Como a falta de bebês na China pode provocar uma crise financeira global
A população da China vem recuando desde 2010, e, com as taxas de natalidade nos menores níveis em 80 anos, o cenário ameaça todo o planeta

Quem está acostumado a associar a China à política do filho único vai estranhar a afirmação a seguir, mas a próxima crise a ser enfrentada pelo mundo pode estar ligada ao baixo índice de nascimentos no país mais populoso do planeta.
As regras que impediam casais de terem mais de um filho foram abandonadas em 2016. Agora, os casais chineses podem ter até três bebês. Contudo, é difícil alterar em uma canetada um costume que durou por cerca de cinquenta anos.
Além disso, os custos para criar uma criança e a mudança cultural do papel social mulheres - que estão cada vez mais focadas em suas carreiras - falam mais alto do que a permissão oficial para reproduzir.
O resultado desse cenário é a taxa de nascimentos mais baixa desde que começou a ser calculada, em 1978. Foram apenas 8,5 nascimentos a cada 1000 pessoas no ano passado, o que também é possivelmente o menor número desde a década de 40.
O problema dos futuros trabalhadores
Se, para as famílias chinesas, a quantidade menor de filhos representa uma economia, para o país esse é um duro golpe na força de trabalho. À medida em que a população envelhece, morre e não é reposta, uma das maiores economias do mundo pode vir a ficar sem trabalhadores no futuro.
Segundo dados do Banco Mundial, a população da China entre os 15 e 64 anos vem recuando desde 2010. A queda poderia ser compensada por um aumento na produtividade, mas esse fator também diminuiu bastante nos últimos anos.
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Para Caig Botham, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics para a China, o país tem de cinco a dez anos até que demografia e redução na produtividade se tornem um grande obstáculo: "As taxas de crescimento que tivemos historicamente não estão voltando". O especialista afirma que, daqui para frente, é "só ladeira abaixo".
Por que isso é um problema para o mundo todo?
Para responder a essa pergunta, é preciso relembrar o peso que o gigante asiático tem na economia mundial. No ano passado, a China foi responsável por mais de 17% do Produto Interno Bruto (PIB) global, enquanto sua participação no comércio total chegou a 15%.
Seja por exportações ou financiamento direto, da África Subsaariana ao Caribe, incluindo o Brasil, muitos países têm seu desempenho econômico intimamente ligado à China. O enfraquecimento da economia do dragão asiático seria um duro golpe para eles.
Até mesmo os países desenvolvidos da Europa e dos Estados Unidos não estariam livres do efeito, mesmo que indiretamente. Isso porque um dos principais resultados da crise de mão de obra pode ser o crescimento da inflação mundial.
Inflação é a maior ameaça
Como é possível conferir em uma rápida visita ao comércio - seja de roupas, calçados, itens para casa ou de papelaria, brinquedos e eletrônicos - a China é a "fábrica moderna do mundo". A combinação de seus produtos baratos e baixos salários ajudaram a manter a inflação global baixa e estável nas últimas duas décadas.
Porém, menos trabalhadores disponíveis implicam em salários mais altos. O que seria uma grande vantagem para os chineses, mas, conforme explica Hao Zhou, economista sênior no Commerzbank, "provavelmente traria de volta pressões inflacionárias mais fortes em todo o mundo".
A falta de mão de obra também inviabiliza a projeção de que a China ultrapassará os Estados Unidos como a maior economia do planeta. No ritmo atual, o cenário futuro mais provável se aproxima da situação no Japão, onde o envelhecimento da população desacelerou o crescimento.
*Com informações do Business Insider
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