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Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Dura retrospectiva

A ‘maldição Ghibli’ e os erros e acertos do Seu Dinheiro em 2020

No ano que passou, erramos quase todas as projeções e indicações, mas acertamos justamente nas proteções contra a crise imprevista, mas que de fato ocorreu

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
3 de janeiro de 2021
6:16 - atualizado às 11:00
Cena do filme "Meu amigo Totoro" do Studio Ghibli
Cena do filme "Meu amigo Totoro", do Studio Ghibli. - Imagem: Divulgação/Studio Ghibli

Os fãs mais devotados dos filmes de animação do Studio Ghibli, do lendário diretor japonês Hayao Miyazaki, sabem que suas narrativas são cheias de “easter eggs” e cercadas de teorias da conspiração, algumas das quais já se revelaram verdadeiras.

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A minha favorita, que eu descobri apenas outro dia, é a “maldição Ghibli” nos mercados financeiros, outro ambiente fértil para superstições, teorias conspiratórias e irracionalidades (por mais que muitos de seus participantes digam que não).

Diz a lenda que sempre que um filme do estúdio vai ao ar em uma emissora de TV japonesa, os mercados de ações e de câmbio do país ficam mais voláteis e, principalmente, que o dólar cai ante o iene.

Não se sabe se é uma profecia autorrealizável ou uma coincidência, mas alguns traders japoneses preferem não arriscar, e a “maldição” já rendeu até reportagem no The Wall Street Journal. Não creio em bruxas, mas que existem, existem.

Pois eis que neste louco e trágico ano de 2020, quase todos filmes do Studio Ghibli, incluindo o premiado “A viagem de Chihiro”, entraram nos catálogos da HBO MAX, nos Estados Unidos, e da Netflix em todos os países, com exceção de EUA, Canadá e Japão.

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Cena do filme "A viagem de Chihiro", do Studio Ghibli.
Cena do longa "A viagem de Chihiro", dirigido por Hayao Miyazaki, vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2003. Divulgação/Studio Ghibli.

Na Netflix, a estreia global se deu justamente em fevereiro, mês em que o coronavírus chegou ao Ocidente, iniciando uma derrapada histórica nos mercados globais.

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Coincidência? Claro que sim, mas não deixa de ser uma curiosidade intrigante. Antes de termos noção da dimensão que a doença causada pelo novo vírus poderia tomar, tanto nas nossas vidas diárias quanto na economia, tínhamos perspectivas um tanto otimistas para 2020.

Aqui no Seu Dinheiro, como de costume, ouvimos uma série de especialistas e falamos sobre as projeções para o ano, sempre arrematadas com recomendações de investimento. Nossa série “Onde Investir em 2020” entrou no ar em janeiro.

Desnecessário dizer que erramos quase tudo, mesmo com a recuperação relâmpago vista em seguida. Só acertamos nos ativos de proteção, que justamente foram recomendados para proteger a carteira caso algo desse errado.

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Assim como o restante do mercado financeiro, não previmos a pandemia de coronavírus e seus efeitos deletérios, que simplesmente mudaram tudo e jogaram o mundo num breve bear market.

Não vamos fugir à responsabilidade e culpar a “maldição Ghibli” pelos erros das nossas previsões. Pelo contrário, se os fantásticos filmes de Hayao Miyazaki e Isao Takahata tiveram algum papel neste ano, foi de serem uma bênção, e não uma maldição para quem ficou em casa de quarentena.

Assumindo que 2021 vai ser um ano mais dentro da normalidade, apesar de toda a incerteza à frente, vamos estrear a série Onde Investir neste ano nesta segunda-feira, 4 de janeiro. Mas antes, vamos ao balanço dos erros e acertos do ano, como já é de costume.

Expectativa vs. realidade

Expectativa

No início de 2020, as projeções para o ano eram otimistas para a economia brasileira, mas nem tanto para as economias desenvolvidas.

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Para o Brasil, a expectativa era de retomada econômica e andamento nas reformas, nem que fosse um pouquinho, o que sinalizaria aos investidores que nossas finanças públicas permaneceriam sob controle.

Os países ricos, no entanto, viviam um fim de ciclo econômico, mas a expectativa era de uma desaceleração mais ou menos suave.

