Os investidores brasileiros receberam de braços abertos os novos sinais de que o governo de São Paulo está mesmo comprometido com a possível privatização da Sabesp (SBSP3).
Nesta quinta-feira (29), o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) recomendou a contratação de uma consultoria para analisar e identificar as alternativas para a reestruturação de capital da companhia, o que poderia levar à sua potencial capitalização e privatização.
O CDPED recomendou que a Secretaria da Fazenda e Planejamento contrate a International Finance Corporation – IFC, para prestação de serviços. Para dar sequência ao processo, as próximas etapas também devem voltar a ser analisadas pelo conselho.
A notícia animou o mercado local, que voltou a ver chances de privatização para a companhia. Por volta das 12h20, as ações da Sabesp subiam 5,64%, a R$ 40,44, na máxima do dia. Até o fim do pregão, porém, a cotação virou, e os papéis SBSP3 fecharam em queda de 0,16%, a R$ 38,22.
Essa não é a primeira vez que uma alternativa para a reestruturação da companhia é colocada na mesa. Nos últimos anos, o governo já tentou formar uma nova holding, onde manteria o controle acionário, mas venderia uma participação minoritária ao mercado, e a privatização de fato, com a venda do controle.
Para a equipe de análise da Ajax Capital, a sinalização é positiva mesmo que não venha acompanhada pela privatização, já que qualquer que seja o cenário escolhido, o esperado é que a companhia passe por uma melhora na governança, o que, consequentemente, aumentaria o seu prêmio na bolsa. Os analistas, no entanto, ressaltam que é “difícil observarmos algum movimento de privatização em ano eleitoral”.