Copom revê o plano de voo, sobe a Selic a 7,75% ao ano e sinaliza nova alta de 1,5 ponto na próxima reunião
Pressionado pela piora do cenário fiscal, o Banco Central (BC) apertou o ritmo de alta da Selic; é a sexta alta seguida nos juros pelo Copom
Há cerca de um mês, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade não mudaria o 'plano de voo' a cada novo dado da economia brasileira. Mas, veja só, a realidade obrigou a instituição a recalcular a rota: há pouco, o Copom elevou a Selic em 1,50 ponto percentual, ao patamar de 7,75% ao ano; o colegiado vinha subindo a taxa básica de juros em 1 ponto por reunião.
Esse é o maior nível para a Selic desde setembro de 2017. A decisão foi unânime e marca a sexta alta consecutiva na taxa, que estava em 2% ao ano em janeiro — ainda há uma última reunião do Copom prevista para 2021, no dia 8 de dezembro, e o BC deixou explícito em seu comunicado que mais uma alta de 1,50 ponto vem aí, o que levaria os juros a 9,25%.

Por um lado, é preciso dar crédito a Campos Neto: de fato, o plano de voo não foi alterado por alguma decepção com os indicadores macroeconômicos — muito embora o próprio BC admita que elas existam. O que aconteceu foi que o cenário fiscal do país piorou muito nos últimos dias, dada a perspectiva do rompimento do teto de gastos pelo governo federal.
Com a potencial mudança na metodologia de cálculo do limite de gastos públicos a partir da PEC dos Precatórios — uma espécie de manobra que abala a credibilidade fiscal do país —, grande parte dos agentes do mercado financeiro passou a rever suas projeções para a economia nacional, colocando na conta um risco inflacionário maior e uma possível desaceleração econômica.
Nesse contexto, as curvas de juros futuros passaram por um movimento de forte abertura e o dólar ultrapassou os R$ 5,60 nos últimos dias; e é nesse contexto que o BC se viu obrigado a atuar de maneira mais intensa, de modo a ancorar as expectativas do mercado em relação à inflação para 2022.
Essa aceleração no ritmo de alta da Selic, vale ressaltar, era esperada por boa parte do mercado; nos últimos dias, grandes bancos e casas de análise passaram a apostar numa elevação de 1,50 ponto na reunião desta quarta, refletindo a deterioração nas expectativas fiscais do país — o cumprimento das projeções, assim, deve ser bem recebido pelo mercado na sessão desta quinta (28).
Leia Também
Copom e a pressão na Selic
O comunicado emitido pelo Copom nesta quarta-feira traz algumas mudanças bastante significativas em relação ao texto da última decisão, de 22 de setembro. A começar pelas sinalizações para o futuro: o BC diz que o cenário básico e o balanço de riscos indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no terreno contracionista.
Ou seja: o ciclo de alta na taxa básica de juros tende a terminar num nível mais alto do que se previa anteriormente — tanto é que, para a próxima reunião, em dezembro, a autoridade monetária já prevê mais um aumento de 1,50 ponto na Selic, ao patamar de 9,25% ao ano.
"O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", diz o BC, no comunicado.
Balanço de riscos e alerta do BC para Brasília
Em linhas gerais, a piora no balanço de riscos foi generalizada: tanto no cenário externo quanto no doméstico, os desdobramentos foram mais negativos que o esperado pelo BC.
No exterior, o Copom avalia que o cenário tem se tornado "menos favorável", fazendo menção à postura mais firme que vem sendo adotada pelos demais bancos centrais do mundo — um contexto que tende a criar um cenário mais desafiador para os emergentes, dado o consequente fluxo de recursos rumo às economias desenvolvidas.
No Brasil, as preocupações surgem de dois fronts: a inflação ao consumidor ainda elevada e a potencial piora na trajetória fiscal — um item que gerou, inclusive, um alerta explícito do BC ao governo e ao Congresso:
O comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADETrecho do comunicado da decisão de juros do Copom (27/10)
"O Copom sinalizou o que o mercado esperava"
Para Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, a elevação da Selic ao patamar de 7,75% ao ano foi acertada; ela destaca que as incertezas fiscais ganharam importância no balanço de riscos, mas ressalta que a persistência da inflação em níveis elevados também contribuiu para a decisão do Copom.
Quanto aos próximos passos da autoridade monetária, ela destaca que tudo depende dos próximos desdobramentos do imbróglio no teto de gastos. Sendo assim, ela traça dois possíveis cenários:
- No positivo, em que as discussões entre governo e Congresso terminem com um Orçamento para 2022 que cumpra o teto de gastos — ou que, ao menos, deixe pouca coisa fora dele —, o Copom poderia parar o ciclo de alta na Selic já na próxima reunião;
- No negativo, em que de fato abre-se espaço extra no Orçamento para alocar gastos extraordinários — e, na prática, rompe-se o teto —, a tendência é a de que o ciclo de elevações nos juros continue nas primeiras reuniões de 2022, o que pode culminar numa Selic acima dos dois dígitos.
Dito isso, Vitoria acredita que os mercados devam ter uma reação mais moderada à decisão desta quarta-feira: ajustes nas curvas de juros mais curtas são esperados, uma vez que uma parte dos agentes apostava em altas mais modestas na Selic, de 1 ponto ou 1,25 ponto.