Os juros no mundo desenvolvido provavelmente continuariam zerados ou negativos, e a inflação brasileira se manteria controlada, o que permitiria que nossa Selic permanecesse baixa, favorecendo a atividade econômica.

Por sinal, a taxa Selic - então em 4,50% ao ano - provavelmente não sofreria grandes mudanças, nem para cima, nem para baixo. Já os juros futuros de longo prazo talvez recuassem um pouco mais com a redução do risco-país, à medida que o Brasil fosse encaminhando reformas e privatizações, demonstrando responsabilidade fiscal.

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Tal cenário de juros baixos e estáveis, crescimento econômico e inflação sob controle, com menos risco fiscal, se mostrava favorável aos ativos de risco como ações, imóveis, fundos imobiliários e títulos de dívida privada, como debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Por outro lado, os títulos públicos não continham grandes oportunidades.

Para o dólar, a expectativa era de que a cotação, então em torno dos R$ 4, permanecesse mais ou menos onde estava ao longo de todo ano. Não víamos espaço para a moeda americana recuar muito, mas nem para sofrer grandes pressões de alta.

Por um lado, esperávamos manutenção dos juros num patamar baixo, o que contribuiria para manter o dólar valorizado ante o real. Afinal, juro baixo afasta do país aquele capital estrangeiro mais especulativo, que busca lucrar com o diferencial entre os juros americanos e os brasileiros.

Por outro, tínhamos expectativa de entrada de recursos estrangeiros no país em 2020, à medida que o país retomasse o crescimento, se mostrasse fiscalmente responsável e que a desaceleração dos países ricos levasse os investidores internacionais a buscar ganhos em outros mercados.

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Os grandes riscos de 2020 estavam no exterior: em janeiro, um conflito entre Estados Unidos e Irã assustou o mundo e pressionou o preço do petróleo; a guerra comercial entre EUA e China ainda era acompanhada com atenção, embora logo um acordo de primeira fase tenha sido aprovado.

Mas o maior risco apontado para os investimentos por todos os analistas e gestores eram as eleições americanas, marcadas para novembro, que poderiam trazer alguma volatilidade aos mercados.

Cena do filme "Nausicäa do Vale do Vento" do Studio Ghibli.
Em "Nausicäa do Vale do Vento", de 1984, um pântano venenoso se espalha pelo mundo, e perto de sua atmosfera tóxica, as pessoas precisam usar máscaras. Divulgação/Studio Ghibli.

Realidade

De fato, tudo poderia ter se passado dessa forma, mas no meio do caminho tinha uma pandemia, tinha uma pandemia no meio do caminho.

Com a chegada do coronavírus ao Ocidente e, eventualmente, ao Brasil, viu-se um crash nos mercados que derrubou os preços de todos os ativos, até mesmo daqueles comumente vistos como proteções.

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No Brasil, quaisquer tentativas de reformas e privatizações foram postas em modo de espera e, assim como no resto do mundo, o governo aumentou o gasto público para combater os efeitos econômicos das medidas de distanciamento social adotadas.

Com isso, o risco-país aumentou e os juros futuros dispararam. Mais para o fim do ano, as taxas voltaram a recuar, mas os efeitos na renda fixa não foram exatamente os que esperávamos no início do ano.

Já a taxa Selic sofreu novos cortes até chegar aos atuais 2%, antes inimagináveis. O dólar disparou ante o real (ou o real caiu em relação ao dólar) com a aversão a risco no mundo, os juros baixos no Brasil e o aumento do risco fiscal local.

Em vez de recursos estrangeiros entrarem no país, chegamos a um saldo negativo de mais de US$ 23 bilhões, sendo que houve uma saída de mais US$ 40 bilhões só pela via financeira.

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Desde que o coronavírus chegou ao Brasil, as previsões para a economia passaram a ser de contração, em vez de crescimento. De acordo com o último Boletim Focus do Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 4,4% em 2020.

Já a inflação, que não preocupava, no fim das contas voltou a ser foco de atenção. O auxílio emergencial manteve o consumo aquecido, mesmo quando boa parte da economia estava parada por conta das medidas de distanciamento social. Houve pressão no preço de produtos como alimentos e materiais de construção.

