🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Mercado decepcionado

Via (VIIA3) despenca mais de 10% com balanço fraco e provisão bilionária; Credit Suisse rebaixa a ação para venda

A Via (VIIA3), dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, viu sua receita líquida encolher e ainda lançou provisões de R$ 1,2 bilhão no balanço

Victor Aguiar
Victor Aguiar
11 de novembro de 2021
10:36 - atualizado às 20:48
Fachada da loja Casas Bahia, rede pertencente à Via (VIIA3)
Casas Bahia é uma das redes de lojas operadas pela Via (VIIA3) - Imagem: Shutterstock

A sessão começou complicada para as ações ON da Via (VIIA3): os papéis da dona das Casas Bahia e do Ponto Frio chegaram a cair 18% nesta manhã de quinta-feira (11), indo a R$ 5,80 na mínima, com o mercado mostrando-se bastante frustrado com os resultados trimestrais da companhia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Receita, Ebitda e lucro ficaram bem abaixo das projeções dos analistas; além disso, a empresa aumentou em R$ 1,2 bilhão o saldo de provisões relacionadas a processos trabalhistas — um efeito que, embora não recorrente, não estava no radar e caiu mal no mercado.

Para se ter uma ideia da decepção, o Credit Suisse promoveu um rebaixamento duplo em sua recomendação para os papéis, saindo de compra direto para venda; o Itaú BBA colocou seu modelo para as ações da Via em revisão, afirmando que "estimativas e preço-alvo antigos não refletem mais nossa visão".

Ao longo do pregão, as ações VIIA3 diminuíram bastante o ritmo de perdas, mas ainda tiveram um desempenho amplamente negativo: fecharam em baixa de 12,48%, a R$ 6,17. É, de longe, a maior queda do Ibovespa, que teve um dia bastante positivo e subiu 1,54%.

Com a forte queda de hoje, as ações ON da Via (VIIA3) foram às mínimas do ano e já se aproximam das cotações de março de 2020, auge da incerteza gerada pela pandemia

Via: o que houve?

À primeira vista, o balanço trimestral da Via (VIIA3) dava a entender que viria recheado de boas notícias: o valor bruto de mercadorias comercializadas (GMV, na sigla em inglês) subiu 5,7% em um ano, para R$ 11,1 bilhões; além disso, as vendas pelos canais digitais saltaram 33% e chegaram a 60% do total. Um sinal de que o e-commerce da companhia está se fortalecendo — há um ano, o e-commerce respondia por 47% do GMV.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao olharmos com lupa o desempenho das plataformas digitais da Via, também encontramos boas notícias. Tanto o 1P (o e-commerce tradicional) quanto o 3P (o marketplace) mostraram um crescimento robusto e que, em linhas gerais, até ficou acima do esperado pelos analistas:

Leia Também

  • 1P: R$ 3,9 bilhões (alta de 9,6%)
  • 3P: R$ 2 bilhões (alta de 133%)

Chama a atenção o desempenho do marketplace da Via, que já responde por 30% das vendas através de canais digitais. Desde o começo do ano, a empresa mostrou-se empenhada em atrair mais vendedores e desenvolver rapidamente esse canal — tanto é que, há alguns meses, a empresa anunciou de maneira bastante enfática a marca de 100 mil sellers, atingindo a meta para 2021 com bastante antecedência.

As boas notícias, no entanto, param por aí.

Se é verdade que o e-commerce da Via tem tido um bom desempenho, o mesmo não pode ser dito das lojas físicas, cujo GMV caiu 14,3%, a R$ 5,2 bilhões — vale lembrar que o terceiro trimestre de 2020 ainda era marcado pelas restrições geradas pela pandemia. Ou seja: o volume caiu, mesmo com uma base de comparação fraca.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O resultado desse mix é que, por mais que o GMV total tenha aumentado, a receita líquida da Via caiu 5,9% na comparação anual, a R$ 7,35 bilhões. É um dado que acende um sinal amarelo entre os analistas, que já especulam quanto aos efeitos da inflação mais elevada sobre a demanda do varejo como um todo.

Provisões inesperadas

Além disso, houve também um aumento relevante no volume de provisões relacionadas a processos trabalhistas: A Via, que já reservava cerca de R$ 1,3 bilhão para esses fins, aumentou essa cifra em mais R$ 1,2 bilhão — uma novidade negativa e que pegou o mercado despreparado.

Esse provisionamento se deve ao forte aumento nas ações judiciais movidas por ex-empregados contra a empresa; segundo a Via, o total de processos no primeiro semestre de 2021 foi 82% maior que o visto na primeira metade do ano passado. Considerando essa surpresa, a companhia já prevê que mais impactos serão sentidos nos próximos anos:

  • 2022: de R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão;
  • 2023: de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões;
  • 2024: de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões.

Mais cedo, durante a teleconferência com analistas e investidores, os executivos da Via argumentaram que esse efeito negativo vai ser compensado no futuro com a conversão de créditos tributários de cerca de R$ 1,8 bilhão ao ano, de 2022 em diante. Ainda assim, fato é que os efeitos desse provisionamento são sentidos no presente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja o Ebitda da Via, por exemplo: as provisões extras impactaram o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização em R$ 1 bilhão no terceiro trimestre; como consequência, a linha ficou negativa em R$ 923 milhões. Ao final do balanço, a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio reportou prejuízo líquido de R$ 638 milhões.

