Conheça as previsões (provavelmente erradas) do mercado para os principais indicadores da economia em 2022
Depois de errarem praticamente tudo em 2021, analistas preveem inflação menor, Selic perto das máximas, dólar forte e PIB mais fraco no ano que vem

Como será o amanhã? Essa é a pergunta que o mercado financeiro procura responder a todo momento. Afinal, um acerto nas previsões para o desempenho dos principais indicadores da economia pode valer muito dinheiro.
Mas a bola de cristal da maioria dos economistas não costuma ser bem lustrada. É bem comum que as expectativas para variáveis como o câmbio, inflação e o PIB passem bem longe da realidade. Ainda mais em momentos de crise como a da pandemia da covid-19.
O principal termômetro das previsões do mercado para o desempenho da economia é publicado todas as semanas pelo Banco Central. Trata-se do boletim Focus, que reúne em um relatório as expectativas de dezenas de instituições financeiras.
E o que diz a edição mais recente do relatório, divulgado nesta segunda-feira?
No cenário previsto pelo mercado, a inflação medida pelo IPCA vai desacelerar em 2022 após a disparada neste ano. Ainda assim, ficará levemente acima do teto da meta estipulada para o ano que vem, de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As projeções também indicam que o processo de alta da Selic está perto do fim. Isso porque a taxa básica de juros está atualmente em 9,25% ao ano, e o Banco Central já sinalizou mais uma elevação de 1,5 ponto, que pode levar a Selic para 10,75% em janeiro. Esse percentual é bem próximo dos 11,50% que o mercado espera para a taxa no fim de 2022.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
O aperto dos juros deve ajudar a reduzir a inflação, mas também a economia. Pelas estimativas do mercado coletadas no relatório Focus, o PIB do Brasil deve sofrer uma freada brusca e crescer apenas 0,42% no ano que vem.
Confira a seguir as projeções para os principais indicadores da economia em 2022:
Indicador | Projeção |
IPCA | 5,03% |
PIB | 0,42% |
Dólar | R$ 5,60 |
Selic | 11,50% |
Previsões erradas
É provável, contudo, que tudo o que você acabou de ler esteja errado. Já virou piada no mercado comparar as projeções de fim de ano do boletim Focus com o que de fato aconteceu. E 2021 se mostrou uma verdadeira cilada para os analistas.
A expectativa da maioria das instituições em dezembro do ano passado era que o repique da inflação fosse temporário. Portanto, não haveria razões para o Banco Central promover um ajuste tão firme da Selic como o que acabou ocorrendo.
Mas tivemos também algumas surpresas positivas em relação às previsões. Foi o caso do PIB, que até o terceiro trimestre deste ano apresentou um resultado melhor que o esperado no fim de 2020.
Ainda faltam alguns dias para 2021 acabar e nem todos os indicadores para o ano fechado são conhecidos. Mas já é possível conferir a diferença (em alguns casos brutal) entre a expectativa e a realidade do mercado:
Indicador | Expectativa (em dezembro de 2020) | Realidade |
IPCA | 3,32% | 10,42% (IPCA-15 de dezembro) |
PIB | 3,40% | 4,51% (projeção mais recente) |
Dólar | R$ 5,00 | R$ 5,68 (cotação de hoje) |
Selic | 3,00% | 9,25% |
O que é o Relatório Focus do Banco Central?
O Relatório Focus é publicado semanalmente pelo Banco Central e reúne as expectativas de mercado para vários indicadores da economia coletadas até a sexta-feira anterior à divulgação.
O boletim traz a evolução e o comportamento semanal das previsões para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores.
Atualmente, estão habilitadas para participar da coleta de projeções aproximadamente 140 instituições. Entre elas estão bancos, gestores de recursos, distribuidoras e corretoras, além de consultorias e outras empresas não financeiras.
Mesmo que as previsões se mostrem muitas vezes furadas, elas são importantes para balizar as ações do Banco Central. As expectativas de inflação, por exemplo, podem indicar a necessidade de o BC agir para evitar que, no caso de elas estarem muito acima da meta, acabem se tornando uma profecia autorrealizável.
Leia também:
- A Mega da Virada vem aí: Veja onde investir o prêmio de R$ 350 milhões – e quanto tempo levaria para chegar a R$ 1 bilhão
- Natal e Ano Novo: Confira quais dias a bolsa funciona nesse final de ano e início de 2022
- Selic decola a 9,25%, maior patamar em quatro anos; BC assume tom duro e indica nova alta de 1,5 ponto em fevereiro
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)