Diante da crise econômica causada pela pandemia, os brasileiros continuaram a realizar mais depósitos do que saques na caderneta de poupança em junho.
Isto é o que mostram os dados do Banco Central (BC). No último mês, a captação líquida — ou seja, a diferença entre o que foi depositado e o que foi retirado — foide R$ 20,533 bilhões.
Depósitos brutos somaram de R$ 260,614 bilhões, e os saques, R$ 240,080 bilhões. Com o rendimento de R$ 2,037 bilhões referente a junho, o saldo total da poupança atingiu R$ 943,638 bilhões no mês passado.
Em 2020 até junho, a poupança acumula captação líquida de R$ 84,434 bilhões.
A autoridade monetária havia informado em abril que, em um cenário de agravamento das condições econômicas, as famílias recorreriam à poupança como precaução. Deste modo, elas possuem um colchão de segurança para situações críticas.
Foi o quarto mês seguido em que a poupança registrou depósitos líquidos. Os dois primeiros meses do ano, quando o efeito do coronavírus ainda não era tão forte na economia, tiveram mais saques do que depósitos, de acordo com o BC.
A poupança é remunerada por uma taxa referencial (TR) — hoje em zero — e 70% da Selic. A taxa básica de juros Selic está em 2,25% ao ano, a sua mínima histórica.
Com a Selic nesse patamar, o Tesouro Selic (LFT) está penando para superar a poupança, levando em conta a rentabilidade da caderneta na data de aniversário, como mostra a Julia Wiltgen.
Neste momento, o título mais conservador do Tesouro Direto, que tem a sua remuneração atrelada à taxa básica de juros, leva um ano para apenas se igualar à poupança.