Fundo de debenturistas pode assumir gestão da Rodovias do Tietê
Gestoras Journey Capital e Vitreo criam fundo para unir investidores e viabilizar uma proposta de recuperação da empresa que tem dívida de R$ 1,6 bilhão

Quanto valem as debêntures emitidas pela Rodovias do Tietê depois do calote dado pela concessionária em quase 18 mil pessoas que investiram nos papéis da empresa?
Foi com a perspectiva de recuperar ao menos parte das perdas dos investidores que as gestoras Journey Capital e Vitreo se juntaram para criar um fundo para reunir os debenturistas.
O objetivo é unir forças e formar um quórum necessário nas assembleias de credores para viabilizar uma proposta de recuperação da empresa responsável pela concessão de 415 quilômetros de rodovias no interior de São Paulo.
Para agilizar o processo e conseguir o maior valor possível para as debêntures, o fundo poderá inclusive assumir temporariamente a gestão da Rodovias do Tietê, me disse Roge Rosolini, sócio da Journey.
"Podemos fazer a gestão interina da companhia para gerenciar o capex [investimento] até a venda para um investidor estratégico", afirmou.
As debêntures representam mais de 90% da dívida da Rodovias do Tietê, na casa de R$ 1,6 bilhão, o que torna o processo de recuperação judicial da companhia único no mercado.
Leia Também
Em situações convencionais de empresas com problemas, os principais credores costumam ser bancos, que se reúnem em um comitê e acabam se alinhando, cada um atrás dos próprios objetivos.
"No caso da Rodovias do Tietê, a dinâmica de reestruturação com 18 mil pessoas físicas, em decisões que em alguns casos pressupõem 100% de presença em assembleias, hoje é muito difícil", disse Rosolini.
Com o fundo, a ideia é aumentar o poder de negociação dos debenturistas e mudar o balanço de forças. Na situação atual, os investidores estão completamente nas mãos da companhia, segundo o sócio da Journey, que também possui debêntures da companhia.
Contenção de danos
Para Rosolini, os papéis valem mais do que as cotações atuais de mercado, que variam entre 15% e 20% do chamado valor de face. Quem investiu nas debêntures e teve perdas não deverá recuperar totalmente o dinheiro. "A situação já existe, a intenção agora é minimizar esse prejuízo."
Na última proposta colocada pela administração da Rodovias do Tietê, no ano passado, havia uma perspectiva de que os papéis valessem 50% do valor.
O problema é que essa projeção considerava o aporte de R$ 350 milhões que seria feito pelos atuais controladores, mas foi tirado da mesa no começo deste mês. A Rodovias do Tietê tem como sócias a AB Concessões (dos grupos Bertin e da italiana Atlantia) e a portuguesa Lineas International, cada uma com 50% do capital.
O gestor da Journey disse que, por questões estratégicas, não poderia dar mais detalhes sobre o que o fundo pretende fazer caso consiga reunir a maioria dos debenturistas. Mas afirmou que a solução para a companhia passa por um desconto e/ou alongamento de prazo da dívida, além do aporte de capital.
Como funciona o fundo
O fundo criado pela Journey e pela Vitreo possui características diferentes dos tradicionais. Em vez de entrar com dinheiro, o investidor das debêntures vai aportar o papel no fundo e receberá cotas em troca.
Como não tem santo no mercado financeiro, as gestoras obviamente não vão trabalhar de graça. Mas elas só vão ganhar dinheiro se o investidor também ganhar.
O fundo cobra uma taxa de administração de 0,10% ao ano para cobrir os custos operacionais. O ganho das gestoras virá da taxa de performance de 20% sobre o que superar o CDI. Na página da Vitreo você encontra mais informações sobre o fundo.
A estrutura do produto foi desenhada após uma consulta dos gestores à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Assim como as debêntures, os rendimentos do fundo contarão com isenção de imposto de renda.
Taesa (TAEE11) vai captar R$ 1,250 bilhão com debênture isenta de imposto para investidor; veja as condições
Taesa pretende usar o dinheiro captado no investimento dos projetos de transmissão de energia Sant’Anna, Ivaí e Ananaí, que foram arrematados em leilões da Aneel e estão em construção
7 investimentos para proteger o seu dinheiro contra a escalada da inflação
A perspectiva de uma inflação elevada mais persistente traz os investimentos atrelados a índices de preços de volta ao radar; veja onde investir para não deixar seu patrimônio ser corroído
Ronaldo Fenômeno ficou maluco? Saiba como funciona a SAF, que permitiu ao craque pagar R$ 400 milhões pelo Cruzeiro
Conheça também os principais candidatos a Sociedade Anônima de Futebol e para que tipo de clube ela pode ser mais interessante
Bitcoin foi ativo mais rentável do ano e o único que conseguiu superar a inflação; veja a lista completa dos melhores investimentos de 2021
Criptomoeda foi seguida pelo dólar e pelas debêntures; veja o ranking completo dos investimentos que tiveram retorno positivo no ano
Quer ganhar quase 6% ao ano mais inflação todo mês sem IR? Este fundo de renda fixa agora oferece isso para qualquer investidor
A partir desta semana, o Kinea Infra (KDIF11) deixou de ser restrito a investidores qualificados e abriu para todos os investidores. E sua rentabilidade está bem atraente.
