Que as grandes incorporadoras chinesas vêm passando por dificuldades nos últimos meses e alimentando temores sobre uma rachadura no setor imobiliário do país, não é novidade para os investidores. Mas, depois do susto com a Evergrande, que levou suas ações a derreterem na bolsa de valores de Hong Kong, os holofotes agora também recaem sobre o Kaisa Group.
No decorrer dos últimos meses, o governo chinês colocou em prática um aperto monetário e regulatório no setor para fazer frente à especulação imobiliária, o que atingiu as incorporadoras em cheio.
No mais recente desdobramento da crise no mercado imobiliário chinês, a Fitch rebaixou o rating dos dois conglomerados. A agência de classificação de risco de crédito considera que tanto a Evergrande quanto a Kaisa deram o calote em seus credores.
O caso da Kaisa
Em relação à Kaisa, apesar de a incorporadora ainda não ter oficialmente anunciado padrões que podem resultar em processos de reestruturação de dívida prolongados, a Fitch se antecipou e rebaixou nesta quinta-feira o rating da companhia para “RD”, ou default restrito, um nome mais discreto para calote.
O rebaixamento acontece depois de a chinesa ter deixado de pagar US$ 400 milhões em títulos vencidos há dois dias, sem período de carência.
O conglomerado, que possui a maior dívida em moeda estrangeira depois da Evergrande entre as empresas chinesas, deu início à reestruturação de um débito no valor de US$ 12 bilhões, informa o Asia Financial.
Diante disso, as ações da Kaisa foram suspensas na bolsa de Hong Kong por conta do calote.
A gigante devedora
No caso da Evergrande, a situação não foi muito diferente. A Fitch também rebaixou a nota de crédito da companhia para default restrito depois de um aparente descumprimento no pagamento de dois cupons.
Como a Fitch não recebeu qualquer resposta da incorporadora referente a questionamentos sobre o pagamento dos passivos, a Fitch considera que eles não foram pagos. Consequentemente, a gigante chinesa passou a ser considerada inadimplente pela primeira vez em sua história.
*Com informações do Asia Financial