Com o retorno das atividades e a forte demanda, descasada da oferta, uma vez que muitas atividades foram suspensas, os preços de atacado ficaram pressionados. Vimos, por exemplo, o IGP-M disparar mais de 20% no acumulado do ano até novembro.

Como não houve repasse total para os preços ao consumidor e os serviços ainda permaneceram deprimidos em razão da pandemia, o IPCA não sofreu tanto, mas terminará o ano bem diferente da expectativa inicial.

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No último Boletim Focus de 2019, o mercado esperava que a inflação oficial em 2020 fosse de 3,61%. Já no Boletim Focus mais recente de 2020, a expectativa é de um IPCA de 4,39% neste ano.

Quanto às eleições americanas, até causaram alguma volatilidade no mercado de fato, mas no geral não foram mais que uma gota no oceano revolto de 2020.

Os erros e acertos do Seu Dinheiro

No vídeo a seguir, eu e o Vinícius Pinheiro discutimos os erros e acertos das nossas recomendações no início de 2020. Logo abaixo, você encontra maiores detalhes sobre cada uma das indicações e o que de fato ocorreu.

Ações

O que projetamos/recomendamosO que aconteceuResultado
Projeções médias das instituições financeiras consultadas para o Ibovespa variavam de 126 mil a 139 mil pontos no fim de 2020, o que corresponderia a uma alta entre 8,6% e 20%.Pandemia fez o Ibovespa despencar inicialmente cerca de 50%, até a faixa dos 60 mil pontos, recuperando-se em tempo recorde, mas fechando o ano novamente perto dos 120 mil pontos, numa valorização de apenas cerca de 2%.Erramos
Aposta em empresas mais ligadas ao mercado doméstico, como varejo, consumo, educação e construtoras, bem como empresas de crescimento estável, como as do setor elétrico. Empresas de bebidas e alimentação também eram consideradas descontadas.Varejistas de fato se saíram bem por terem conseguido surfar a onda do e-commerce, que se tornou mais popular durante a quarentena. Magazine Luiza (MGLU3) teve uma das maiores altas do Ibovespa no ano (mais de 100%). Via Varejo (VVAR3) e B2W (BTOW3) também tiveram valorizações formidáveis, na faixa dos 40% e 20%, respectivamente.Acertamos
Construtoras, empresas de educação, de bebidas e alimentação, por sua vez, praticamente todas tiveram desempenho bastante negativo no ano, tendo sofrido com a pandemia. Exceção para a construtora Cyrela (CYRE3), que conseguiu um desempenho levemente positivo, e para o frigorífico Marfrig (MRFG3), com alta de mais de 40% em 2020.Erramos
Das elétricas, a maioria delas teve quedas moderadas, de menos de 10%. Apenas Cemig (CMIG4) e Taesa (TAEE11) tiveram ganhos mais robustos no ano.Erramos
Recomendações específicas: Gerdau, Duratex, Trisul, Helbor, Tenda, Direcional e Energisa.Apenas Gerdau (GGBR4) e Duratex (DTEX3) apresentaram alta, com ganhos da ordem de 20%. Todas as demais recuaram no ano.Acertamos parcialmente
Ter cautela com companhias mais expostas ao mercado global, caso de exportadoras de commodities como Vale, siderúrgicas e Suzano, pois o cenário externo era considerado mais turbulento.Essas empresas acabaram figurando entre as melhores do ano, devido à alta nos preços do minério de ferro e da celulose, a escalada do dólar e a forte demanda da China, que controlou o coronavírus e voltou a crescer. CSN (CSNA3) teve alta superior a 100%; Usiminas (USIM5) valorizou mais de 50%; Vale (VALE3) teve alta da ordem de 70%; Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), da ordem dos 40%; as ações de Gerdau subiram na faixa dos 20%, tanto as da siderúrgica (GGBR4) quanto as da metalúrgica (GOAU4).Erramos

