O Natal chegou mais cedo este ano?
2020 foi um ano para se esquecer - ou talvez para lembrarmos e não cometermos novamente os mesmos erros. Mas, pelo menos na bolsa, até agora, estamos sendo agraciados com um rali de fim de ano antecipado que quase zerou as perdas do ano.
Terminamos mais uma semana de Ibovespa em alta, desta vez de 4%. No mês, o principal índice da B3 acumula ganhos de nada menos do que 17,69%, com uma perda de apenas 4,38% no ano. Mal dá para acreditar.
Essa valorização estrondosa foi impulsionada sobretudo pelas boas notícias sobre as pesquisas de vacinas contra o coronavírus que saíram ao longo do mês. Em testes avançados, três imunizantes mostraram elevadas eficácias, dois deles num nível surpreendente.
O mercado, que tenta antecipar tudo, já vislumbra a retomada econômica com o mundo voltando ao normal lá na frente - o “velho normal” ou, como eu prefiro chamar, o normal de fato.
Além do Ibovespa no azul, a semana também foi marcada pela repercussão, no mercado e no mundo corporativo, da morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado por seguranças de uma loja do Carrefour em Porto Alegre.
A semana termina com a Black Friday e o segundo turno das eleições municipais, a ser realizado amanhã, e o principal mercado imobiliário do país está de olho no resultado do pleito em São Paulo.
Leia Também
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
A seguir, eu selecionei para você as matérias publicadas no Seu Dinheiro nesta semana sobre os principais temas dos últimos dias.
1. De olho nas ações de construtoras
A cidade de São Paulo escolhe, neste domingo, quem ocupará a prefeitura nos próximos quatro anos. O pleito é municipal, mas interessa a todos os brasileiros que invistam, ainda que indiretamente, no principal mercado imobiliário do país, via ações de construtoras ou fundos imobiliários.
O poder municipal tem a capacidade de dificultar ou facilitar a vida das empresas do setor, e no ano que vem, São Paulo revisará o seu Plano Diretor, válido até 2030. Além disso, um dos candidatos, que ainda tem chances de virar na disputa, tem um histórico ligado à militância em movimentos de moradia e tem, na habitação, um dos seus principais temas de campanha.
Eu conversei sobre o assunto com o CEO da Mitre Realty, empresa com forte atuação na cidade de São Paulo, um advogado especializado em direito imobiliário que atua na estruturação de FII e um gestor de FII para entender como o setor imobiliário poderia ser afetado, dependendo de quem vença. Está tudo nesta reportagem.
2. O tal do ‘rotation trade’
Nesse movimento recente de disparada das bolsas, só se fala nele: o “rotation trade” ou rotação de carteiras. Investidores vêm realizando lucros com as ações mais valorizadas no ano, aquelas que se beneficiaram das medidas de distanciamento social, e retornando para os papéis que mais apanharam, mais voltados para a chamada “velha economia”.
Também observamos um movimento de realocação geográfica. O maior apetite ao risco leva os investidores estrangeiros para os mercados emergentes, como o brasileiro, onde a entrada massiva de dólares tem contribuído para impulsionar a bolsa.
Nossos colunistas falaram bastante sobre esses rebalanceamentos de carteiras nesta semana. O Matheus Spiess, por exemplo, explicou por que os mercados emergentes devem ser a bola da vez em 2021; o Ruy Hungria situou a pessoa física no contexto do rotation trade para esclarecer se é, afinal, para o pequeno investidor seguir esse movimento; já o Alexandre Mastrocinque escolheu um fundo imobiliário que ganha em qualquer cenário: tanto com o Fique em Casa quanto com o advento das vacinas.
O conteúdo do Mastrocinque está disponível apenas para leitores Premium. Saiba como destravar 30 dias grátis de degustação.
3. ESG é só uma narrativa bonita?
A morte do cliente negro João Alberto Silveira Freitas chocou o país e rendeu, ao Carrefour, campanhas de boicote e uma série de protestos, inclusive violentos. Mas o efeito demorou a aparecer nos preços das ações, evidenciando o quanto a relevância das boas práticas ESG - ambientais, sociais e de governança - ainda engatinha no país.
O Kaype Abreu conversou, nesta semana, com Fabio Alperowitch, gestor especialista em ESG, para quem o mercado brasileiro ainda demora a entender como a falta de atenção a essas questões é nociva aos negócios e aos preços dos ativos.
Acionista do Carrefour, o empresário Abilio Diniz também se pronunciou a respeito do caso, e disse que irá fazer pressão para que a varejista se torne referência mundial em combate ao racismo.
4. A nova fase da Vulcabras, sem Azaleia
O Kaype também bateu um papo com Pedro Bartelle, CEO da calçadista Vulcabras para falar sobre a nova fase da companhia, focada em artigos esportivos. Depois de repassar a Azaleia à Grendene e comprar a Mizuno no Brasil, a companhia quer deixar a crise para trás.
5. Quem será a campeã da Black Friday
No ano em que o e-commerce brasileiro mais brilhou, por força da necessidade, a Black Friday testou os modelos das varejistas on-line que atuam no Brasil. Magalu, Via Varejo, B2W, Mercado Livre, Amazon… Alguma delas sairá campeã desta história? Ou há espaço para todas? Confira nesta matéria.
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
