A Totvs informou que estendeu por 30 dias a validade da proposta de combinação de negócios com a Linx, segundo comunicado da noite desta sexta-feira (11).
A proposta, que havia sido primeiramente apresentada em 14 de agosto, agora terá expiração em 13 de outubro.
A Totvs disse que concordou com os assessores dos conselheiros independentes da Linx quanto à correção rateada da parcela a ser paga por ação da empresa, no valor de R$ 6,20, definida com base na variação do CDI.
A quantia valeria a partir do 6º mês contado da proposta apresentada à administração da Linx, disse a Totvs.
A Totvs ressaltou que, apesar da ausência de posicionamento da administração da Linx sobre a proposta, a sua oferta para combinação de negócios continua válida.
"Reiteramos, assim, nosso compromisso de trabalhar junto com os conselheiros independentes da Linx para dar seguimento à submissão da nossa Proposta aos acionistas da Linx, observando os mais altos padrões de governança", diz a Totvs.
A companhia disse ainda esperar que a sua proposta "tenha a mesma atenção e urgência dada na análise e aprovação de outra".
No documento, a Totvs voltou a afirmar como fundamental que as propostas disponíveis sejam submetidas aos acionistas da Linx simultaneamente, para preservar o direito pleno dos acionistas da empresa.
Briga
A Linx é atualmente disputada pela Totvs e pela Stone.
A fintech negociada no mercado americano disse, em agosto, que havia firmado um acordo com a Linx para a fusão entre as empresas. O entendimento de então entre as empresas avaliou a Linx em R$ 6,04 bilhões.
O acerto despertou críticas no mercado, pois previa, em um primeiro momento, um pagamento diferenciado aos fundadores da Linx.
Na sequência, a Totvs entrou na disputa, com uma proposta de R$ 6,1 bilhões, sem a previsão de pagamento adicional a conselheiros da empresa. Na ocasião, a empresa de tecnologia afirmou que já havia procurado a Linx e preparava uma proposta quando foi surpreendida com a notícia da de que a empresa havia fechado com a Stone.
Já polêmica, a negociação ganhou ares de guerra de versão em 14 de agosto, quando a Linx negou que havia se recusado a ouvir a proposta da Totvs, adicionando que o seu conselho analisaria a possibilidade da operação.
A companhia argumentou que, no dia 10 de agosto, quando o seu conselho de administração aprovou a oferta da Stone, “não havia qualquer expectativa ou elemento concreto a respeito de uma eventual proposta da Totvs”.
Diante da polêmica e da proposta concorrente, a Stone aumentou o valor da oferta pela Linx para R$ 6,28 bilhões em 1º de setembro, e mudou as condições do pagamento diferenciado a fundadores.
A nova oferta da Stone passou a prever a redução do prazo da "proposta de engajamento" do CEO e conselheiro da Linx Alberto Menache para um ano e o fim da remuneração em ações que estava prevista no termo original.
Além disso, a proposta ampliou o período do acordo de "não-competição" com Menache para cinco anos, pelo qual o executivo receberá 340.476 ações da Stone, um quinto por ano. A extensão foi dada também aos conselheiros e fundadores da Linx Nércio Fernandes e Alon Dayan.
No mesmo dia, a Totvs divulgou uma oferta à Linx prevendo pagamento de multa de R$ 100 milhões à empresa, se a proposta de fusão com a companhia for vetada pelo Cade, depois de aprovada pelos acionistas. Na sexta passada (4), a Totvs enviou aos conselheiros independentes da Linx a proposta em questão.