novos balanços, mas segue movimentada com decisão de juros na China e indicadores econômicos relevantes ao redor do mundo
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Petrobras (PETR4) atualiza primeira parcela de dividendos bilionários; confira quem tem direito a receber a bolada
O montante a ser pago pela estatal se refere ao último balanço de 2024 e será feito em duas parcelas iguais
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Dinheiro esquecido: R$ 9,13 bilhões ainda estão dando sopa e esperando para serem resgatados
Dados do BC revelam que 42,1 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram os valores deixados nos bancos
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
FGC avalia empréstimo de ‘curtíssimo prazo’ ao Banco Master enquanto negócio com BRB não sai, segundo jornal
Segundo pessoas próximas ao Fundo Garantidor de Créditos, esses recursos seriam suficientes para ajudar no pagamento de dívidas de dois a três meses
Ibovespa renova máxima histórica e busca os 139 mil pontos nesta terça-feira (13); entenda o que impulsiona o índice
“Última” máxima intradiária do Ibovespa aconteceu em 8 de maio, quando o índice registrou 137.634,57 pontos
Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic
Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)
Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras
É o ano dos FIIs de papel? Fundos imobiliários do segmento renderam 4,4% em 2025, mas FIIs de tijolo cresceram no último mês
Na relação de preço pelo valor patrimonial dos fundos imobiliários, os dois setores seguem negociados com desconto neste ano
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
Agenda econômica: Fim da temporada de balanços do 1T25 e divulgação de PIBs globais movimentam a semana
Além dos últimos resultados da temporada, que incluem os balanços de BTG Pactual, Petrobras, Banco do Brasil e Nubank, a agenda traz a ata do Copom e dados do PIB na Europa e no Japão
Todo cuidado é pouco: bolsa pode não estar tão barata como parece — saiba por que gestor faz esse alerta agora
Para André Lion, sócio da Ibiuna Investimentos, é difícil dizer se a valorização do Ibovespa, observada até agora, continuará
FIIs: confira os melhores fundos imobiliários para investir em maio, segundo o BTG
Segundo o banco, carteira do mês é voltada para investidores que buscam renda mensal isenta de IR, com diversificação entre as classes de ativos
O detalhe da inflação de abril que pode tirar o sono de Galípolo e levar o Copom a esticar ainda mais a corda dos juros
Inflação medida pelo IPCA desacelerou de 0,56% para 0,43% na passagem de março para abril de 2025, praticamente em linha com a mediana das estimativas dos analistas
Banco Central autoriza financeiras a emitir LCI
O Banco Central também informou que a decisão foi sugerida por consulta pública em 2024, quando a autarquia pôs em consulta a consolidação das normas das financeiras.