Os impactos da propagação do coronavírus fizeram o UBS reduzir a projeção de crescimento da economia brasileira para 2,1% em 2020. A expectativa anterior era de um avanço de 2,5%. A instituição ainda prevê a Selic a 4% ao ano.
Segundo os economistas do banco, Tony Volpon e Fabio Ramos, a redução das estimativas está diretamente relacionada aos impactos que a doença deve ter na economia da China — o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil.
O UBS lembra que a demanda da China é um dos principais fatores de determinação dos preços dos maiores produtos exportados pelo Brasil no mercado global — em especial soja, petróleo e minério de ferro.
A instituição suíça alterou a projeção de alta para o PIB chinês — de 5,4%, ante 6% —, avaliando que o maior impacto deve ser sentido no consumo e no setor de serviços. As áreas representam juntas 54% do PIB — correspondiam a 42% em 2003, quando houve o surto de Sars (síndrome respiratória aguda grave).
Com a mudança no cenário global, o UBS diz esperar que o Banco Central (BC) brasileiro leve em conta o impacto negativo do coronavírus na demanda e reduza a Selic, nesta quarta-feira, para 4,25%, e na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para 4%.