A rede social TikTok, queridinha dos adolescentes, pode ser banida dos Estados Unidos. É o que indica o presidente do país, Donald Trump, nesta terça-feira (8), reiterando um comentário feito ontem pelo secretário de Estado, Mike Pompeo.
O aplicativo pertence a startup chinesa ByteDance, vista com desconfiança pelas autoridades americanas por questões de privacidade. Para Pompeo, a empresa estaria entregando os dados de usuários ao governo chinês, segundo disse à Fox News.
Ao site Business Insider, a empresa respondeu que o TikTok é liderado por um CEO americano e que tem centenas de funcionários e líderes em segurança e políticas públicas atuando nos EUA. "Nós nunca fornecemos dados do usuário ao governo chinês, nem o faríamos se solicitado", disse em nota.
Por outro lado, Trump fala em banir o TikTok como forma de retaliar a China, que ele considera culpada pela pandemia do novo coronavírus, de acordo com a Bloomberg. "É um grande negócio. Veja, o que aconteceu com a China, o que eles fizeram neste país e no mundo inteiro é vergonhoso”.
Em março, o presidente dos EUA chegou a chamar a covid-19 de "vírus chinês", em resposta a acusação de um porta-voz do governo do país asiático de que os militares americanos teriam levado o vírus até Wuhan, maior cidade da província de Hubei.
Hoje os EUA lideram o número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Segundo a Universidade Johns Hopkins, são 2,9 milhões de infectados no país e 131 mil mortos.
Antes de chegar a esse número, a postura de Trump passou por negação do potencial do vírus, pressão sobre governadores e tentativa de culpar o governo chinês pela pandemia. A China hoje, aliás, considera a situação controlada no país.
Negócio bilionário
Ao falar em banir o TikTok como forma de punir a China, Trump se referiu ao aplicativo como um "grande negócio" - tirar a base de usuários de um gigante populacional como os EUA seria uma forma "justa" de retaliar a China. Mas qual o tamanho da companhia?
Fundada pelo chinês Zhang Yiming, a ByteDance já foi avaliada em US$ 75 bilhões. A cifra foi possível após uma série de movimentos estratégicos que culminou, no final de 2018, em um aporte de US$ 3 bilhões do grupo japonês SoftBank.
Segundo a plataforma Hootsuite, o TikTok tem hoje 800 milhões de usuários ativos mensais, atrás de Instagram, WeChat, Facebook Messenger, Facebook e Whatsapp. No entanto, supera LinkedIn, Reddit, Snapchat, Twitter e Pinterest.
Em maio, a plataforma de análise Sensor Tower apontou que o app já se aproximava da marca de dois bilhões de downloads, com 1,9 bilhão de instalações. Hoje, o TikTok está disponível em mais de 150 países, incluindo evidentemente os EUA.
Os usuários do país supostamente protagonizaram recentemente um ato contra Trump. Jovens foram citados pela imprensa como responsáveis por organizar, pelo TikTok, o esvaziamento de um comício em Tulsa, Oklahoma, ao se inscreverem para o evento - e não comparecerem.
No Brasil, o conteúdo do aplicativo tem dominado até outras redes sociais, como o Instagram e o Twitter, repercutindo vídeos de influencers como os irmãos Bert e Mario Junior.