A Caixa Econômica Federal anunciou lucro líquido ajustado de R$ 2,6 bilhões no terceiro trimestre do ano, 1,7% acima do segundo trimestre. Em relação ao mesmo período de 2020, porém, o montante representa um recuo de 67,1%.
Incluindo itens não recorrentes, o banco fechou o trimestre com lucro de R$ 1,9 bilhão, queda de 76,4% em relação ao desempenho do mesmo período de 2019 e baixa de 26,1% ante o segundo trimestre.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco público estava em 12,7% ao final de setembro, com redução de 0,10 ponto porcentual (p.p.) na comparação com junho de 2020. Em base anual, o recuo foi de 2,00 p.p.
A margem financeira, a linha do balanço que contabiliza as receitas com crédito, descontados os custos de captação, somou R$ 9,9 bilhões, queda de 48% na base anual e alta de 2,7% na trimestral. O aumento na comparação com o segundo trimestre ocorreu pelo crescimento de 1,3% nas receitas das operações de crédito e redução de 11,4% nas despesas de captações.
Receitas
Segundo a Caixa, de julho a setembro, as receitas provenientes das operações de crédito habitacionais totalizaram R$ 8,3 bilhões, aumento de 3,9% em relação ao segundo trimestre. Essas receitas representam 52,5% do total das receitas de crédito, de acordo com a Caixa. Houve ainda o crescimento de 15,2% nas receitas com operações de saneamento e infraestrutura.
As despesas de captação foram impactadas principalmente pelas reduções, no trimestre, de 18,9% com as operações de poupança, 35,7% com CDB, 22,1% com operações compromissadas e 29,9% em letras.
O comportamento dessas despesas reflete o forte crescimento nas linhas de menor custo aliado ao cenário atual da taxa básica de juros da economia.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias totalizaram R$ 6,1 bilhões, crescimento de 13,4% quando comparado ao segundo trimestre de 2020. Destaca-se no período o aumento de 19,1% em serviços de governo, 9,1% em receitas de conta corrente, 37% em cartões e 215,2% em seguros.
Despesas e Basileia
As despesas de pessoal, que correspondem a 64,9% das despesas administrativas, apresentaram crescimento de 2,3% no trimestre, influenciadas pelo reajuste anual nas tabelas salariais dos empregados e pelo pagamento do abono único.
Desconsiderando o abono único, pago conforme as regras estabelecidas no Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022, correspondente ao valor de R$ 166,1 milhões, as despesas de pessoal apresentaram uma redução de aproximadamente 1% no trimestre.
O Índice de Basileia atingiu 17,8%, 0,83 ponto porcentual abaixo do segundo trimestre. O índice de capital principal totalizou 12,3%, enquanto o de nível I 12,6%, mantendo-se acima do mínimo regulatório de 6,75% para o de capital principal, e 8,25% para o de capital nível I.
*Com informações da Estadão Conteúdo