Depois de anunciar emissão de debêntures, 3R Petroleum lança oferta de ações. Entenda o que a empresa pretende fazer com quase R$ 4 bilhões a mais em seu caixa
Empresa de óleo e gás fará ofertas primária e secundária; a previsão é de que o processo de prospecção de investidores interessados se encerre em 4 de novembro
Te cuida, B3? Vórtx e QR Capital vão criar exchange de valores mobiliários digitais em blockchain com a bênção da CVM
Nova “bolsa” permitirá a negociação de ativos tradicionais, como debêntures e cotas de fundos, na forma de tokens, versões digitalizadas desses ativos
Energisa (ENGI11) quer levantar R$ 1,3 bilhão em debêntures; veja condições
Recursos captados na emissão da primeira e segunda séries serão destinados ao financiamento futuro dos projetos de investimento em infraestrutura de distribuição e transmissão de energia elétrica
Em momento de baixa das ações, Magazine Luiza (MGLU3) irá emitir R$ 2 bilhões em debêntures
Magalu optou pela emissão de dívida para se financiar, em momento em que ações de varejistas derrapam na bolsa
Fundo de renda fixa libera acesso a investidores em geral e passa a pagar dividendos isentos de IR todo mês
Com retorno corrigido pela inflação e superior ao dos títulos públicos, fundo de debêntures incentivadas Kinea Infra (KDIF11) não será mais restrito a investidores qualificados e passará a distribuir dividendos mensais
Via anuncia emissão de R$ 1 bi em debêntures
Objetivo da varejista é alongar o perfil da dívida e reforçar o caixa
Comgás, da Cosan (CSAN3), aprova emissão bilionária de debêntures; veja detalhes
Os recursos captados vão para a ampliação dos serviços locais de distribuição de gás canalizado, a construção de novas redes de distribuição de gás natural e mais
De olho em emissão de debêntures, Tigre pede registro de companhia aberta na CVM; saiba mais sobre os planos da empresa
A empresa já foi listada na B3 no passado, mas não pretende voltar a emitir ações para financiar seu crescimento
Copasa (SMG3) e Eletrosul, da Eletrobras (ELET6), anunciam emissão de debêntures; veja os detalhes aqui
As duas companhias informaram, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), operações que totalizarão R$ 1,15 bilhão em títulos de dívida
EspaçoLaser aprova em conselho 1ª emissão de debêntures no valor de R$ 250 milhões
Serão até duas séries, com prazo de três anos para a primeira e cinco anos para a segunda, ofertadas com esforços restritos de colocação
Ofertas de ações e títulos de renda fixa têm melhor 1º semestre da série histórica, com captação de R$ 253 bilhões
Volume captado em IPOs e follow-ons de ações também bateu recorde para o período analisado, chegando ao valor de R$ 68 bilhões
Onde investir no 2º semestre: renda fixa fica mais atrativa e ainda protege da inflação
Com o novo ciclo de alta da Selic, mas inflação ainda pressionada, investidor encontra oportunidades em investimentos pós-fixados e atrelados a índices de preços; veja quais são os melhores investimentos de renda fixa para o segundo semestre
Marfrig fará emissão de R$ 1,2 bilhão em debêntures em até duas séries
Com vencimento em 7 anos, contados da data de emissão, os títulos da primeira série devem pagar a taxa interna de retorno do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B), com vencimento em 2028, acrescida de sobretaxa (spread) de 0,85% ao ano
Nova debênture de infraestrutura deve ser votada em julho pela Câmara
Jardim pretende apresentar o relatório entre o fim desta semana e o começo da próxima. Até lá, a proposta deve ser discutida com bancadas e com o governo numa nova rodada de conversas
Bancos Inter e ABC Brasil fazem parceria para aproveitar bom momento do mercado de capitais
Instituições vão atuar conjuntamente em produtos voltados para investidores, especialmente com emissão de títulos e fundos