Os recordes diários do Ibovespa e as boas surpresas do PIB
O Ibovespa começou junho com o pé direito, batendo recorde de fechamento nominal pelo terceiro pregão consecutivo e se aproximando dos 130 mil pontos pela primeira vez.
O dólar, por sua vez, chegou à mínima do ano, fechando por volta de R$ 5,15. Desde dezembro não víamos a moeda americana abaixo dos R$ 5,20.
Os “recordes diários” do principal índice da bolsa brasileira me obrigaram novamente a fazer referência a uma canção de The Who no título da newsletter, e no original, ainda por cima.
Até porque os “records” a que o Pete Townshend se refere aqui são “discos” e não “recordes”, mas acho que vale o trocadilho. Desculpa explicar a piada, prometo voltar ao português nos próximos títulos.
Um dos fatores que levaram o Ibovespa para cima nesta terça-feira foi a surpresa do mercado com o crescimento do PIB no primeiro trimestre, divulgado hoje de manhã.
Apesar da segunda onda de covid-19, a economia brasileira conseguiu avançar 1,2% ante o quarto trimestre de 2020 e 1% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Ambas as marcas vieram acima do esperado pelo mercado.
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Eu sei o que você deve estar pensando: como pode, se ainda não voltamos à vida normal, se tivemos novas medidas de distanciamento social e se, mesmo sem elas, as pessoas têm circulado menos por aí?
Bem, a atividade foi puxada pelo agronegócio e, em menor medida, pela indústria. Os serviços, setor mais afetado pela pandemia, continuou mal das pernas.
É por isso que o mercado está otimista com o que o resto do ano pode nos trazer: o avanço da vacinação tem tudo para reanimar o setor, recuperando assim o emprego e a renda, e trazendo um crescimento ainda maior.
Por outro lado, economia reaquecida é sinônimo de pressão sobre a inflação e, consequentemente, sobre as taxas de juros. Depois da divulgação do PIB de hoje, o mercado já começou a rever, para cima, suas estimativas para o crescimento da economia em 2021, bem como para a inflação e a taxa Selic no fim do ano.
O PIB não foi o único fator a animar os mercados domésticos hoje, porém. O Victor Aguiar conta, nesta matéria, tudo que afetou as negociações no pregão desta terça.
EMPRESAS
• A CNova, e-commerce do grupo francês Casino, anunciou hoje uma oferta de ações que pode movimentar até 300 milhões de euros. Mas o que o mercado quer mesmo saber é se o GPA, dono de uma participação de 34% na empresa, venderá a sua parte. Entenda.
• Enquanto isso, o Grupo Ultra está cada vez mais perto de fechar a venda da química Oxiteno. A companhia afunilou a disputa para três concorrentes e deve tomar uma decisão até o final deste mês.
• Um acordo firmado entre a Eve, empresa criada pela Embraer, e a norte-americana Halo movimentou o mercado hoje. Os termos da parceria, que incluem a entrega de 200 unidades do veículo aéreo elétrico desenvolvido pela brasileira, levaram as ações da Embraer à liderança dos ganhos do Ibovespa pela manhã.
• O fim do relacionamento entre a Acqua-Vero e a XP tem gerado dores de cabeça para as duas empresas. Prestes a se juntar ao BTG, maior rival da corretora, o escritório de agentes autônomos questionou na Justiça o valor da multa milionária aplicada pela XP.
• Um casamento inusitado agitou o universo das criptomoedas. A Apple e a Coinbase anunciaram que os usuários dos cartões da exchange poderão usar o sistema Apple Pay para fazer pagamentos e saques com bitcoins e outras moedas digitais. Saiba mais.
ECONOMIA
• Apesar de defender a reforma administrativa em público, o presidente Jair Bolsonaro não quer que a proposta seja aprovada e não vai trabalhar por ela. Pelo menos foi isso que o ministro da Economia, Paulo Guedes, confidenciou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
OPINIÃO
• Já ouviu falar do “Halo effect” ou “Efeito halo”? Felipe Miranda, sócio fundador e CIO da Empiricus, explica o conceito das finanças comportamentais e fala sobre a importância da ausência de ideologia na análise de investimentos na sua coluna de hoje.
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