A rede de educação Cogna deve levar cinco anos para recuperar os níveis de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) obtidos em 2019. Pelo menos essa é a sinalização dada nas projeções divulgadas pela companhia na manhã desta segunda-feira.
A Cogna anunciou que espera registrar um Ebitda recorrente de R$ 1 bilhão neste ano, o que representa um tombo de 59% em relação aos R$ 2,422 bilhões registrados em 2019. A empresa espera alcançar novamente o patamar de R$ 2,4 bilhões em 2024.
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Para os investidores, tão ou mais importante que o Ebitda é o quanto a empresa pretende efetivamente gerar de caixa. Nesse quesito, a Cogna informou que a geração de caixa operacional após os investimentos deve ficar em R$ 230 milhões neste ano — queda de 43% em relação a 2019 — e em R$ 1 bilhão em 2024.
A Cogna é uma das empresas que mais sofreu na bolsa em 2020. No ano, as ações da companhia (COGN3) acumulam queda de mais de 50%.
No pregão de hoje, os papéis reagiram inicialmente bem à divulgação das projeções. Mas a animação não durou muito, e as ações acabaram virando para queda, fechando em baixa de 5,47%, a R$ 5,01.
A Cogna detalhou as projeções em evento com investidores na tarde de hoje. A empresa de educação reforçou o caixa com a abertura de capital da subsidiária Vasta na Nasdaq, mas o nível de alavancagem da companhia ainda preocupa o mercado.
A Cogna encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de R$ 3,2 bilhões, o equivalente a 2,2 vezes o Ebitda. Confira aqui o guidance (projeção) divulgado pela companhia.
Assumindo que a empresa vai alcançar a meta de Ebitda de 2020, os analistas do Goldman Sachs projetam que o índice de alavancagem da companhia encerre o ano em 3,14 vezes, potencialmente quebrando o compromisso (covenant) assumido nas dívidas, que é de 3 vezes.