“Pacote Biden” em xeque e preocupação com a covid-19 fazem bolsa recuar quase 2%
Existe uma certa desconfiança de que o plano encontre dificuldades de ser aprovado pelo Congresso, ainda que o democrata tenha conquistado a maioria das duas casas
Os investidores parecem mesmo ter tirado essa semana para ter um comportamento mais cauteloso depois dos seguidos recordes registrados recentemente. Assim, a sexta-feira (15) começa no vermelho nas principais bolsas globais.
O Ibovespa não só segue a tendência dos mercados internacionais como também recua com ainda mais força. Por volta das 16h40, o principal índice da B3 operava em queda firme de 2%, aos 121.005 pontos. No mesmo horário, as bolsas em Wall Street também recuavam, mas com quedas menores que 0,5%.
O dólar tem um dia de alta, subindo 1,57%, a R$ 5,2917, após três sessões de intenso alívio.
O plano Biden em xeque
A expectativa pelo anúncio do pacote de estímulos prometido pelo presidente eleito Joe Biden impulsionou as bolsas globais ontem. Mas se ontem o pacote deu fôlego extra para os investidores, hoje a situação é um tanto diferente.
Antes mesmo do anúncio, os agentes do mercado financeiro já haviam se mostrado um pouco menos otimistas, após o The New York Times indicar que o pacote seria de US$ 1,9 trilhão e não de US$ 2 trilhões como o mercado acreditava. A notícia minou os ganhos das bolsas americanas que chegaram a bater um novo recorde intraday no começo da tarde. Durante a noite, Biden confirmou detalhes do pacote fiscal.
Se nas últimas semanas as bolsas subiram com base na leitura de que seria mais fácil para os democratas aprovarem novos estímulos, já que controlam tanto o Senado quanto a Câmara, hoje o movimento segue o raciocínio contrário.
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Os investidores temem que ter a maioria nas duas casas legislativas do país pode não ser o suficiente para aprovar o pacote. Segundo João Vitor Freitas, da Toro Investimentos, existe um questionamento sobre a possibilidade do plano ser diluído ou enxugado pelos parlamentares, aprovando apenas parte do pacote.
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A onda virou um tsunami
A “primeira onda” do coronavírus ainda nem mostrava sinais de desaceleração e especialistas em todo o mundo já falavam nos perigos de uma segunda onda para a economia.
No exterior, diversos países e regiões voltaram ao estágio de lockdown completo, mesmo com as campanhas de vacinação começando a avançar em diversos locais.
No Brasil, a questão da vacinação segue um tanto incerta, em um momento em que o país segue registrando mais de 1 mil mortos diariamente.
Para conter o avanço da doença — que já sobrecarrega os sistemas de saúde pelo país afora e colocou Manaus em uma situação de calamidade pública — novas medidas de isolamento social podem se fazer necessárias.
Em São Paulo, o governador João Doria acaba de endurecer as regras de quarentena em oito regiões do estado. A região da Grande São Paulo segue em fase amarela.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vem convocando o Congresso para avaliar a situação. Segundo Freitas, isso deixa o mercado preocupado com a possibilidade de que novos estímulos também sejam aprovados por aqui.
Vale lembrar que o risco de se romper o teto de gastos é uma das maiores preocupações do mercado, já que o crescimento dos gastos públicos pressiona a saúde fiscal do país.
Vendas no varejo
Após seis meses consecutivos de alta, o comércio varejista ficou próximo da estabilidade em novembro, com o volume de vendas recuando 0,1% em relação a outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast com economistas, de 0,3%. Mesmo assim, ela ficou dentro do intervalo de expectativas, que iam de queda de 0,6% a alta de 1,5%.
Nos Estados Unidos também foi dia de conhecer o resultado das vendas no varejo de dezembro. O indicador recuou pelo segundo mês consecutivo, aumentando a preocupação com a capacidade de recuperação da economia norte-americana.
Ela está de volta
A temporada de balanços já está novamente entre nós. O pontapé inicial foi dado pelas tradicionais empresas do setor bancário norte-americano. Confira um resumo dos resultados:
- O JP Morgan registrou lucro no 4º trimestre, mas o impacto da pandemia sobre empresas e consumidores forçou o banco a reservar bilhões de dólares para eventuais perdas com empréstimos no início de 2021.
- Embora o lucro do Wells Fargo tenha registrado alta, sua receita total caiu 9,7%, para US$ 17,93 bilhões.
Sobe e desce
Dentre as maiores altas temos empresas que foram prejudicadas recentemente com a queda do dólar e que se beneficiam de um cenário com a moeda valorizada, já que a maior parte das suas receitas são na moeda americana.. Temos também a JHSF, que acabou de divulgar a sua prévia operacional.
Marcio Lórega, da Ativa Investimentos, também destaca que em um cenário em que novas medidas severas de isolamento social sejam adotadas, as ações das empresas de e-commerce tendem a voltar ao topo da tabela, como é o caso da B2W nesta sexta-feira.
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| JHSF3 | JHSF ON | R$ 7,61 | 3,82% |
| BTOW3 | B2W ON | R$ 80,15 | 3,62% |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 61,65 | 3,34% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 21,17 | 2,12% |
| CPFE3 | CPFL Energia | R$ 32,27 | 1,61% |
As ações da Locamérica e da Localiza caem forte após rumores de que o Cade deve barrar a proposta de fusão das duas companhias.
Já as empresas ligadas à commodities possuem mais um dia de correção.Confira as maiores quedas do Ibovespa desta sexta-feira:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| CSNA3 | CSN ON | R$ 34,92 | -6,61% |
| LCAM3 | Locamérica ON | R$ 28,87 | -5,81% |
| RENT3 | Localiza ON | R$ 70,40 | -4,77% |
| GGBR4 | Gerdau PN | R$ 26,34 | -4,98% |
| GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 11,88 | -4,65% |
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