Como as empresas mentem para você sobre o crescimento exponencial
A palavra “exponencial” está batida. Todo mundo se diz exponencial. O Google é exponencial, a Amazon é exponencial… então toda empresa de tecnologia é exponencial? Não. Entenda as diferenças
Olá, seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre tecnologia e investimentos.
Durante os últimos dias, me debrucei sobre o caso de investimentos de algumas empresas de tecnologia que se dizem “exponenciais”.
Uma das empresas que eu analisei afirma ter crescido suas receitas consistentemente num ritmo de 15% ao ano, ao longo dos últimos 10 anos.
Apesar de valer pouco mais de R$ 1 bilhão, suas receitas estão muito longe disso, o que faz dos seus múltiplos muito parecidos com o de grandes empresas de software as service ao redor do mundo.
Porém, essa empresa não é, nem nunca será exponencial.
Ela convenceu o mercado com uma narrativa que simplesmente não existe. E ela não é a única.
Leia Também
A seguir, eu vou te explicar como as empresas de tecnologia contam histórias muito mais bonitas do que a realidade.
Exponencial?
A palavra “exponencial” está batida. Todo mundo se diz exponencial.
O Google é exponencial, a Amazon é exponencial… então toda empresa de tecnologia é exponencial.
Meu Deus, não!
Especialmente no segmento de softwares, onde temos grandes cases globais e fantásticos como Salesforce, Adobe, DataDog e muitos outros, existe uma segmentação clara entre as companhias.
Algumas delas possuem produtos escaláveis em sua essência. Esses produtos são de fácil implementação e hospedados na nuvem.
Não existe qualquer preparação ou parametrização para você começar a utilizar um software de gerenciamento de projetos como o Asana, o Trello e outros.
É só plugar, pagar e usar.
E todas as empresas de tecnologia querem que você acredite que o produto delas funciona exatamente assim.
Mas claro, não é o caso.
Especialmente para as empresas que trabalham no mercado B2B, ou seja, vendendo para clientes corporativos, os casos de escala são apenas uma minoria.
Pegue a implementação de um software de gestão da SAP. Por exemplo, o seu famoso carro chefe, o ERP.
São necessários entre 12 e 24 meses para fechar a venda de um ERP da SAP para um novo cliente. É preciso convencer do estagiário ao CFO que vale a pena todo o trabalho de implementação e substituição do atual fornecedor da companhia.
Depois da venda, são necessários entre 6 e 18 meses para implementação do software. Geralmente, o trabalho que começa no financeiro acaba impactando a empresa inteira.
É um negócio de excelentes margens, mas que, convenhamos, não parece exponencial no sentido genuíno da coisa.
O caso que eu estava falando
Essa empresa “exponencial” que eu mencionei no começo do texto fecha entre 4 e 5 novos clientes por ano.
Só isso.
Está inserida num mercado altamente penetrado e com poucas avenidas de crescimento.
Mesmo assim, ela cresceu 15% ao ano nos últimos 10 anos.
Como?
Comprando crescimento.
Vamos supor que você tenha uma receita anual de R$ 100 milhões e compre uma empresa que faz R$ 15 milhões de receitas anuais.
Sua receita cresceu 2% esse ano, para R$ 102 milhões.
Claro, você vai consolidar essa empresa, incorporar os números dela ao seus resultados.
Daqui cinco anos, quando um investidor que não conhece a história da companhia for analisar seus números superficialmente, o que ele verá?
Que entre 2020 e 2021, a receita saiu de R$ 100 milhões para 117 milhões.
Uau!
Repetida isso todos anos e pronto! Você é uma empresa cujos dados financeiros dizem ser exponenciais.
Para os influenciadores digitais que não se dão ao trabalho de gastar semanas estudando a história da empresa, seu mercado, seu negócio e recomendam investimentos com #, a conclusão é óbvia: “exponencial”.
Leia também:
- NO CELULAR: Receba comentários diários em áudio da equipe do Seu Dinheiro
- Ações de tecnologia são mesmo mais arriscadas que de outros setores?
- Os 5 benefícios da previdência privada – redução de imposto de renda em 2021 é só um deles
Arnaldo, pode isso?
Apenas para que fique claro, não há nada de errado numa empresa de baixo crescimento crescendo via aquisições.
Inclusive, é um dos únicos caminhos.
Mas isso precisa estar claro para os investidores. Uma empresa como essa não oferece prospectos exponenciais e portanto, não deveria ser precificada como uma empresa exponencial.
Em muitos casos, as companhias não fazem questão nenhuma de corrigir a percepção errada dos investidores, e ainda a fomentam.
Quando estiver pensando em investir numa empresa de tecnologia, tome bastante cuidado para não comprar um caso de “fusões e aquisições” pelo preço de um caso de crescimento exponencial.
Contato
Espero ter te ensinado a escapar desse truque tão comum utilizado pelas empresas para dourarem a pílula das suas histórias.
Se você gostou dessa coluna, pode acompanhar o meu trabalho também através do Tela Azul, o podcast semanal e gratuito, sobre tecnologia e investimentos, que eu toco com meus amigos André Franco e Vinicius Bazan.
Você pode nos ouvir no Spotify, e entrar em contato com dúvidas e ideias no e-mail telaazul@empiricus.com.br.
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano