Desde o início do dia, a bolsa brasileira dava indícios de que teria uma sessão negativa: lá fora, as principais praças acionárias operavam em queda e, aqui dentro, o noticiário inspirava alguma cautela. E, embora o exterior tenha melhorado, o Ibovespa segue em baixa nesta terça (22).
Por volta de 16h20, o índice recuava 0,56%, aos 128.544,05 pontos. Ainda é um desempenho ruim, mas já distante das mínimas: mais cedo, o Ibovespa chegou aos 127.802,73 pontos (-1,13%) — a bolsa não termina um pregão abaixo dos 128 mil pontos desde 31 de maio.
E o que provoca essa baixa? Em linhas gerais, o cenário de inflação no Brasil é o catalisador desse comportamento prudente dos investidores. Mais cedo, o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom e mostrou uma postura bastante dura no combate à alta dos preços.
O tom do documento, inclusive, já faz parte do mercado apostar numa alta de um ponto percentual na Selic na próxima reunião, no começo de agosto — com isso, a taxa básica iria para 5,25% ao ano. E, em meio à escalada nos juros, os investidores optam pela cautela na bolsa.
As quedas do Ibovespa, no entanto, foram parcialmente amenizadas pela melhora do humor lá fora. Nos EUA, os índices tiveram uma leve melhora e tentam se firmar no campo positivo: o Dow Jones sobe 0,38%, o S&P 500 avança 0,64% e o Nasdaq tem alta de 0,80%.
E o tema da inflação também movimenta o mercado no exterior. O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, descartou uma "elevação preventiva" das taxas de juros para conter o avanço de preços no país, afirmando que a recuperação econômica ainda tem um longo caminho.
Ou seja: o presidente do BC americano deu a entender que os estímulos à economia e a injeção de liquidez devem permanecer inalterados no curto prazo — uma sinalização que trouxe alívio às bolsas do mundo, inclusive no Brasil.
Dólar e juros
Esse cenário de incerteza no combate à inflação no mundo mexe diretamente na cotação do dólar: a moeda americana recuava 1,02%, a R$ 4,9721 nesta tarde — a divisa não termina uma sessão abaixo dos R$ 5,00 em mais de um ano.
O contexto de juros em alta no Brasil acaba fortalecendo o Real, uma vez que as aplicações no país ficam mais atrativas para o investidor estrangeiro. A possibilidade de rendimentos maiores provoca uma entrada de dólares no Brasil, levando a cotação da moeda para baixo.
No mercado de juros futuros, o dia também é marcado por um ajuste em relação à sinalização mais dura do Copom. Veja como estão os principais DIs no momento:
- Janeiro/22: de 5,61% para 5,73%;
- Janeiro/23: de 7,11% para 7,27%;
- Janeiro/24: de 7,81% para 7,92%;
- Janeiro/25: de 8,19% para 8,25%.
Altas e baixas da bolsa
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa:
CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO |
PCAR3 | GPA ON | R$ 41,73 | 3,34% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 28,97 | 2,69% |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 37,50 | 2,01% |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 69,36 | 1,78% |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 85,99 | 1,56% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO |
TIMS3 | Tim ON | R$ 11,99 | -4,44% |
CCRO3 | CCR ON | R$ 13,45 | -3,79% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 3,74 | -3,61% |
VIVT3 | Telefônica Brasil ON | R$ 43,53 | -3,57% |
ABEV3 | Ambev ON | R$ 18,09 | -3,42% |