Os mercados financeiros globais começam o dia refletindo um forte alívio, pautados na confirmação de que o acordo comercial firmado entre Estados Unidos e China continua valendo, feita por Donald Trump durante a madrugada. Na Europa, resultados melhores do que o esperado da ativida econômica do continente embalam o pregão.
No Brasil, o destaque do dia é a divulgação da ata do Copom (8h). Embora os investidores não esperem grandes novidades, o documento deve trazer pistas mais claras sobre a indicação de um 'ajuste residual' na próxima reunião, em agosto.
Embalando os negócios
As últimas horas foram de grande emoção para quem acompanha as idas e vindas do acordo comercial entre Estados Unidos e China. Os índices futuros em Nova York e as bolsas na Ásia acenturaram as perdas após a fala do conselheiro de Comércio da Casa Branca, Peter Navarro, que em entrevista à Fox News disse que o pacto comercial com a China teria chegado ao fim.
Durante a madrugada, o presidente Donald Trump correu para o Twitter e desmentiu a informação, reafirmando que o acordo de primeira fase firmado em janeiro pelas potências continua em vigor.
"O acordo comercial com a China continua intacto. Tomara que eles continuem a seguir os termos do acordo".
Navarro chegou a esclarecer os seus comentários, dizendo que a fala teria sido tirada de contexto, masé o otimismo com a fala de Trump, e a confiança no acordo comercial, que sustentam as bolsas nesta manhã.
Ainda durante a madrugada, as bolsas asiáticas se recuperaram e fecharam em alta generalizada.
Recuperação otimista
Com o cenário mais otimista no campo comercial, os investidores na Europa refletem os últimos indicadores macroeconômicos divulgados no velho continente e que surpreenderam positivamente o mercado. O PMI composto da zona do euro subiu de 31,9 para 47,5 em junho. Na Alemanha, o índice foi de 32,3 para 35,8.
Em Nova York, os índices futuros também refletem o alívio no mercado externo, e avançam.
No exterior, fica em segundo plano o avanço do coronavírus - que volta a ganhar força em algumas regiões dos Estados Unidos e em Pequim.
Descolado de NY
Após quatro altas consecutivas, o Ibovespa fechou o dia em queda de 1,28%, aos 95.335,96 pontos. Com o exterior mais positivo, o dólar teve um dia de alívio, fechando o dia cotado a R$ 5,2706, após queda de 0,89%.
O pregão brasileiro foi marcado pela forte realização de lucros, indo na contramão das bolsas americanas - que chegaram a abrir em queda, mas se recuperaram ao longo do dia e fecharam a sessão com altas modestas.
Um dos destaques do dia foram as ações da Sabesp. Com a proximidade da votação do marco regulatório do saneamento, que busca atrair investimentos privados para o setor, as empresas do segmento pegam carona.
Pistas do futuro
No último comunicado do Copom, divulgado na quarta-feira (17) da semana passada, o BC cortou a taxa básica de juros para 2,25% e indicou um 'ajuste residual' na próxima reunião, que acontece em agosto.
Os investidores calculam que esse ajuste derrube a taxa Selic para 2% e esperam que a ata divulgada nesta terça-feira traga pistas sobre as próxima atuações do Copom. A ata também deve trazer um balanço mais completo dos riscos enxergados pelo Banco Central.
Caso Queiroz
Os investidores seguem monitorando os desdobramentos da prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz.
Novas operações de buscas foram realizadas na casa de parentes da esposa de Queiroz. Segundo autoridades, Mparcia Oliveira de Aguiar teve papel fundamental nas manobras do esquema da 'rachadinha', que aconteceria no gabinete do filho do presidente, Flávio Bolsonaro.
Agenda
A divulgação da ata do Copom (8h) é o primeiro destaque do dia. Na agenda ainda estão a participação de Roberto Campos Neto (BC) em evento, às 10h, e em coletiva sobre a covid-19, às 14h. A prévia do IPC-S (8h) e a arrecadação de maio fecham a agenda local.
No exterior, leitura preliminar do PMI/Markit Industrial (10h45) é destaque. Na Europa, os índices de atividades da Alemanha, Reino Unido e zona do euro também são conhecidos.
Fique de olho
- A Petrobras informou que deve concluir a venda das ações remanescentes da TAG, cerca de 10%, até a 1ª quinzena de julho.