Quer ganhar dinheiro com o petróleo? Então NÃO invista nas ações da Petrobras
A cotação da commodity em alta não implica que as ações da companhia que vende essa mesma commodity vão acompanhar o movimento. E isso não vale só para o petróleo
No mercado financeiro há uma série de mitos que já fizeram muito mais gente perder do que ganhar dinheiro.
Quem nunca ouviu conselhos do tipo: "empresa boa é aquela que paga muitos dividendos", ou "toda vez que sua ação cair você compra mais para fazer preço médio" são alguns dos mantras repetidos diariamente no mercado.
Outra dessas "verdades absolutas" também costuma aparecer principalmente em época de preços de commodities elevados:
“Para aproveitar a alta do petróleo, nada melhor do que comprar ações da Petrobras.”
É bem verdade que o barril deu uma derrapada ontem, mas a tendência é que as cotações se recuperem no médio e longo prazo junto com a economia global.
Nesse cenário, será que comprar ações da Petrobras é realmente a melhor forma de aproveitar a disparada dessa commodity?
Leia Também
Investimento em companhias de commodities vs investimento em commodities
Em um estudo de 2004 da Universidade de Yale chamado "Facts and fantasies about commodity futures" (Fatos e fantasias sobre commodities), os pesquisadores desmistificaram a crença de que investir em companhias que produzem uma determinada commodity seja uma boa alternativa para quem não pode investir nessa commodity diretamente.
Ou seja, comprar ações de mineradoras não é necessariamente uma boa alternativa para quem não pode investir diretamente em minério de ferro, assim como comprar ações de petroleiras não é necessariamente uma boa alternativa para quem não pode investir diretamente em petróleo. O mesmo serve para aço, celulose, e assim por diante.
No estudo eles descobriram que a correlação entre os preços de commodities e as ações das companhias que produzem essas mesmas commodities era de apenas 0,4.
Ou seja, segundo o estudo, os preços das companhias e das commodities estão mais próximos de não ter relação alguma (zero) do que de serem totalmente dependentes (1 na escala).
Em outras palavras, a cotação da commodity subir não implica que as ações da companhia que vende essa mesma commodity acompanham o movimento.
O estudo até faz uma comparação entre os preços de commodities (linha azul) e as respectivas ações (linha vermelha) no período de 1962 até 2003, onde é possível observar alguns momentos de movimentos bem distintos entre as duas classes (como no início dos anos 1970 e fim dos anos 1980).
Temos o nosso próprio exemplo
Muitas coisas explicam essa discrepância, mas as principais estão relacionadas a problemas de gestão.
Talvez a companhia estava endividada demais para aproveitar o ciclo, fez uma aquisição errada e passou muito tempo se preocupando em consertar essa besteira, ou se empolgou com os preços de commodities e anunciou um plano de expansão que não conseguiu pagar quando o mercado virou… são apenas alguns dos exemplos.
Mas para nós nada é tão familiar quanto o caso da Petrobras (PETR4), que foi alvo de uma interferência política recentemente justamente por causa da alta dos preços do petróleo.
Quem investe na companhia brasileira (linha verde) desde novembro como forma de aproveitar a alta do petróleo (linha azul) se deu bem mal.

Não é a mesma coisa
É claro que o caso da Petrobras é uma situação extrema, mas esse exemplo e o estudo de Yale são ótimos para que você entenda que comprar ação de uma mineradora não é igual a investir no minério de ferro e que investir em uma petroleira não é o mesmo que investir no petróleo. Muita gente já quebrou a cara fazendo isso.
Antes de investir em uma companhia que produz uma commodity que está com cotações elevadas é preciso entender se a empresa está com grana para investir em expansão, se as dívidas permitem novos projetos, se existem riscos de interferência política e, finalmente, se as condições de mercado permitem que esses patamares de preços elevados da commodity permaneçam.
Por exemplo, a mineradora Vale (VALE3) é uma das nossas ações preferidas no momento. Não porque o minério de ferro está nas alturas (apesar de isso ajudar). Gostamos muito da companhia porque ela tem um portfólio de ativos diferenciado, uma ótima gestão, gera uma enormidade de caixa e é uma das produtoras de minério mais eficientes do mundo. O minério de ferro em patamares elevados ajuda, sim, mas não é o fator principal.
Gostamos bastante das ações da Petrobras também. Mas não porque o petróleo vai continuar subindo – até porque já vimos que isso tem mais atrapalhado do que ajudado a companhia.
Estamos construtivos com a tese por causa da evolução que vem acontecendo nos últimos anos: redução da alavancagem, venda de ativos não estratégicos e, principalmente, do maior foco em projetos no pré-sal. É por isso, inclusive, que ela faz parte da série Empiricus Fire.
Se ajudar, melhor ainda
Mas é claro que, apesar das boas expectativas com relação à Petrobras, seria ainda melhor se a companhia conseguisse também se aproveitar do elevado preço do petróleo, que tem tudo para se manter em patamares elevados, dado que a vacinação mundo afora vai permitir a retomada da atividade econômica e do consumo de combustíveis.
Ainda bem que nem todas as companhias do setor sofrem com a interferência política por causa da alta do petróleo.
Uma delas, aliás, está tão azeitada (com dinheiro para investir, dívidas controladas, amplas oportunidades de aquisição, etc) que subiu ainda mais que o petróleo nos últimos meses.

Essa companhia, que ainda está fora dos holofotes, tem dado muitas alegrias aos assinantes do Microcap Alert, mas tem muito potencial para continuar a subir, segundo Max Bohm.
Se quiser conhecer mais essa oportunidade que deve se aproveitar da melhor forma o bom momento para as commodities, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a próxima!
Leia também:
- Quem quer ser um milionário? Saiba de quanto você precisa para ser considerado rico
- A rentabilidade do vizinho é maior que a sua? Tome cuidado com os ganhos dos “traders perfeitos”
- Certeza é para idiotas. Como ganhar na bolsa mesmo sem saber para que lado a ação vai andar
- Dividendo, pra que te quero? Por que as empresas que pagam mais aos acionistas podem não ser as melhores para se investir
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel