Renda fixa: Por que a Evergrande derruba o Ibovespa, mas alivia o mercado de juros
Desempenho é oposto ao que se poderia esperar quando há pânico no mercado, diz especialista; contratos DIs para janeiro de 2022 caem de 7,09% para 7,08%
A crise da dívida da Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária da China, provoca estragos nos mercados globais, incluindo a bolsa brasileira, com o Ibovespa caindo 3%, mas também alivia o mercado de juros futuros na B3.
Por volta das 16h, os contratos de DIs, que podem ser entendidos como a consolidação da média das projeções do mercado para as taxas de juros dentro dos próximos anos, operavam da seguinte forma:
- Janeiro de 2022: de 7,09% para 7,08%.
- Janeiro de 2023: de 9,13% para 9,00%
- Janeiro de 2025: de 10,29% para 10,14%
- Janeiro de 2027: de 10,75% para 10,55%
-
Para o economista e sócio da BRA Investimentos João Beck, o desempenho é oposto ao que se poderia esperar quando há pânico no mercado.
"[O caso Evergrande] sinaliza uma desaceleração da China. O país vai passar por uma fase de desalavancagem, o que contribui para a queda do preço das commodities, impactando a inflação por aqui", diz.
Beck também lembra de sinalizações de um processo de retirada de estímulos do setor imobiliário e bancário, além de dados mais recentes do varejo e da produção industrial, que vieram abaixo do esperado no país.
Leia Também
A alta dos preços de produtos que o Brasil exporta — soja, por exemplo — é uma das razões para a subida de itens da cesta básica, que tem grande peso sobre a população mais pobre, enquanto o avanço do minério de ferro e petróleo mexem com o custo.
A retomada econômica aliada ao desequilíbrio na cadeia de suprimentos também contribui para o avanço dos preços.
A taxa básica de juros, cujas projeções são sinalizadas nos contratos DIs, é utilizada para controlar a inflação. Atualmente a Selic está em 6,25% e o Banco Central deve anunciar mais um ajuste de um ponto percentual na próxima quarta (22).
- Antes de continuar, um convite: apresentamos no nosso Instagram uma breve análise sobre o risco de uma "nova crise de 2008" que algumas pessoas vêm comentando e como o governo chinês pode driblar essa situação.
Só a Evergrande explica?
Além da crise de dívida da Evergrande, o sócio da Ajax Capital, Rafael Passos, lembra que nos Estados Unidos o payroll, indicador do mercado de trabalho, mostrou um resultado abaixo do esperado. O especialista fala em desaceleração de crescimento das economias globais.
Passos também justifica o comportamento dos juros futuros com a fala mais recente do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que disse que a autoridade monetária não vai alterar seu "plano de voo" a cada novo dado.
"Já vimos algum 'alívio' nas apostas mais hawkish (isto é, de 125-150 bps), sinalizando que o BC deve manter esse ritmo de alta de 100 bps também nessa reunião de setembro", explica o sócio da Ajax Capital.
Ainda no Brasil, a crise hídrica pode afetar o crescimento da economia, o que implicaria em menos pressão sobre os preços, exigindo menos ajustes na Selic, lembra Passos.
Leia também sobre Evergrande e Ibovespa:
- Evergrande: a gigante chinesa que está assustando os mercados globais
- Governo chinês negocia com bancos para evitar calote da Evergrande
Impacto sobre o Ibovespa
A desaceleração da China reduziria o consumo do minério de ferro, impactando a bolsa brasileira e mexendo com o Ibovespa.
Bruno Madruga, responsável pela área de renda variável da Monte Bravo Investimentos, lembra que o índice tem uma grande dependência das commodities metálicas, energia e setor bancário.
"O minério de ferro é muito responsável pela movimentação das ações da Vale, setor de siderurgia e nosso setor imobiliário", diz o especialista.
A commodity também é pressionada por intervenções da China na produção de aço, em uma tentativa de segurar os preços após a disparada do último ano. Acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.
*Colaborou Jasmine Olga
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
