Está na hora de fazer rotação na bolsa? Saiba o que pensam grandes gestores
Apesar da migração recente para a “velha economia”, ações de tecnologia na bolsa seguem atrativas no longo prazo, segundo as gestoras Brasil Capital, Constellation e Velt
O avanço no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus levou a um movimento de “rotação” nas bolsas nas últimas semanas. Os investidores têm vendido ações de tecnologia — as grandes vencedoras na crise — para comprar as empresas da “velha economia”.
Aqui na B3, os beneficiados por esse movimento são os papéis dos bancos e de setores como petróleo e siderúrgicas. Na ponta contrária, ações como as das varejistas online acabaram ficando para trás nos pregões recentes. Será que está na hora de acompanhar essa tendência?
A rotação pode até fazer sentido no cenário atual, mas não é um fator determinante nas decisões de investimento de grandes gestores brasileiros, como a Brasil Capital, Constellation e Velt. Eles participaram de transmissão ao vivo do evento Investidor 3.0, promovido pela Empiricus e pela Vitreo.
Leia também:
- LUPA DOS FUNDOS: Um pente-fino nas melhores gestoras disponíveis nos bancos e corretoras
- As ações da bolsa americana que ganham com Biden presidente, segundo a GeoCapital
- Com BR Distribuidora, Via Varejo e Vale nos fundos, Opportunity vê bolsa barata se país superar risco fiscal
- SPX mantém aposta de que BC terá de elevar Selic antes do esperado
“Estamos conscientes desse movimento, mas o assunto não faz parte nem de 15 segundos das nossas conversas internas”, disse Maurício Bittencourt, sócio da Velt, que possui R$ 5 bilhões sob gestão.
Não se trata de certo ou errado, mas da filosofia da gestora, segundo Bittencourt, que comparou o processo de investimento a uma travessia oceânica. “A gente faz a preparação e escolhe uma embarcação que, ao longo das inúmeras variações, vai levar até lá.”
Entre as principais posições da gestora, todas com uma participação entre 8% e 10% do fundo, estão nomes como a empresa de geração de energia Eneva (ENEV3) e Natura (NTCO3). Um terceiro bloco é composto pelas varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre (listada em Nova York) e um último formado pelas de empresas de saúde Hapvida (HAPV3), Notre Dame Intermédica (GNDI3) e SulAmérica (SULA11).
Leia Também
Ações do Assaí (ASAI3) despencam 14% com empresa na mira do Fisco; Yduqs (YDUQ3) salta e lidera altas do Ibovespa na semana
Onde investir em outubro? Eletrobras (ELET6), Cyrela (CYRE3), Alianza Trust (ALZR11) e mais
Onde o cliente está
Também com foco no longo prazo, a Brasil Capital entende que as empresas de tecnologia seguem atrativas por contarem com um maior dinamismo que as companhias mais tradicionais e maior capacidade de antecipar tendências.
“A gente tem que ir para onde os clientes estão indo, e não para onde vão os concorrentes e agir de modo reativo”, afirmou André Ribeiro, sócio da Brasil Capital, que possui R$ 8,5 bilhões sob gestão. Na carteira do fundo estão ações de companhias como Mercado Livre e Stone (listadas lá fora), além de Magazine Luiza e Locaweb (LWSA3).
Mas as empresas de tecnologia não são as únicas apostas. Uma das principais posições da gestora é o Grupo Cosan, que já faz parte da carteira da gestora há 12 anos, além de empresas como B3 (B3SA3), Natura, Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3).
Cuidado com porcaria barata
O avanço das ações de tecnologia colocou em dúvida nos últimos anos o chamado "value investing", a filosofia de investimentos consagrada pelo bilionário Warren Buffett.
Mas os questionamentos partem de uma interpretação errada dos conceitos do "oráculo de Omaha", segundo Florian Bartunek, sócio da Constellation. Para ele, não é porque uma ação caiu muito que está atrativa, como pensam as "viúvas de Buffett". “Não confunda value investing com comprar porcaria barata.”
Com R$ 7 bilhões sob gestão, a Constellation está no grupo que vê como esperado o movimento de rotação na bolsa, com a compra de ações de empresas mais afetadas pela pandemia. Mas Bartunek diz que não faz sentido ficar "pulando de barco" e que ficar no meio do caminho entre ser um trader e um investidor de longo prazo é o pior dos dois mundos.
Entre as principais posições da gestora hoje estão as ações de Rumo (RAIL3), B3, Eneva e Weg (WEGE3), esta última o grande destaque do Ibovespa, com uma alta de 123% apenas neste ano. “A ação obviamente tem um valuation desafiador, mas a gente acredita na companhia”, afirmou Bartunek.
Razão dos dois lados
É possível hoje construir uma narrativa crível para defender tanto o investimento em ações da chamada velha economia como em tecnologia, disse Felipe Miranda, sócio e estrategista-chefe da Empiricus.
“Eu consigo falar que bancos estão baratos e vão pagar bastantes dividendos a partir do ano que vem, Petrobras e Vale também”, disse. Por outro lado, também faz sentido defender que tanto bancos como petróleo vivem dificuldades estruturais de longo prazo.
