A economia da China se contraiu pela primeira vez desde pelo menos 1992 no primeiro trimestre, quando a pandemia do coronavírus fechou fábricas e manteve milhões confinados em seus lares.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 6,8% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2019, comparado com um crescimento de 6,0% no quarto trimestre de 2019, informou nesta sexta-feira (pelo horário local) o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) chinês.
O resultado veio melhor do que a mediana das projeções coletadas pelo Wall Street Journal junto a economistas, de contração de 8,3%.
Foi a primeira vez que a economia teve uma contração em um primeiro trimestre desde 1992, que foi quando o governo começou a divulgar números trimestrais.
Na margem, em relação ao trimestre anterior, a economia ficou 9,8% menor no período entre janeiro e março de 2020.
Produção Industrial
A produção industrial chinesa caiu 1,1% em março em comparação com igual período no ano passado, após um declínio de 13,5% no período englobando janeiro e fevereiro, informou nesta sexta-feira (pelo horário local) o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). Economistas consultados pelo Wall Street Journal previam uma queda de 7,5%.
O investimento em ativos fixos no primeiro trimestre recuou 16,1%, comparado com uma perda de 24,5% no período que abrange janeiro e fevereiro e em linha com as projeções.
Contando apenas o mês de março, as vendas no varejo sofreram uma queda de 15,8% ma comparação anual, após uma baixa de 20,5% nos primeiros dois meses do ano. O resultado ficou aquém da previsão, que era de recuo de 8,0% em março.
O NBS também informou que a taxa de desemprego urbana ficou em 5,9% no fim de março, melhorando da taxa de 6,2% de fevereiro.
Vendas de moradia
As vendas de moradias na China em valor sofreram contração de 22,8% no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado, segundo dados do NBS. Apesar de negativo, o resultado sinaliza melhora, uma vez que as vendas do primeiro bimestre tinham caído em ritmo anual ainda mais forte, de 34,7%.
Já os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários tiveram queda anual de 7,7% no primeiro trimestre, menor do que a redução de 16,3% vista no primeiro bimestre.
As construções iniciadas - considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais - diminuíram 27,2% no confronto anual do primeiro trimestre. Nos primeiros dois meses de 2020, o recuo anual neste segmento havia sido de 44,9%.
*Com Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires