Dólar se fortalece e bolsa tem leve alta na semana — com o mercado de olho em todos os movimentos do Fed
Em semana marcada pelas movimentações do mercado internacional, o dólar subiu a R$ 5,35 e o Ibovespa conseguiu sustentar o patamar dos 122 mil pontos
Preocupações e medos excessivos, irritabilidade e até mesmo tremores podem ser alguns dos sintomas apresentados em quadros ansiosos. E de ansiedade o mercado financeiro parece entender bem, já que é quase um especialista em sofrer por antecipação.
“Os juros americanos irão aumentar antes de 2023?”. Essa parece ser a pergunta que martela na cabeça dos investidores incessantemente, provocando os altos e baixos do mercado.
Uma hora a leitura de que a inflação vai sim levar a uma mudança de postura do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) pesa. Na outra, o discurso de que as coisas se manterão assim até que ‘tudo passe’ acalma. No momento seguinte, índices de atividade mostram uma economia forte e robusta - o que pode significar inflação. Mas pouco depois o mercado de trabalho mostra uma recuperação lenta, o que pode comprometer o ciclo todo. E tudo se repete.
Sinais e pistas sobre o futuro são vistos - e lidos - em todos os cantos. Uma hora os investidores respiram fundo. Na sequência, o coração acelera… Tem sido essa a valsa dançada pelos mercados internacionais nas últimas semanas.
A ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve, divulgada na última quarta-feira (19), foi a raiz da ansiedade sentida pelo mercado nos últimos dias. Antes dela, fôlego limitado. Depois dela, inúmeros cálculos de ‘E se?'.
Para o economista Alexandre Almeida, economista da CM Capital, a ata não trouxe nada que já não vinha sendo dito pelos dirigentes da instituição em diversos pronunciamentos. E o discurso de fato, já é bem conhecido do mercado. As políticas de estímulos monetários serão mantidas até que a economia de fato entre nos eixos. Em todos os eixos. Isso porque é natural que os dados macroeconômicos mandem sinais mistos, já que estamos nos recuperando de uma grave crise mundial.
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Embora esse também tenha sido um fato antecipado em falas pelos dirigentes, a sinalização de que alguns membros querem rediscutir a política de compras de ativos acabou azedando os mercados na quarta, mas as bolsas pareciam ter superado os excessos nos últimos dias.
Isso até hoje, quando dados da atividade americana, principalmente do setor de serviços, mostraram um avanço recorde. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) subiu a 68,1 em maio - o maior nível da série histórica iniciada em 2009. O PMI industrial foi de 60,5 para 61,5 e o de serviços passou de 64,7 para 70,1, bem acima dos 64,3 esperados.
A correlação entre níveis de atividade e inflação é clara e a pulga atrás da orelha voltou a falar mais alto. O resultado foi um dólar fortalecido e sinais mistos nas bolsas. O Dow Jones avançou 0,36%, mas o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,08% e 0,48%, respectivamente.
Você deve estar se perguntando: tá, mas e o Brasil? Bom, na falta de outros gatilhos, o que movimentou o mercado brasileiro foi, na maior parte do tempo, as perspectivas para os próximos movimentos do Fed no xadrez global.
As questões internas que mais afetaram a bolsa ao longo dessa semana foram a aprovação da Medida Provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras - que puxou todo o setor elétrico -, e a queda das commodities, principalmente o minério de ferro.
O quadro geral desta sexta-feira é justamente o quadro geral da semana inteira, que se repetiu à exaustão ao longo dos dias. Hoje o Ibovespa fechou no vermelho, recuando 0,09%, mas conseguiu sustentar o nível dos 122 mil pontos, aos 122.592 pontos.
Com a economia americana mais forte e o mercado se preparando para o fim dos estímulos, o dólar à vista se fortaleceu. Hoje a moeda subiu 1,44%, a R$ 5,3532, totalizando quase totalmente o avanço da semana, que foi de 1,59%.
Soltando o fôlego
A aprovação da MP da Eletrobras animou o mercado, que agora espera o andamento de outras reformas, a aprovação da pauta no Senado e o destrave da agenda liberal. O economista da CM Capital lembra, no entanto, que essas reformas devem ser fatiadas e que a situação fiscal é um conjunto de coisas.
Um dos exemplos desse quadro se deu justamente hoje. O Ministério da Economia confirmou que existe um espaço adicional de R$ 4,8 bilhões no teto de gastos. Isso significa que o Orçamento de 2021 deve ser revisitado e alguns cortes propostos em algumas pastas podem ser ajustados.
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, assim como o mercado, vê a notícia como positiva já que reduz o montante bloqueado do Orçamento, que era de R$ 9,3 bilhões. Para a economista, embora não houvesse mais chance de risco de rompimento da meta, existe uma tensão pela dificuldade de execução do orçamento. “Essa notícia alivia um pouco, mas não muda a questão estrutural do endividamento do Brasil”, lembra.
Esse alívio na questão fiscal se refletiu na curva de juros, que acabou devolvendo a alta expressiva vista na parte da manhã. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro/2022: estável em 5,00%
- Janeiro/2023: estável em 6,75%
- Janeiro/2025: de 8,23% para 8,18%
- Janeiro/2027: de 8,82% para 8,76%
Ruídos apenas
Falando em ansiedade, as semanas que antecederam a instalação da CPI da covid-19 movimentou e pressionou o mercado brasileiro. Mas agora, com as investigações em curso e os depoimentos sendo colhidos, pouco ou quase nada respinga na Faria Lima.
As redes sociais estiveram coladas na TV Senado durante toda a semana, mas os aguardados discursos dos ex-ministros Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo não trouxeram novidades ou indícios de que a coisa pode esquentar para o lado do governo federal.
Por ora, a CPI segue apenas como pano de fundo.
Oito ou 80
A semana que passou pode até ter sido pautada pelo medo da inflação nos Estados Unidos, mas, na próxima semana teremos nosso próprio dragão para encarar.
A agenda está agitada. Teremos o IPCA-15, prévia da inflação oficial, e o IGP-M. Almeida, da CM Capital,explica que o IGP-M também costuma antecipar as pressões inflacionárias que também serão sentidas pelo consumidor.
Sobe e desce
A BRF liderou com folga as altas da semana e a razão era bem incerta até o meio dessa tarde. Após uma fusão frustrada, a rival Marfrig encabeçou um movimento de compra das ações da companhia, como explica o repórter Victor Aguiar.
Vale destacar também o desempenho de Localiza e Unidas, após o Cade não rejeitar a fusão entre as companhias logo de cara.
Confira as maiores altas da semana:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| BRFS3 | BRF ON | R$ 26,93 | 28,79% |
| LCAM3 | Locamérica ON | R$ 26,79 | 9,71% |
| CMIG4 | Cemig PN | R$ 13,12 | 7,72% |
| RENT3 | Localiza ON | R$ 62,88 | 6,96% |
| HYPE3 | Hypera ON | R$ 35,81 | 6,17% |
Na ponta contrária, o temor de que a inflação sentida na cadeia produtiva não consiga ser repassada aos consumidores pressionou o setor de construção. Confira as maiores quedas da semana:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| EZTC3 | EZTEC ON | R$ 29,63 | -8,44% |
| CYRE3 | Cyrela ON | R$ 21,95 | -7,46% |
| BTOW3 | B2W ON | R$ 56,00 | -5,58% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 30,07 | -5,32% |
| SULA11 | SulAmérica units | R$ 31,55 | -5,08% |
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