Renda fixa

O que projetamos/recomendamosO que aconteceuResultado
Juros longos veriam uma queda moderada com a queda do risco-país, e o título Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) com vencimento em 2050 se mostrava a melhor pedida para lucrar nesse cenário. Juros dos demais vencimentos e a taxa Selic ficariam mais parados, não havendo tantas oportunidades nos demais vencimentos de títulos públicos.Todos os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação se valorizaram com a queda dos juros futuros por causa da crise e da perspectiva de retração na economia, mas os ganhos maiores foram nos vencimentos curtos e médios, uma vez que os juros longos caíram menos por conta do aumento do risco fiscal. O Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) com vencimento em 2050 foi um dos que menos se valorizou, ficando perto da estabilidade. Já os títulos pré e IPCA que vencem entre 2023 e 2025 foram os mais valorizados, ganhando cerca de 8% no ano. Selic caiu a 2% ao ano.Erramos
Debêntures incentivadas e fundos imobiliários de papel, que investem em CRI, se beneficiariam da recuperação econômica, ao mesmo tempo em que apresentariam proteção contra uma possível pressão inflacionária, por serem corrigidos por índices de preços. Eram mais indicados para este fim do que as NTN-B, uma vez que a alta na inflação poderia vir acompanhada de uma alta dos juros, que seria prejudicial às B. Na época, possível pressão inflacionária vinha do petróleo, devido ao conflito entre EUA e Irã.Debêntures foram bons investimentos, principalmente aquelas com remuneração atrelada à inflação, caso das debêntures incentivadas. O Índice de Debêntures Anbima subiu cerca de 5% no ano, sendo que o subíndice que reúne apenas as debêntures corrigidas pelo IPCA ganhou quase 10%.Acertamos
Fundos imobiliários que investem em CRI foram os mais bem-sucedidos do ano no mercado de FII, muito beneficiados pela disparada do IGP-M, índice inflacionário que indexa boa parte dos CRI. No acumulado até novembro, o indicador subiu quase 22%.Acertamos
Títulos pós-fixados (atrelados à Selic ou ao CDI) também poderiam apresentar proteção contra uma pressão inflacionária que viesse acompanhada de alta de juros.Com a queda da Selic para 2%, o Tesouro Selic passou a pagar ainda menos, e com o aumento do risco fiscal, chegou a apresentar retorno negativo em setembro.Erramos

Fundos imobiliários

O que projetamos/recomendamosO que aconteceuResultado
Valorização moderada dos fundos imobiliários, que seriam mais indicados para renda do que para ganho de capital. Segundo pesquisa da XP com gestores na época, 38% deles acreditavam numa valorização do Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) da ordem de 15%, enquanto apenas 10% visualizavam uma valorização superior a 30%.IFIX desabou mais de 35% na bolsa com a crise e recuperação desde então foi incompleta, uma vez que shoppings e lajes corporativas, imóveis muito presentes nas carteiras dos FII negociados em bolsa, sofreram e ainda sofrem com as medidas de distanciamento social. Além disso, o mercado de FII conta com bem menos participação de estrangeiros do que o de ações, onde os recursos gringos ajudaram na recuperação em tempo recorde do Ibovespa. Com isso, o IFIX ainda acumula queda de cerca de 12% no ano, sendo o pior investimento de 2020.Erramos
Fundos preferidos eram os clássicos: fundos de tijolo que investissem em grandes lajes corporativas, shopping centers e galpões logísticos e industriais. Mas entre as recomendações de renda fixa, figuravam também os fundos de CRI.Fundos de CRI foram, disparado, os melhores do ano, com valorizações que chegaram aos dois dígitos, não só por terem passado praticamente ilesos pela pandemia, sem interrupção do pagamento de dividendos, como também pela disparada do IGP-M, que corrige a rentabilidade desses títulos. Os fundos de galpão vieram em seguida entre os melhores, pois mantiveram sua distribuição de dividendos, além de terem contratos atípicos de longo prazo, considerados menos arriscados. Esses FII foram beneficiados também pelo avanço do e-commerce, que demanda galpões logísticos para a distribuição de mercadorias.Acertamos
Fundos de shoppings, por outro lado, ficaram entre os piores desempenhos da bolsa. Muitos deles inclusive suspenderam o pagamento de dividendos por alguns meses para preservar caixa. A suspensão de funcionamento dos shoppings machucou as receitas desses fundos e derrubou os preços das cotas. Já os FII de lajes corporativas também sofreram, com a perspectiva de empresas devolverem escritórios por problemas financeiros ou adoção de home office, bem como risco de alta na inadimplência, o que acabou não se concretizando.Erramos