Nesse sentido, as empresas da velha economia ficaram muito baratas e devem mesmo se beneficiar desse movimento de rotação. “Mas também é pouco razoável achar que Magazine Luiza, B3 e BTG vão andar mal com a reabertura da economia.”
Assista abaixo a íntegra da transmissão do painel com os gestores:
Dado de emprego arrasa-quarteirão nos EUA faz bolsas subirem, mas pode não ser uma notícia tão boa assim. Como ficam os juros agora?
A economia norte-americana abriu 254 mil vagas em setembro, bem acima das 159 mil de agosto e da previsão de 150 mil; a taxa de desemprego caiu 4,2% para 4,2% e os salários subiram
Dona da Serasa compra ClearSale (CLSA3) com prêmio de 23,5% sobre cotações, mas por menos da metade do valor do IPO; ações sobem forte na B3. O que acontece com os acionistas agora?
Em meio à saída da ClearSale da bolsa após três anos desde o IPO, os investidores da companhia terão três opções de recebimento após a venda para a Experian
Entre o petróleo e o payroll: Ibovespa busca recuperação com juros nos EUA e conflito no Oriente Médio como pano de fundo
Relatório mensal de emprego nos EUA deve dar o tom do dia nos negócios enquanto guerra continua pressionando o petróleo
Vale (VALE3) destrona Itaú e se torna a ação mais recomendada para investir em outubro. A China não é mais pedra no caminho da mineradora?
Com resultados robustos e o otimismo em relação à China, a Vale se tornou a ação queridinha para este mês; veja o ranking com indicações de 12 corretoras
Como achar uma boa ação? Se a empresa que você investe não tiver essa qualidade, ela corre o risco de morrer no meio do caminho
Por menos de 9x lucros esperados para 2025, além de ser uma ótima empresa, a ação ainda guarda muito potencial de valorização
Atenção, investidor: B3 (B3SA3) lança novos índices de ações de empresas públicas e privadas; conheça
O objetivo dos novos indicadores, que chegam ao mercado no dia 7 de outubro, é destacar as performances dos ativos que compõem o Ibovespa de forma separada
Vamos (VAMO3): os três motivos por trás da queda de 11% desde o anúncio da reestruturação; ação recua na B3 hoje
A Vamos deverá se fundir com a rede de concessionárias Automob, que também é controlada pela Simpar — e o plano de combinação das operações gerou ruídos entre investidores
Efeito Moody´s passa e dólar sobe a R$ 5,4735; Ibovespa renova série de mínimas no dia e cai 1,38%, aos 131.671,51 pontos
Lá fora, as bolsas em Nova York e na Europa operaram no vermelho, pressionadas pela escalada dos conflitos no Oriente Médio
Varejistas, imobiliárias e mais: veja as ações mais (e menos) afetadas pela alta da Selic, segundo o BTG Pactual
Magazine Luiza, Casas Bahia e JHSF estão entre as empresas que mais podem sofrer com a alta da Selic; BTG aponta onde investir neste cenário
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Fim do casamento: Even (EVEN3) conclui venda de participação acionária na Melnick (MELK3)
No mês passado, após sucessivas vendas de ações, a incorporadora paulista tinha participação de cerca de 4,96% na companhia gaúcha
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Javier Milei vai extinguir a Casa da Moeda e outras cinco instituições — será o fim do peso argentino?
Além da Casa da Moeda, o governo argentino pretende fechar outros “quatro ou cinco” órgãos públicos, mas não deu maiores detalhes sobre quais seriam
Após renovar máxima no dia, Ibovespa perde os 134 mil pontos, mas fecha em alta de 0,77% com ajuda da Moody´s; dólar cai a R$ 5,4448
O principal índice da bolsa brasileira chegou mirar a marca dos 135 mil pontos, com renovações consecutivas de máximas intradia, mas perdeu um pouco do fôlego perto do fim das negociações
Gigante rebaixado: Depois de tantos recordes, Mercado Livre ficou sem espaço para subir mais? Veja o que diz o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para as ações MELI negociadas em Wall Street, de “overweight” — equivalente a compra — para neutro
Dexco (DXCO3) vende Duchas Corona — e se prepara para possível “banho de água fria” no próximo balanço
Famosa graças um jingle de sucesso nos anos 1970 e 1980, as Duchas Corona perderam mercado nos últimos anos; ações da Dexco (DXCO3) reagem em alta
Eneva (ENEV3) lança oferta primária na B3 e pode captar mais de R$ 4 bilhões com follow-on na bolsa
Considerando apenas o lote inicial, a operação deve movimentar pelo menos R$ 3,2 bilhões — e parte da demanda já está garantida
Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil
Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva
Vai ter Disney? Dólar cai após BC começar o aperto da Selic, mas estes seis fatores devem determinar a trajetória do câmbio
Queda de juros nos EUA e estímulos chineses favorecem o real contra o dólar, mas risco fiscal e incerteza geopolítica pressionam as cotações; entenda
BB Investimentos corta preço-alvo para ações da MRV — mas analistas revelam por que você ainda deveria estar animado com MRVE3
A redução de preço-alvo para as ações da construtora de baixa renda teve um principal “culpado”: o desaperto monetário mais lento nos Estados Unidos