B2W e Americanas desabam na bolsa após balanço bom; veja o que dizem analistas
B2W tem ganhos de 80% no ano e Americanas acumula alta de 40% no período; ações podem ter subido demais em um curto prazo, mas analistas falam em compra
As ações das varejistas B2W e Lojas Americanas desabaram na bolsa nesta sexta-feira (14), mesmo após resultados do segundo trimestre considerados consistentes pelo mercado.
O movimento lembra o que aconteceu com o Mercado Livre, que no último dia 10 anunciou que havia triplicado o lucro em um ano — e a razão para a queda dos papéis é a mesma.
As ações do setor de varejo estão em disparada desde o início da crise, apoiadas na tese de que pandemia deve acelerar um processo de digitalização das empresas — o que a longo prazo deve beneficiar o acionista.
No entanto, em um curto prazo um balanço bom como foram os de B2W e Lojas Americanas pode ter lembrado os investidores de que os papéis das empresas já estão corretamente precificados. Logo, ocorre hoje uma realização de lucros.
BTOW3 subiu 80% desde janeiro, enquanto LAME3 tem ganhos de 40%. Hoje, os papéis de B2W fecharam em queda 6,89%, a R$ 113,60. Já os das Americanas caíram 3,00%, cotados a R$ 34,24.
O que dizem os analistas
Para analistas do Credit Suisse, entre os bons números da B2W no segundo trimestre estão o de usuários ativos mensais e o de sortimento de produtos. Também chamou a atenção o fluxo de caixa livre, de R$ 72 milhões.
O BTG Pactual lembrou que o on-line deve perder força nos próximos meses por causa da reabertura das lojas físicas do setor, e que o cenário macroeconômico do Brasil não é bom.
Mas os analistas do banco disseram que há uma "tendência estrutural positiva" da plataforma por causa da grande variedade de produtos e tráfego — o que seria o caso da B2W e algumas empresas do setor, na avaliação deles.
O BTG diz que o momento é de comprar os papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 120 em 12 meses. O banco também fala em compra das ações das Americanas, estabelecendo uma estimativa de R$ 38 para o mesmo período.
Os especialistas da instituição dizem ver resiliência das Lojas Americanas apoiada em iniciativas O2O — Online-to-Offline — e em uma grande variedade de produtos a um preço médio baixo.
"Por conta da pandemia, a Americanas acelerou a integração multicanal com a B2W, enquanto continua sendo a maior vendedora em plataforma de e-commerce no segundo trimestre", disse o BTG.
O valor bruto de mercadoria (GMV, na sigla em inglês) alcançou R$ 920 milhões no segundo trimestre — foi de R$ 406 milhões um ano atrás —, respondendo por 10,2% do GMV total de Americanas mais B2W.
Já o Credit Suisse diz que o desempenho das vendas da empresa, dado o contexto, foi razoável. Mas que a expansão da margem Ebitda em 70 pontos-base é um feito "de tirar o chapéu".
Para os analistas do banco, também foi positiva a melhoria do capital de giro, que caiu de 23 para 15 dias. Eles dizem que a empresa parece bem posicionada para crescer organicamente ou via aquisições.
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Além da aversão ao risco, o movimento também conta com um empurrãozinho de uma realização de lucros, após os papéis da B2W subirem forte no último dia de negociações, na sexta-feira (16).
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