Cesp, Engie, AES Brasil e mais: seca reduz brilho de ações do setor de geração hídrica
Com menos água, as empresas geram menos em hidrelétricas, mas não ficam livres de cumprir os contratos de fornecimento de energia
Desde que o governo emitiu alerta de emergência para a crise hídrica, em 27 de maio, os investidores no mercado financeiro começaram a buscar opções no setor que estejam imunes à crise.
Desta forma, as ações da Eneva, geradora que tem foco na energia térmica, e a Omega, de energia eólica, mostram maior resiliência.
De acordo com especialistas, embora o risco de racionamento neste ano pareça baixo, o mercado já prevê perdas financeiras para as geradoras hídricas. E isso reduz o brilho de suas ações, muito demandadas em períodos de bonança graças aos fortes dividendos que pagam.
Desde o anúncio da crise, as ações ON da Eneva têm alta de 0,58%, enquanto as da Omega avançam 4,98%. Mesmo no caso da Eneva, o baixo desempenho é positivo: Cesp PNB, por exemplo, acumula queda de 2,88%, AES Brasil ON cai 1,15% e Engie Brasil ON recua 1,11%.
Golpe duro
Cesp e AES são consideradas as empresas listadas mais afetadas pela crise porque suas usinas estão na Bacia do Paraná, que foi alvo do alerta. No subsistema Sudeste/Centro Oeste, os reservatórios tinham no domingo, 13, 30,8% da capacidade preenchida, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS).
Com menos água, as empresas geram menos em hidrelétricas, mas não ficam livres de cumprir os contratos de fornecimento de energia. Neste caso, para honrar o compromisso, as geradoras têm de comprar de outros agentes no mercado à vista (spot).
Leia Também
Com a crise, a tendência é de que esse preço, chamado de Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), suba. Na região Sudeste/Centro Oeste, afetada pela seca, ele avança 10% neste mês.
"Mesmo com as empresas trabalhando com um colchão maior, com 15% a 20% de hedge (do fornecimento) em caso de emergência, é possível que com um ajuste na garantia física, elas tenham que recorrer ao mercado spot", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Atualmente, estima-se que 100% da receita da Cesp venha da geração hidrelétrica. Na AES, esse total é de 80%.
As geradoras se protegem de emergências vendendo menos energia do que têm capacidade de produzir, mas a margem de manobra varia entre uma e outra. A AES, por exemplo, tinha em março 85% da capacidade hídrica para este ano vendida, o que indicava certa folga. Já a Cesp previa ter de comprar em média 11 MW no ano para cumprir seus contratos.
Isso pode impactar o lucro das companhias, mexendo em um aspecto sensível do setor: os dividendos. Geradoras de energia costumam pagar fortes proventos a seus acionistas, mas com um lucro menor, estes pagamentos cairiam.
Com isso, as que dependem mais de hidrelétricas perdem um atrativo no mercado financeiro. "Comparando a performance da Cesp com a Eneva, vemos a Eneva próxima das máximas. O mercado está, sim, fazendo essa diferenciação", aponta Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de análise da XP Investimentos.
Ferreira aponta que outro fator preponderante para as ações do setor, a curva de juros futuros, está sob controle. Com isso, as perspectivas para a operação e o desempenho financeiro das empresas ganham ainda mais importância aos olhos do investidor. "O mercado tem operado mais o fundamento, e vendo quais têm mais exposição ao risco hídrico ou não têm", explica.
Aperto
Um eventual racionamento de energia poderia afetar os papéis do setor de forma ainda mais intensa. Arbetman, da Ativa, acredita que além de Cesp e AES, Engie e Eletrobras também seriam impactadas, assim como empresas integradas de uma ponta à outra - ou seja, que vão até a distribuição -, como Copel, EDP e CPFL.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo avalia medidas que abririam as portas para um racionamento. Analistas de mercado, porém, veem poucas chances de que isso ocorra neste ano.
O que dizem os analistas
Arthur Pereira, Murilo Freiberger e Gustavo Faria, analistas de energia no Bank of America, destacaram que segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o risco de racionamento neste ano é baixo. A situação para os reservatórios, porém, ficaria dramática.
"De acordo com a CCEE, os reservatórios do sudeste e do centro oeste (70% do total do País) poderiam chegar a 9% da capacidade ao final da temporada de seca", escreveram, em relatório a clientes.
Também em texto a clientes, os analistas Marcelo Sá, Matheus Saliba e Luiza Candiota, do Itaú BBA, reforçaram a corrente que acredita que não haverá racionamento de energia em 2021. Eles apontam, no entanto, que a expectativa é de que a situação gere pressão nas tarifas de energia por mais tempo.
"Prevemos uma bandeira tarifária vermelha para o resto do ano, que vai colocar pressão sobre a inflação. Portanto, esperamos aumentos acima da inflação nas tarifas de energia em 2022", dizem os especialistas, em relatório. O aumento das tarifas deverá impulsionar ainda mais a inflação e, consequentemente, os juros, prejudicando ainda mais nos preços das ações ao longo do ano.
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano