O que esperar e como navegar no oceano dos mercados no último trimestre de 2020
Mesmo diante de tantos riscos, o ano ainda rendeu bons frutos para algumas posições. Por outro lado, outras ficaram bem para trás, de modo que ficou bastante claro quais seriam os ativos descontados no mundo hoje
Até aqui, 2020 será um ano para ficar na história pela quantidade não ignorável de adversidades que aconteceram no mundo. Vivemos um período sem precedentes, com inúmeras idiossincrasias originadas pelos tempos modernos.
Além da pandemia, carregamos conosco ainda, no âmbito internacional, os resquícios da guerra comercial entre EUA e China, a dinâmica de estagnação europeia paralela ao Brexit, as eleições americanas…
No Brasil, a dinâmica fiscal em franca discussão, a problemática política e as eleições municipais, gerando ainda mais atrito em Brasília, são alguns pontos de atenção, os quais tornam nosso posicionamento global ainda mais desfavorável (frágil).
Tudo isso sob um véu nebuloso e único na história. A globalização, a demografia e a tecnologia fizeram com que o mundo fosse jogado em um movimento de deflação, possibilitando uma sustentabilidade estrutural para taxas de juros próximas a zero ou até mesmo negativas. Ao mesmo tempo, existe uma força inflacionária proporcionada por uma expansão fiscal e monetária também sem igual no passado.
Vivemos em tempos estranhos, diria Paul Krugman.
Assim, 2020 configura um blend minimamente preocupante com suas taxas de juros baixas ou negativas, níveis historicamente altos para a dívida pública (comparáveis a momentos de guerra), uma recessão profunda e um aumento da desigualdade de renda (descompasso entre Wall Street e a Main Street, mesmo que tenha havido uma pressão inflacionária recente que deve se dissipar logo).
Leia Também
Abaixo, um comparativo dos juros de 10 anos nos países do G7, além de suas respectivas taxas de inflação núcleo (menos voláteis). Veja como os juros reais de 10 anos estão predominantemente no vermelho. As principais economias do mundo, hoje, contemplam um horizonte para juros bastante complicado.
Note que a Itália é a única economia do G7 que possui juros reais de 10 anos no positivo. Claro que isso deriva de questões específicas, uma vez que o país enfrenta problemas fiscais desde a crise do euro entre 2012 e 2014.
Se voltamos a discutir renovados lockdowns na Europa nesse último trimestre, podemos argumentar que haja pouco espaço para os Bancos Centrais atuarem, tendo em vista que a principal munição pode estar se esgotando.
Se trata do que a literatura econômica usualmente chama de Armadilha da Liquidez, em que há a perda de eficácia da política monetária.
Por isso, a discussão fiscalista deverá ganhar maiores contornos em 2021, quando o problema da pandemia estiver estabilizado. A conta terá que fechar de algum jeito; afinal, o problema de sustentação do estado de bem-estar social se mantém.
Mesmo diante de tantos riscos, o ano ainda rendeu bons frutos para algumas posições. Por outro lado, outras ficaram bem para trás, de modo que ficou bastante claro quais seriam os ativos descontados no mundo hoje.
Na dinâmica de muita liquidez, as pessoas fugiram dos fundamentos da economia real, que estão em frangalhos, e foram para crescimento (growth).
Esse movimento é verificável pela razão de prêmio ou desconto entre ativos de valor e ativos de crescimento, hoje bastante assimetricamente convidativa para valor (value).
Esse fato foi evidenciado durante o mês de setembro, quando se especulou a possibilidade de uma rotação setorial em Bolsa no mundo, de ações de tecnologia e de saúde, as quais lideraram o movimento de recuperação dos índices globais até aqui, para companhias de valor, hoje muito descontadas relativamente.
Ainda assim, abandonar tecnologia não parece ser o mais primoroso a se fazer, uma vez que o setor realmente tende a ser o grande ganhador do processo atual e continuaria se beneficiando mesmo em um contexto de reabertura.
Mas em um último trimestre, talvez faça sentido desconcentrar um pouco de tecnologia e liberar um pouco da carteira de ações para ativos descontados (algo como 80/20).
Destaque para companhias consideradas value no exterior e, em uma ótica internacional, países emergentes. Claro que nós brasileiros nos beneficiaríamos de um movimento como esse, de fluxo para emergentes e valor.
Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
As eleições americanas ajudam nesse sentido, uma vez que o favorito é o candidato democrata. Um alívio na dinâmica internacional será salutar para a recomposição da lógica de globalização na qual estávamos inserindo antes de Trump, beneficiando emergentes no processo também.
São estratégias como essa que apresentamos quinzenalmente na série Palavra do Estrategista, best-seller da Empiricus. Nela, Felipe Miranda, nosso estrategista-chefe, compartilha com nossos assinantes suas mais variadas ideias de como ganhar dinheiro no Brasil e no mundo.
Vale a pena conferir!
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano