Esquenta dos mercados: PEC dos precatórios e leilão do BC devem movimentar bolsa hoje, em dia de balanços no exterior
E mais: crise de abastecimento nos EUA e gargalos estruturais seguem pressionando o país pela retomada — o que afeta todo o mundo
O cenário do Brasil se assemelha ao roteiro de novela: os personagens são conhecidos e os arcos são mais ou menos os mesmos. O exterior segue em dificuldade para retomada das atividades, com as principais economias do mundo derrapando para ganhar tração nos indicadores econômicos. O cenário local é de risco ao teto de gastos.
Nesse cenário, o Ibovespa encerrou o pregão de ontem (28) em queda de 0,19%, aos 114.428 pontos e o dólar fechou com ganho de 1,21%, a R$ 5,5205. Os dados do PIB da China e produção industrial dos EUA decepcionaram os investidores, e os números não devem melhorar tão cedo.
A crise energética que assola o mundo segue como plano de fundo da retomada. Enquanto isso, a alta da inflação coloca os Bancos Centrais em cheque. Com isso, as atenções do pregão desta terça-feira (19) ficam para a temporada de balanços, que deve trazer bons resultados segundo as projeções de analistas.
Por aqui, o clima é de cautela antes da sessão especial na Câmara para discutir e votar a PEC dos precatórios, medida essencial para o governo federal conseguir pagar os benefícios sociais e respeitar o teto de gastos. A divulgação da produção e vendas do 3º trimestre da Vale (VALE3) deve ocorrer após o fechamento, mas injeta ainda mais tensão no mercado hoje.
Na ponta do lápis
Outubro marca o fim do auxílio emergencial, o que tem colocado pressão sobre o governo para uma nova proposta de arranjo dos benefícios sociais. Segundo o Broadcast, o pagamento de benefícios para 2022 deve somar parcelas de R$ 400 por mês, sendo que, do total, R$ 100 ficariam fora do teto de gastos.
De acordo com a regra que limita o aumento das despesas à inflação, o Auxílio Brasil deve contar com um orçamento de R$ 35 bilhões, que permite parcelas de R$ 194,45 para 17 milhões de beneficiários. O repasse complementar de R$ 100 deve ser pago com os recursos de R$ 89 bilhões provenientes da aprovação da PEC dos precatórios, que entra hoje em debate e votação na comissão especial da Câmara.
Leia Também
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Por fim, outros R$ 100 ficariam fora do teto e o valor deve chegar aos beneficiários a partir de dezembro.
A PEC que permite o parcelamento dos precatórios é apenas uma das medidas que a equipe econômica precisa para abrir espaço no Orçamento. A outra é a reforma do Imposto de Renda, que está travada no Senado. O relator da proposta, Angelo Coronel (PSD-BA), avisou que não dá para fazer o relatório sob pressão e na pressa que eles querem”.
O saldo de tudo isso
Os investidores ficam de olho se o governo seguirá respeitando a regra de ouro e o teto de gastos, tendo em vista que a eleição de 2022 se avizinha e o presidente da República, Jair Bolsonaro, segue com a popularidade baixa.
A equipe econômica, encabeçada por Paulo Guedes, ainda se agarra às regras que visam a manutenção das contas públicas. Entretanto, a chamada ala política pode ter outros planos para os gastos do governo e a austeridade dos gastos pode ficar em segundo plano.
No pregão de hoje
O Banco Central deve fazer um leilão de US$ 500 milhões no mercado à vista para tentar segurar a alta do dólar. A última vez que o BC fez essa operação foi em 15 de março deste ano.
Enquanto isso, a curva de juros segue pressionada e deve se manter assim até maiores desdobramentos sobre o respeito ou não ao teto de gastos. Nesta terça-feira (19), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o diretor de política econômica, Fábio Kanczuk, participam de eventos.
Pela manhã, a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M de outubro. Sem maiores indicadores para hoje, as atenções ficam voltadas para a sessão especial da Câmara que discute a PEC dos Precatórios.
Balanços mexem com exterior
Fora do Brasil, o exterior fica de olho nos balanços do dia, entre eles Netflix, Johnson & Johnson, Procter & Gamble e United Airlines. De acordo com analistas do Yahoo Finance, não há exatamente o que temer quanto à divulgação dos resultados, mas é preciso ficar de olho no desempenho das empresas neste trimestre e nas projeções para 2022.
De acordo com especialistas, as empresas tem reportado ganhos até 15% acima do esperado. Mas os Estados Unidos vivem um momento de “estagflação”, quando o crescimento econômico não acompanha a alta dos preços, além de gargalos estruturais na cadeia de suprimentos e problemas no mercado de trabalho, o que dificulta a retomada das atividades.
De maneira semelhante, países pelo mundo também sofrem com os mesmos problemas, mas quando atingem um gigante econômico como os EUA, o resto do globo também sofre.
No campo dos indicadores, os Estados Unidos divulgam os números de novas moradias pela manhã e os estoques de petróleo no final da tarde de hoje. A China deve divulgar a taxa de juros para empréstimos de 1 a 5 anos no fim do dia, o que deve movimentar os mercados na quarta-feira (20).
Bolsas pelo mundo
Os principais índices da Ásia encerraram o pregão desta terça-feira em alta, puxados principalmente pelos papéis de tecnologia. As ações seguiram o comportamento da bolsa de Nasdaq, referência para o setor.
No Velho Continente, as principais praças operam próximas da estabilidade, à espera dos balanços do dia nos Estados Unidos. Empresas como Netflix e Johnson & Johnson devem divulgar seus resultados do terceiro trimestre ainda hoje.
Pelo mesmo motivo, os futuros de Nova York operam próximos da estabilidade e com ganhos modestos. Além dos balanços, as falas dos dirigentes do Federal Reserve devem seguir no radar do investidor.
Agenda do dia
- FGV: Segunda prévia do IGP-M de outubro e IPC-S Capitais de outubro (8h)
- Estados Unidos: Diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, participa de painel do DC Fintech Week (9h15)
- FGV: Monitor do PIB de agosto (10h15)
- OCDE: Relatório com perspectivas fiscais para 2060 (12h)
- Ministério da Economia: Diretor de política econômica, Fábio Kanczuk, palestra no JP Morgan Investor Seminar (13h)
- Congresso Nacional: Comissão especial da Câmara para a PEC dos Precatórios discute e vota parecer (14h)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto CAmpos Neto, participa de Seminário Socioambiental em Infraestrutura de Transportes, organizado pelo Ministério da Infraestrutura (14h3)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
- China: Banco do Povo da China (PBoC) divulga taxa de referência para empréstimos de 1 a 5 anos (22h30)
Balanços e empresas
- Estados Unidos: Johnson & Johnson (antes da abertura)
- Estados Unidos: Procter & Gamble (antes da abertura)
- México: América Móvil (após o fechamento)
- Estados Unidos: Netflix (após o fechamento)
- Estados Unidos: United Airlines (após o fechamento)
- Brasil: Vale divulga produção e vendas do 3º trimestre (após o fechamento)
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
