‘Estatais perderam o medo de ir à Bolsa’, diz Gustavo Miranda, do Santander
Banco auxiliou a Petrobras na venda da Liquigás para os grupos Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás e na venda do gasoduto TAG para a francesa Engie

Assessor financeiro de importantes transações envolvendo a Petrobras, o Santander vê as empresas estatais ainda mais ativas em operações no mercado de capitais este ano, como emissões de ações (follow on) e abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). O banco auxiliou a petroleira na venda da Liquigás para os grupos Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, por R$ 3,7 bilhões, e o gasoduto TAG, para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões. "As estatais perderam o medo de ir à Bolsa", diz Gustavo Miranda, responsável pela área de banco de investimento do Santander.
Segundo ele, o crescimento mais robusto do PIB para este ano e 2021 trará mais investimentos ao País. O banco estima PIB de 2,3% para 2020 e de 3% para 2021. A seguir, os principais trechos para entrevista.
O ano de 2019 foi aquecido para o mercado de capitais. Continuará assim este ano?
O banco participou de 17 ofertas em 2019, de um total de 42 (37 emissões de ações e cinco aberturas de capital). Participamos das duas últimas operações de equities (ofertas de ações) do ano, que foi a venda da participação do BNDES na Marfrig, e a emissão de ações da Restoque (moda). Vemos potencial para 75 ofertas para 2020, entre IPOs e follow ons, com quase R$ 150 bilhões em movimento de negócios.
Quais serão os grandes negócios?
As privatizações vão estimular os grandes negócios em fusões e aquisições. O mercado de capitais também está muito ativo. A venda de ações de subsidiárias da Caixa e da Petrobras (BR Distribuidora vendeu ações na Bolsa) está levando outras estatais a considerar o mercado de capitais como forma de saída, de desinvestimento, com a venda parcial ou do controle de suas empresas.
Há muitas estatais que podem ir à Bolsa nos próximos meses?
Há várias empresas de saneamento considerando vender 49% do seu negócio, como Cagece, do Ceará, e Compesa, de Pernambuco. Já é público que a Cemig poderá fazer IPO de subsidiárias como alternativa a uma tradicional operação de M&A. Ao longo de 2019, as estatais descobriram a simplicidade de fazer um processo de venda pela Bolsa.
Essas operações vão se acelerar em 2020 para evitar um cenário mais volátil em 2021 com o início da corrida eleitoral?
Tem um movimento que a gente percebe aqui que é quase alheio ao governo. O ambiente macro - de juros baixos e inflação controlada - está dando impulso para o mercado financeiro. Tem cerca de R$ 600 bilhões entrando por dia na Bolsa. Isso não vai parar tão cedo. Esses R$ 5 trilhões investidos em CDI estão gradualmente migrando para Bolsa. Enquanto o País tiver cenário de juros baixos, e o Santander prevê que vai ter por muito tempo, esse fluxo virá e ele tem de ser empregado de forma produtiva, seja com compras na Bolsa ou os novos emissores (gestoras) criando competição entre elas para participar dessas operações.
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Quando os estrangeiros virão de fato para o Brasil?
A brincadeira do mercado é que o investidor (estrangeiro) está esperando o PIB. A gente trabalha muito sob expectativas de que o País vai crescer bastante e quem entrou no passado não necessariamente ganhou dinheiro. Então, o investidor estrangeiro, apesar do cenário de juros baixos ser global, ainda tem preocupações sobre as manchetes negativas sobre (Jair) Bolsonaro lá fora por conta de fatores políticos. Mas esses investidores olharam o que aconteceu no Brasil em 2019 e perceberam que se ganhou dinheiro com renda fixa. Agora daqui para frente tem de ter o impulso da economia.
E esse PIB robusto virá?
O que é chegar para o Brasil? Um país que não cresce? O ano de 2019 vai crescer em torno de 1% e em 2020 cerca de 2,5% (o Santander prevê 2,3% para 2020 e 3% para 2021), ainda abaixo da média global, mas é muito positivo. E esse crescimento vem do setor privado. Tivemos medidas macro importantes, como reforma da Previdência. Ainda tem a reforma tributária. Tudo isso vai dando suporte ao crescimento sustentável. Mas não estamos falando aqui de crescimento de 5%.
Como o câmbio pode afetar os negócios?
Na minha experiência, a preocupação é maior com volatilidade do que com o nível (do câmbio) - que o investidor pode julgar se é bom ou não para entrar em um negócio. A volatilidade é maior, sobretudo para os fundos de private equity (que compram participação em empresas), que têm um tiro relativamente curto e saem depois de cinco anos. Se o cambio é volátil na saída dele, machuca bastante o retorno.
Quais os setores que o banco vê como cavalos fortes para investimentos?
O setor de óleo e gás deverá ser atraente - vimos o grande interesse pelo gasoduto TAG. Infraestrutura vai continuar muito forte, além de saneamento, que espera a aprovação do Senado para o marco regulatório. Vem muito movimento também ligado ao consumo e varejo, com o PIB maior.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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