"É preciso aguardar a ata, com mais detalhes", diz a economista-chefe do Inter — a ata da reunião do Copom será publicada na próxima quarta-feira (3), às 7h. "Mas o Copom sinalizou o que o mercado esperava".
Só 1 em cada 10 praias de São Paulo está imprópria para banho no início do verão; veja onde
Levantamento da Cetesb mostra melhora em relação ao ano passado e aponta que apenas 1 em cada 10 praias paulistas tem restrição para banho
Brasil tem hoje a última chance de lançar primeiro foguete comercial
Após quatro adiamentos por falhas técnicas, clima e problemas em solo, o Hanbit-Nano, primeiro foguete brasileiro comercial tem nesta segunda-feira a última janela para decolar do Centro de Lançamento de Alcântara
Mega-Sena interrompida: agora toda aposta vale apenas para o bilionário sorteio da Mega da Virada
Mega da Virada vai sortear pela primeira vez na história um prêmio de R$ 1 bilhão; sorteio está marcado para a noite de 31 de dezembro
Final da Copa do Brasil: veja o horário e onde assistir a Corinthians x Vasco
Após empate sem gols no jogo de ida, Corinthians e Vasco decidem o título da Copa do Brasil neste domingo, no Maracanã, com premiação milionária em jogo
“Nossos países não têm mais 10 anos a perder”: para Milei, lentidão do Mercosul é o que está travando acordos com a UE
Na cúpula do Mercosul, presidente argentino acusa o bloco de travar o comércio com burocracia, diz que acordos não avançam e defende mais liberdade para negociações individuais
Mega da Virada em R$ 1 bilhão: prêmio estimado bate os oito dígitos pela primeira vez
Ninguém levou o prêmio de R$ 62 milhões do último sorteio da Mega Sena neste ano, no concurso 2953, que foi a jogo ontem (20). Prêmio acumulou para Mega da Virada
Enquanto União Europeia ‘enrola’ Mercosul vai atrás do próximos na fila para acordos comercias; veja
Enquanto acordo com a UE segue emperrado, bloco aposta em Emirados Árabes, Ásia e Américas para avançar na agenda comercial
Último sorteio da Mega-Sena: R$ 62 milhões vão a jogo hoje no concurso 2.954. Depois, só a Mega da Virada
O concurso 2.954 da Mega-Sena sorteia na noite deste sábado (20) prêmio estimado de R$ 62 milhões. A partir de amanhã as apostas se concentram na Mega da Virada
Com R$ 1,82 trilhão só para pagar juros da dívida e R$ 61 bilhões para emendas, veja os detalhes do Orçamento para 2026
Texto aprovado pelo Congresso prevê despesas de R$ 6,5 trilhões, meta de superávit e destina quase um terço do orçamento fiscal ao pagamento de juros da dívida pública
Silvio Santos vira nome de rodovia em São Paulo — e o trecho escolhido não foi por acaso
Lei sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas rebatiza trecho da Rodovia Anhanguera, entre São Paulo e Jundiaí, em homenagem ao comunicador e empresário
Banco Central se precipitou com a liquidação do Banco Master? TCU dá 72 horas para o regulador se explicar
O Tribunal de Contas da União requer esclarecimentos do Banco Central sobre a decisão de liquidar o Banco Master; entenda
Inflação da ceia de Natal 2025 surpreende e reforça a importância de pesquisar preços
Estudo da FGV aponta variação quase nula nos itens natalinos em 12 meses; alimentos básicos recuam, proteínas seguem em alta e presentes voltam a encarecer após dois anos de alívio
Prazo para quitar a segunda parcela do décimo terceiro (13º) termina hoje; saiba como calcular
Data limite se encerra nesta sexta-feira (19); empresas que atrasarem podem ser multadas; valor é depositado com descontos de INSS e Imposto de Renda
Loterias da Caixa batem na trave às vésperas da Mega da Virada e prêmios sobem ainda mais
A noite de quinta-feira (18) foi movimentada no Espaço da Sorte, com sorteios da Lotofácil, da Mega-Sena, da Quina, da Timemania e da Dia de Sorte
Bolsa Família: Caixa paga benefício para NIS final 8 nesta sexta (19)
Pagamento segue o calendário de dezembro e beneficiários do Bolsa Família podem movimentar valor pelo Caixa Tem ou sacar nos canais da Caixa
À medida que Banco Central recolhe cédulas clássicas de R$ 2 a R$ 100, as mais raras podem alcançar mais de R$ 5 mil no mercado
Enquanto o Banco Central recolhe as cédulas da primeira família do real, a escassez transforma notas antigas em itens disputados por colecionadores, com preços que já ultrapassam R$ 5 mil
MEI: ultrapassou o limite de faturamento em 2025? Veja o que fazer para se manter regularizado
Microempreendedores individuais podem ter uma receita anual de até R$ 81 mil
Entre o relógio e as malas: o que dizem as novas regras de check-in e check-out em hotéis
Portaria do Ministério do Turismo já está em vigor; norma fixa tempo mínimo de estadia, critérios de limpeza e exige clareza nos horários
Esses números nunca deram as caras na Mega da Virada; veja quais são
Histórico da Mega da Virada revela números que não apareceram em nenhuma edição do concurso especial da Caixa
Bola dividida na Lotofácil termina com 4 novos milionários; Mega-Sena e Timemania disputam quem paga mais
Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 4 apostadores; Timemania e Mega-Sena sorteiam nesta quinta-feira R$ 68 milhões e R$ 58 milhões, respectivamente