Desconsiderando o efeito das provisões judiciais e outros itens não recorrentes, o Ebitda da Via no trimestre foi de R$ 669 milhões, alta de 6,7% na base anual — a margem Ebitda subiu 1,1 ponto, indo a 9,1%. Em termos ajustados, a companhia teve lucro de R$ 101 milhões, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2020.

Analistas descontentes com a Via

Em relatório, o Credit Suisse promoveu um raro 'duplo downgrade' em VIIA3, passando de compra para venda; além disso, o preço-alvo para os papéis foi cortado de R$ 9,50 para R$ 5,50 — o que representa um potencial de baixa de 10% em relação às cotações atuais, mesmo com toda a baixa vista hoje na bolsa.

"Nós reconhecemos o grande trabalho que a administração entregou desde a metade de 2019, que pode claramente ser visto nos resultados recentes", escrevem os analistas Victor Saragiotto e Pedro Pinto. "No entanto, acreditamos que as provisões trabalhistas persistentemente altas vão ofuscar essas grandes conquistas, o que justifica nossa visão menos construtiva para as ações".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quanto às questões trabalhistas, o Credit Suisse destaca a imprevisibilidade desse fator: como a empresa já tinha feito uma provisão elevada no fim de 2019, o mercado esperava que todos os problemas nesse front estivessem solucionados, sem novas surpresas; o novo anúncio, assim, muda essa visão.

O Itaú BBA também se mostrou bastante frustrado com a Via: em relatório, o banco informou que sua modelagem para os papéis VIIA3 estavam 'sob revisão', retirando o preço-alvo de circulação — a provisão extra acabou ofuscando qualquer boa notícia vinda do balanço e do fortalecimento do e-commerce da companhia.

Dada a relevância dessa notícia, acreditamos que nossas estimativas atuais e nosso preço-alvo não refletem mais nossa visão.

Itaú BBA, em relatório

VIIA3: ações em baixa, competição animada

A queda forte de VIIA3 mexeu com todo o setor de e-commerce na B3. A provisão inesperada, a má reação dos analistas e o desempenho fraco das lojas físicas desencadearam um movimento de rotação na carteira dos investidores, que optaram por vender os papéis da empresa e comprar ações de outros players.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Magazine Luiza ON (MGLU3), por exemplo, subiu 4,84% nesta quinta-feira, aparecendo como um destino óbvio para quem se mostrou decepcionado com o balanço da Via. Americanas ON (AMER3), em alta de 2,67%, e Lojas Americanas PN (LAME4), com ganho de 1,96%, também avançaram — as duas companhias reportam seus números trimestrais nesta noite.

Outro ponto que reduz a confiança do mercado em VIIA3 é a competição acirrada no e-commerce brasileiro. Por mais que a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio tenha crescido nas vendas digitais, há inúmeros players domésticos e externos disputando a atenção do consumidor local: além do Magalu e das Americanas, há ainda Mercado Livre, Amazon, Aliexpress e Shopee, apenas para citar algumas.

O Mercado Livre, aliás, reportou um forte crescimento no mercado brasileiro no terceiro trimestre, um sinal de que as empresas estrangeiras estão com o apetite alto — e a Via, tendo que lidar com as questões trabalhistas recorrentes, pode ficar para trás.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VAI COMEÇAR O BARATA-VOA?

Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro

17 de outubro de 2025 - 17:25

Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas

AUMENTOU O RISCO BRASIL?

Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras

17 de outubro de 2025 - 13:03

Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil

QUANDO HÁ UMA BARATA…

Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA

17 de outubro de 2025 - 9:49

O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje

REGIME FÁCIL

B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 —  via ações ou renda fixa

16 de outubro de 2025 - 0:05

Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança

INVESTIMENTO CONSCIENTE

Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco

15 de outubro de 2025 - 18:58

Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa

TOUROS E URSOS #243

Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras

15 de outubro de 2025 - 13:30

André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado

NOVIDADE NA APOSENTADORIA

A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo

15 de outubro de 2025 - 10:19

O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo

SD ENTREVISTA

De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente

15 de outubro de 2025 - 6:07

Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq

14 de outubro de 2025 - 17:55

A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)

CORTANDO CAMINHO

IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor

14 de outubro de 2025 - 6:03

Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação

NÃO PARAM DE SUBIR

Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas

13 de outubro de 2025 - 18:25

Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata

CARTA MENSAL

Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno

13 de outubro de 2025 - 17:15

Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda

MEDINDO A TEMPERATURA

Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro

13 de outubro de 2025 - 13:20

Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso

CRIPTOMOEDAS HOJE

Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?

13 de outubro de 2025 - 10:15

A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação

MERCADOS

Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram

11 de outubro de 2025 - 14:14

Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos

FUGA PARA AS MONTANHAS

Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco

11 de outubro de 2025 - 13:15

A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities

EM ALTA

Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás

10 de outubro de 2025 - 14:00

Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes

EM NOVA ROTA

FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação

10 de outubro de 2025 - 12:36

O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação

ENTUSIASMO EXAGERADO?

O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim

9 de outubro de 2025 - 19:32

Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial

DESTAQUES DA BOLSA

O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso

9 de outubro de 2025 - 12:41

As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar