🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Nova dinâmica dos juros no Brasil: balanceando a carteira para o final de 2021

Com a Selic avançando rumo à casa dos 10% ao ano, é preciso se adaptar ao novo cenário e promover alguns ajustes na carteira de investimentos

2 de novembro de 2021
7:33 - atualizado às 13:30
Arte mostrando uma lupa focalizando um símbolo de porcentagem; indicação para matérias envolvendo juros, Selic, Banco Central (BC), investimentos e outros
Imagem: Shutterstock

Em alguns meses, nos encontraremos novamente com uma Selic na casa dos dois dígitos. Como antecipamos corretamente na coluna da semana passada, o Banco Central (BC) optou por um caminho mais agressivo na condução de sua política monetária, colocando a taxa básica de juros da economia brasileira em 7,75% ao ano — e contratando adicionalmente mais uma elevação de 150 pontos-base para a próxima reunião de dezembro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isto é: encerraremos o ano com nossos juros de curto prazo em 9,25%.

Para quem já acompanhava o comportamento da curva de juros desde o aparente abandono da responsabilidade fiscal por parte do governo com o rompimento da regra do teto de gastos, não foi nenhuma surpresa.

Aliás, já havia gente apostando em uma alta de 1,75 p.p. na última quarta-feira. Bem, apesar de não ter sido tanto, se trata de mais um pequeno cavalo de pau em nosso Banco Central, o segundo desde o começo do ano.

Curiosamente, estamos tentando não controlar a inflação corrente, já acima de 10% nos últimos 12 meses, mas, sim, ancorar as expectativas de inflação para os anos seguintes, em especial 2022 e 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O movimento se dá em um momento no qual, por mais contraditório que possa parecer, os governos regionais (sobretudo estados) acumularam mais de R$ 90 bilhões em superávits primários este ano, com a combinação de ajuda do governo federal para enfrentar a pandemia, arrecadação maior (ICMS) e menos gastos.

Leia Também

Abaixo, podemos ver o gráfico abaixo do BC sobre esta última ponderação:

A arrecadação não tem sido ruim em 2021, o que nos levou, inclusive, a conquistar um patamar de dívida sobre PIB da ordem de 80%, versus mais de 100% inicialmente projetado para este ano ao final de 2020. Conseguimos perder esta oportunidade de acertar o barco, infelizmente. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Claro, podemos colocar isso na conta da pandemia e da falta de sensibilidade com que medimos os impactos da reabertura no poder de compra da população.

Ainda assim, como muito bem colocou Ilan Goldfajn, presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil e ex-presidente do Banco Central, "responsabilidade social não significa irresponsabilidade fiscal".

O teto de gastos e a sua carteira de investimentos

De fato, em um país no qual o panorama fiscal tem se provado o calcanhar de Aquiles há alguns anos, não pensar em como endereçar as questões otimizando o problema da alocação de recursos parece uma questão em si mesma.

O teto de gastos, na verdade, foi criado como uma regra rígida, porém, simples, que visava proporcionar esse instinto de alocação de capital por parte dos agentes políticos. Infelizmente, ele não sobreviveu à crise sanitária da pandemia da Covid-19.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Agora, devemos prosseguir para encerrar o ciclo de aperto monetário no primeiro trimestre do ano que vem em algo como 11,5% de Selic ao ano, ou ao redor disso.

A consequência disso é, como já temos visto, uma rotação de recursos da renda variável, que ganhou novos amantes nos últimos anos de queda dos juros, para a renda fixa. O mundo voltou a ser dos rentistas.

Naturalmente, já voltamos a ver oportunidades muito interessantes em renda fixa, nos valendo ainda da posição incoerente na qual a curva de juros está neste momento.

Ainda há, definitivamente, espaço para renda variável, até mesmo porque, como podemos ver abaixo, estamos absolutamente baratos contra os lucros das empresas projetados para os próximos 12 meses. Nesse sentido, faz sentido ainda a exposição ao prêmio de risco da Bolsa brasileira:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contudo, ainda que seja válida a manutenção em bolsa, duas novas provocações são válidas: 

  1. O contexto local ainda não aliviou a percepção de risco: ainda nesta semana teremos definição da PEC dos Precatórios, que não necessariamente poderá ter um desfecho positivo para o panorama fiscal, sem falar no ano eleitoral de 2022, que deverá pressionar ainda mais ativos de risco, gerando uma volatilidade quase que insuportável; e
  2. Lá fora estamos flertando com aperto monetário igualmente, com reunião de política monetária do Fed e do BC da Inglaterra (BoE) nesta quarta (3) e quinta-feira (4), respectivamente: um tom mais "hawkish" (contracionista de liquidez) por lá deverá atrair capital para países desenvolvidos, em um ambiente no qual emergentes são atrativos apenas pela retomada pós-pandêmica cíclica, ameaçada pela desaceleração chinesa, inflação e o consequente aperto monetário.

Selic mais alta: como ajustar a carteira?

Ou seja, qual a solução para o dilema atual?

Entendo que haja espaço para manutenção do prêmio da Bolsa de risco em nossas carteiras em até 30% do total, a depender do perfil do investidor. Paralelamente, permaneço com meus votos de manter uma posição estrutural no exterior, em moeda estrangeira e em posição internacional, em algo como 30% do total, igualmente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse sentido, faz sentido montar uma carteira com algo como 10% de caixa (Tesouro Selic, que vai render mais de 10% antes da metade do ano que vem) e outros 30% em renda fixa, em risco soberano e privado.

Nesses últimos 30%, uma combinação de títulos do tesouro indexados à inflação (IPCA+) longos (2055) e curtos (2026) com alguns títulos privados pré-fixados incentivados pagando mais de 10% ao ano para os próximos 2 ou 3 anos (não mais que 2024) me parece uma boa pedida.

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

A realidade mudou e precisamos seguir nos adaptando à ela.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na série "Palavra do Estrategista" da Empiricus, Felipe Miranda e eu passamos nossas melhores ideias de investimentos para solidificar carteiras como esta que desenhei brevemente acima para os mais variados tipos de investidores.

Para quem se interessou, vale conferir!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

17 de novembro de 2025 - 7:53

Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos

VISÃO 360

Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’

16 de novembro de 2025 - 8:00

Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje

14 de novembro de 2025 - 8:24

Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira

SEXTOU COM O RUY

Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam

14 de novembro de 2025 - 6:55

Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje

13 de novembro de 2025 - 7:57

Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?

12 de novembro de 2025 - 19:54

Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje

11 de novembro de 2025 - 8:28

Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar