Considerada um porto-seguro em meio à pandemia, a Weg deve continuar uma trajetória de alta na bolsa, disseram analistas do BB Investimentos em relatório desta terça-feira (3).
Ao longo deste ano, os papéis da gigante industrial (WEGE3) escalaram 120% e fizeram de pessoas vinculadas à empresa parte da lista de novos bilionários da Forbes, divulgada no mês passado.
No último dia 21, a Weg confirmou o ciclo de bons resultados com o balanço do terceiro trimestre - o que fez agora o BB Investimentos atualizar as projeções para a companhia.
Segundo o banco, a ações WEGE3 podem chegar a R$ 94 - o que representaria uma alta de 24% sobre o preço de sexta-feira, de R$ 75,83. A recomendação dos analistas é de compra dos papéis - que nesta terça eram negociados a R$ 76,97.
A nova estimativa tem como base, de acordo com os analistas, a diversificação de atuação geográfica e de produtos da companhia, "solidez do balanço" e "níveis de caixa confortáveis, alicerçados, a cada resultado, pela solidez histórica de suas entregas".
Os analistas da instituição lembram que até então mantinham uma visão conservadora da Weg, mas que eles têm mudado de opinião diante da constância dos resultados.
No entanto, eles dizem que seguem como desafios a monetização de suas recentes aquisições e captura de sinergias (receitas e custos) com as operações atuais e o crescimento esperado em GTD de negócios de geração solar e outras fontes renováveis.
Incertezas quanto a intensidade dos impactos da covid-19 nos produtos de ciclo longo - cujas margens são geralmente mais altas - seguem como ponto de atenção, segundo os especialistas. Eles ainda falam na retomada de pautas setoriais, "que destravariam potenciais investimentos de clientes, oxigenando a respectiva carteira de pedidos".
Balanço da Weg
A Weg fechou o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 644,2 milhões, um aumento de 54% em relação ao desempenho no mesmo período de 2019 - acima da média das estimativas dos analistas de mercado, de lucro de R$ 386 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A empresa foi beneficiada pela retomada da demanda de equipamentos de ciclo curto no Brasil e no exterior, além do bom desempenho dos negócios de ciclo longo.
A receita operacional líquida alcançou R$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre, alta de 43,3% em base anual. O resultado foi acima da média das estimativas, de R$ 3,5 bilhões. Ajustada para levar em conta os efeitos de empresas recém adquiridas, a receita subiu 42,3%.
Iniciativas para racionalizar custos e despesas ajudaram a empresa a registrar um aumento da margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de 2,2 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual.