Tempo feio não perdura e Ibovespa dribla ruídos políticos para fechar o dia acima dos 125 mil pontos; dólar cai a R$ 5,23
Com o mercado rebalanceando a mão após os exageros da véspera, o Ibovespa demorou para acompanhar Wall Street, mas acabou encerrando o pregão com alta de 0,81%

A tempestade anunciada pela nuvem negra que se formou no mercado acionário global na segunda-feira (19) parece ter se transformado em uma chuva de verão. Daquelas que assustam e fazem barulho, mas logo vão embora.
Depois do tombo de ontem, o dia amanheceu com sol intenso. Bom, pelo menos foi isso que aconteceu em Nova York. Para Victor Benndorf, analista da Apollo Investimentos, o coronavírus é pauta superada e os temores expressos pelo mercado no pregão de ontem estão mais ligados à continuidade dos estímulos, o que traz dúvidas sobre a recuperação global.
Nas últimas semanas, a China reduziu o seu compulsório, levantando dúvidas sobre o estado da sua economia, e os Estados Unidos seguem registrando uma intensa compra de ativos do Tesouro. A variante delta e o risco que a nova cepa pode trazer para a economia global ainda pairam no ar, mas o Nasdaq avançou 1,57%, o S&P 500 teve alta de 1,52% e o Dow Jones subiu 1,62%.
O VIX, considerado o "índice do medo" e que mede a expectativa de volatilidade no mercado, recuou mais de 12%, após ter subido mais de 20% na véspera. Por aqui, foi preciso um pouco mais de paciência para que o mercado local acompanhasse o movimento visto no exterior e, ainda assim, a recuperação não foi tão firme, limitada pelo cenário político local.
O Ibovespa conseguiu fechar o dia bem longe das mínimas e retomar o patamar técnico dos 125 mil pontos, em alta de 0,81%, aos 125.401 pontos. Além do referencial de Nova York, as perspectivas menos catastróficas para a economia global levaram a uma recuperação do petróleo - que fechou o dia em alta de menos de 1%, após o tombo de 7% de ontem - , o que ajudou a Petrobras a reverter parte das perdas do dia anterior e sustentar o índice.
O dólar à vista também chegou a operar em alta no começo da manhã, mas se firmou em patamares mais baixos ao longo da tarde, quando os negócios locais ganharam tração. A moeda americana encerrou o dia em queda de 0,37%, a R$ 5,2311.
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Com o cenário externo favorável, o mercado de juros seguiu a mesma tendência dos últimos dias e operou em queda. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro/22: de 5,77% para 5,76%
- Janeiro/23: de 7,19% para 7,12%
- Janeiro/25: de 8,17% para 8,09%
- Janeiro/27: de 8,60% para 8,56%
Vazio não é paz
Brasília pode estar vazia, mas a preocupação do mercado com as idas e vindas políticas não cessaram com o início do recesso parlamentar. Os parlamentares estão de férias, mas os ruídos políticos não.
Primeiro, temos o presidente Jair Bolsonaro desgastando a já debilitada relação dos Três Poderes com novas acusações de fraudes no sistema de urnas eletrônicas. Outro ponto de tensão é a espera pelo veto do presidente ao fundo eleitoral de quase R$ 6 bilhões e que foi incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022. Bolsonaro já deixou claro que irá vetar o trecho, o que deve gerar insatisfação no Congresso.
Para Benndorf, da Apollo Investimentos, a bolsa brasileira perde parte da correlação com os seus pares internacionais justamente pelo cenário mais complexo e pesado que observamos na capital federal — e o embate de Bolsonaro com o fundo eleitoral deve piorar a situação da base de apoio do governo no Congresso. Para o analista, as probabilidades de aprovação se esgotam com a proximidade das eleições em 2022 e as chances de desidratação dos textos das reformas são altas.
Quer saber quais são as grandes apostas da bolsa para o segundo trimestre? Confira no vídeo abaixo:
Sobe e desce
O principal destaque do dia foram as ações dos frigoríficos. A China tem encontrado dificuldades em controlar a peste suína que ataca os seus rebanhos, o que leva as empresas brasileiras a manterem por mais algum tempo o fluxo de exportações para o continente asiático. A JBS, líder no processamento de suínos, se isolou com o melhor desempenho durante todo o pregão. Confira as maiores altas da bolsa nesta terça-feira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
JBSS3 | JBS ON | R$ 30,61 | 6,69% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 18,32 | 5,90% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 8,33 | 5,44% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 19,67 | 4,24% |
GOLL4 | Gol PN | R$ 21,53 | 3,51% |
Confira também as maiores baixas:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO | VAR |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 14,75 | -3,02% |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 81,95 | -2,32% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 15,76 | -1,99% |
EZTC3 | EZTEC ON | R$ 29,13 | -1,99% |
AMER3 | Americanas S.A. ON | R$ 61,24 | -1,10% |
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