Petrobras tem prejuízo de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre, com adesão a anistias tributárias
Analistas esperavam prejuízo de R$ 4,15 bilhões; após baixa com a pandemia, estatal aumentou a participação de mercado e manteve um patamar alto de exportações
A Petrobras registrou prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão no terceiro trimestre, segundo dados divulgados pela empresa nesta quarta-feira (28). No mesmo período do ano passado, a estatal lucrou R$ 9 bilhões.
Analistas consultados pela Bloomberg estimavam baixa de R$ 4,15 bilhões no período. O número é revelado em um contexto ainda de recuperação dos efeitos econômicos da pandemia de covid-19: no segundo trimestre, a Petrobras reportou prejuízo de R$ 2,71 bilhões.
A empresa destacou que a aprovação da adesão aos programas de anistia tributária e o prêmio pago na recompra de títulos afeteram negativamente os resultados.
"Excluindo os itens não recorrentes, teríamos um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões."
Petrobras, em comunciado ao mercado
Ebitda, dívida e investimentos
A companhia informou que o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no período chegou a R$ 33,4 bilhões, em uma alta de 2,6% na comparação anual.
Já a dívida líquida da empresa caiu 12,2% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, chegando a US$ 66,2 bilhões.
A gestão atual tem como um dos focos a redução do endividamento, com a venda de ativos em especial. Em mensagem aos acionistas, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que o desempenho é reflexo do fluxo de caixa livre, que chegou a US$ 16,4 bilhões.
O executivo lembrou que, nos últimos 21 meses, a empresa reduziu US$ 31,3 bilhões de dívida - cerca de US$ 1,5 bilhão por mês. "Esse é um fator chave para nossa companhia", disse.
Para a estatal, o desempenho contribui para a redução do risco do balanço, para o fortalecimento da empresa em meio à volatilidade do fluxo de caixa e para liberaração de recursos de investimentos.
No terceiro trimestre, os investimentos totalizaram US$ 1,6 bilhões, 15% abaixo dos três meses anteriores - segundo a Petrobras, devido às ações de resiliência adotadas em resposta à crise.
O que impactou a receita
O terceiro trimestre da Petrobras foi marcado pela recuperação da demanda de derivados de petróleo no Brasil (crescimento de 18% no trimestre no volume de vendas).
No período, a estatal aumentou a participação de mercado e manteve um patamar alto de exportações. A empresa foi ajudada pelo crescimento de 48% nos preços do petróleo tipo Brent em reais, que resultaram em 39% de aumento da receita líquida em relação aos três meses anteriores.
A Petrobras apresentou recuperação das vendas de diesel e gasolina -cuja demanda foi bastante afetada com pandemia no segundo trimestre. No caso do diesel, o periodo de safra de grãos no Brasil contribuiu para o bom desempenho do trimestre.
As receitas de exportação também aumentaram substancialmente, acompanhando os preços do Brent. Segundo a estatal, as fortes receitas de vendas foram possibilitadas por maior produção de petróleo, maior fator de utilização das refinarias e utilização do estoque de petróleo.
Em termos de composição da receita no mercado interno, o diesel e a gasolina continuaram sendo os principais produtos da empresa - respondendo, em conjunto, por 69% da receita nacional de vendas de derivados de petróleo.
As exportações de petróleo bruto para a China voltaram aos níveis pré-covid, com o aquecimento da demanda nos demais mercados, segundo a estatal.
Enxugamento
A Petrobras também apresentou um panorama do que já foi vendido pela empresa neste ano. No primeiro trimestre, a estatal conclui a venda da PO&G BV, na África, e assinou a venda do Polo Tucano Sul (campos terrestres na Bahia).
No trimestre seguinte, a companhia conclui a venda do Polo Macau (campos terrestres no Rio Grande do Norte). Já no terceiro trimestre a empresa conclui a venda da participação remanescente de 10% na TAG, do Polos Pampo e Enchova (campos de águas rasas no Rio de Janeiro), do Polo Ponta do Mel e Redonda (campos terrestres no Rio Grande do Norte), do Polo Lagoa Parda (campos terrestres no Espírito Santo).
A Petrobras ainda assinou no período um contrato para a venda do Polo Pescada (campos de águas rasas no Rio Grande do Norte), do Polo Cricaré (campos terrestres no Espírito Santo), do Polo Rio Ventura (campos terrestres na Bahia) e do Polo Fazenda Belém (campos terrestres na Bahia).
A empresa lembra que, no quarto trimestre, até o dia 25 de outrubro, havia assinado o contrato para a venda da PUDSA (ativos no Uruguai). As transações resultaram em uma entrada de caixa de US$ 1,036 bilhão em 2020, ainda conforme a estatal.
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