Na acirrada e barulhenta disputa pela empresa de tecnologia para o varejo Linx, as chances da Totvs aumentaram após a disparada de suas ações em meio ao rali na bolsa nos últimos dias.
Apenas nos últimos três pregões, os papéis da Totvs subiram quase 13%. Nas contas do Bradesco BBI, nas cotações atuais a oferta da empresa supera a da Stone em R$ 100 milhões.
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Como a maior parte do pagamento na proposta feita pela Totvs envolve as suas próprias ações (TOTS3), os movimentos dos papéis na bolsa influenciam diretamente o valor da oferta. Na manhã de hoje, as ações da Totvs subiam 1,08%, cotadas a R$ 30,82. Leia também nossa cobertura de mercados.
Os analistas do Bradesco BBI têm recomendação de compra para a Totvs, mesmo sem considerar a vitória da companhia na disputa pela Linx, com preço-alvo de R$ 36. Mas caso ela se sagre vencedora, existe um potencial adicional de R$ 4,70 de alta para a ação.
Além do preço
É claro que o quesito preço é apenas um dos fatores que vão influenciar essa disputa. O conselho da Linx escolheu a oferta da Stone e marcou uma assembleia de acionistas para o dia 17 de novembro para decidir sobre a proposta.
O problema é que não se sabe até agora quem poderá votar na assembleia, e nem mesmo se o encontro será realizado. No entendimento da área técnica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) os fundadores da Linx, que possuem quase 15% do capital da empresa, devem ser impedidos de votar.
Eles recorreram ao colegiado da autarquia, que abriu ontem um processo administrativo depois que acionistas minoritários entraram com pedido de suspensão da assembleia.
Do seu lado, a Stone teria entrado no Cade, órgão de defesa da concorrência, para impedir o Itaú de votar na assembleia, segundo informações publicadas na imprensa. A asset do banco possui 5% das ações da Linx.
A Stone também pode se beneficiar de outra notícia veiculada na mídia, de que a gestora Fama Investimentos vendeu sua participação de 3% na Linx. A gestora foi a responsável por apontar que a proposta da Stone envolve um pagamento adicional a fundadores da Linx em contratos de "não-competição".