Imóveis

O que projetamos/recomendamosO que aconteceuResultado
Mercado imobiliário aquecido devido aos juros baixos, mas não necessariamente com valorização dos imóveis acima da inflação.Apesar de a pandemia ter impactado negativamente o mercado imobiliário em um primeiro momento, com paralisação de obras e suspensão de lançamentos, a recuperação foi rápida, e a demanda foi alta, devido aos juros ainda mais baixos. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas de imóveis novos cresceram 20,5% nos 12 meses encerrados em outubro (último dado disponível), e os lançamentos já haviam voltado aos níveis pré-crise ao fim do terceiro trimestre. No entanto, foi o segmento de baixa renda, com juro subsidiado pelo governo, que puxou essa recuperação. Nos segmentos de média e alta renda, vendas de imóveis novos e lançamentos caíram no mesmo período, e muitos lançamentos acabaram adiados. Mas, segundo a Abecip, os financiamentos totais com recursos da poupança (SBPE), que atendem segmentos de renda mais alta, cresceram 78% em valor e 60% em unidades nos 12 meses terminados em novembro.Acertamos parcialmente
Ainda segundo a Abecip, os preços dos imóveis no Brasil subiram 10,54% nos 12 meses terminados em novembro, com destaque para a cidade de São Paulo, onde os preços avançaram 16,33%. No mesmo período, o IGP-M subiu 24,5% e o IPCA avançou 4,3%.Erramos (se considerada a inflação oficial)

Dólar

O que projetamos/recomendamosO que aconteceuResultado
Ter dólar na carteira como proteção, mas sem esperar grandes valorizações. Moeda americana permaneceria em torno do patamar do início do ano, de R$ 4.Dólar acumulou alta de quase 30% no ano, cotado perto de R$ 5,20, sendo o segundo melhor investimento de 2020.Erramos a previsão para o dólar, mas acertamos na recomendação (cumpriu sua função de proteção)

Bitcoin

O que projetamos/recomendamosO que aconteceuResultado
Investir uma pequena parte da carteira em Bitcoin, uma vez que eventos como o halving (em que ocorre a redução da oferta de bitcoins), a entrada de investidores institucionais no mercado de criptomoedas e o aumento da regulamentação desse mercado tenderiam a valorizá-lo.De fato, os preços do Bitcoin ganharam força com o halving (ocorrido em março), a entrada de institucionais e uma maior regulamentação e profissionalização do mercado cripto. Mesmo os bancos centrais europeu e americano não descartaram a possibilidade de criar criptomoedas eventualmente. A pandemia foi um fator que deu ainda mais força ao criptoativo. Apesar de o Bitcoin ter recuado no auge da crise, a forte emissão de moeda efetuada pelos bancos centrais levou investidores ao mercado cripto, na tentativa de se protegerem da desvalorização generalizada prevista para as moedas fiduciárias. Com isso, o Bitcoin foi o melhor investimento do ano, com valorização de 360% em reais e 255% em dólar. Hoje já se encontra no patamar dos US$ 25 mil.Acertamos

A importância das proteções

Como você pôde ver, mesmo em nossos acertos, frequentemente miramos no que vimos e acertamos no que não vimos. Afinal, nenhum de nós tem o poder de prever o futuro, e muito menos os eventos imprevisíveis (ou pouco previsíveis). A diversificação da carteira e o investimento em proteções são, portanto, de suma importância, e 2020 só reforçou isso.

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Como já mostramos aqui no Seu Dinheiro, os melhores investimentos do ano (e que constavam nas nossas recomendações no início de 2020) foram justamente aqueles que costumam ter função de proteção na carteira em momentos de crise, ou que recentemente passaram a também assumir essa função.

É o caso do bitcoin (visto por muitos como uma espécie de "ouro digital"), dólar, ouro (que não constava da nossa lista de ativos cobertos, mas passará a constar de 2021 em diante) e investimentos diretos ou indiretos em títulos de renda fixa privada corrigidos pela inflação (que protegem justamente contra as pressões inflacionárias).

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